Eventos, relatórios e artigos recentes sobre EA

Educação Ambiental e a cultura de redes são temas de encontro e oficina na Univali

Encontro das Redes de Educação Ambiental do Vale do Itajaí (REABRI), da região sul (REASul) e Brasileira (REBEA) acontece nos dias 10 e 11 de julho, na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Itajaí (SC).

A Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental (REASul), em parceria com a Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA) e com a Rede de Educação Ambiental da Bacia do Rio Itajaí (REABRI), promovem entre os dias 10 e 11 de julho, em Itajaí, um encontro e uma oficina com o tema “Formação de facilitadores para redes de Educação Ambiental”.

O encontro das Redes de Educação Ambiental locais e regionais será com Vivianne Amaral, facilitadora da REBEA, educadora ambiental e gerente do projeto Tecendo Cidadania. A intenção é promover um debate sobre Redes de Educação Ambiental, buscando interagir mais com a comunidade e outras organizações públicas e privadas para a disseminação desta prática da educação. O encontro será realizado no dia 11, das 13h30 às 16h, na sala 201, bloco 5.

“As redes de educação ambiental têm se tornado uma prática comum de comunicação e interação entre educadores, ambientalistas, técnicos de órgãos públicos e pesquisadores das Universidades, para que haja uma troca de idéias em tempo praticamente real sobre tudo o que está sendo desenvolvido nesta área na nossa região, no Estado e no país”, comenta Antonio Fernando
Guerra, coordenador da REASul.

Já a oficina, que acontece na sexta-feira e no sábado (dias 11 e 12) visa desenvolver habilidades e conhecimentos básicos para atuação na facilitação de redes existentes ou em formação em Universidades, ONGs, Órgãos públicos, Fundações, Associações, Comitês de Bacias Hidrográficas, Comissões Interinstitucionais de EA, através de práticas e metodologias em
desenvolvimento atualmente pela REBEA.

Participam do encontro e da oficina, facilitadores de redes existentes como a REABRI, da lista de discussão do Paraná (EAPARANÁ), do Grupo de Educação Ambiental na Internet (GEAI), com sede no Rio Grande do Sul, representantes do Comitê da Bacia do Rio Itajaí, ONGs (ACAPRENA, V AMBIENTAL, Esquilo Verde), órgãos públicos (Ibama, Epagri e gerência de Educação Ambiental da Secretaria de Desenvolvimento Social e Meio Ambiente do Estado), FURB, Fundação O Boticário e Comitê Estadual de Democratização da Informática.

Informações sobre o evento na secretaria da REASul pelos telefones (47)
341-7780 e (47) 341-7822, ramal 8003 ou pelo e-mail secreasul@univali.br.

As inscrições para a Oficina estão encerradas.

Participe do II Simpósio Sul Brasileiro de EA, I Colóquio de Pesquisadores em EA da Região Sul e I Encontro da Rede Sul Brasileira da EA, em Itajaí, de 7 a 10/12/2003. Informações no site http://www.reasul.univali.br/  


Relato da oficina para formação de facilitadores para redes de EA

A oficina ministrada por Vivianne Amaral (facilitadora da REBEA/Rede Brasileira de Educação Ambiental), realizada na UNIVALI, em Itajaí, e coordenada pelo Dr. e Prof. Antônio F. S. Guerra destacou a importância da sistemática dos trabalhos em rede para a consolidação da Educação Ambiental .

Não é pretensão esgotar o que foi tratado na oficina, mas apresentar a essência do conteúdo desenvolvido, bem como algumas conclusões e reflexões que surgiram a partir dela. Houve o envolvimento de todos/as participantes através de debates e trabalho em grupos. A queixa sobre a oficina não poderia ter sido outra: “o pouco tempo”. Mas as sementes foram plantadas, e cada um, certamente, irá regar seu canteiro de idéias para que possam reconduzir as sementes para outros grupos, para outras pessoas. Assim, as redes serão fortalecidas e através delas a sociedade, como um todo, será beneficiada.

Alguns pontos de destaque da oficina:

- O trabalho em rede caracteriza-se pelo aspecto da sua horizontalidade, onde as hierarquias ocorrem de forma espontânea e mutável. A função do facilitador refere-se, principalmente ao apoio técnico e funcional, portanto, não necessariamente ocupa a posição de coordenador ou orientador das ações ocorridas na lista. Sua intervenção faz-se necessária para esclarecimento de dúvidas e para contornar problemas que venham a ocorrer. A rede é um lugar onde todos os membros são igualmente importantes. Portanto, todos componentes são responsáveis pelo movimento da rede.

- Algumas pessoas que ingressam nas listas (redes) têm uma certa dificuldade de entender esta situação, o que é muito normal, pois estamos acostumados a uma sociedade hierarquizada e fragmentada.

- A liberdade de expressão, muitas vezes, também é uma dificuldade. É necessária uma certa maturidade para participar de uma rede. A ministrante cita a idéia de Capra sobre a independência: “A independência é um conceito cultural. Na natureza não há independência”. Esta idéia ilustra que nossa liberdade estará sempre atrelada à interdependência, e isto implica em responsabilidade. Numa rede todos são responsáveis pelo seu funcionamento. Se uma rede vai bem é porque seus participantes a conduzem bem e porque têm clara a noção de que as conexões se dão pela dependência mútua. Vivianne também salienta que “a rede da vida se sustenta por uma parceria permanente”. Assim como ocorre nas redes virtuais. “O sangue que circula nas veias da rede é a informação”.

- Vivianne Amaral salienta que nas redes devem ser destacados os assuntos de convergência entre os/as participantes da rede, e não os assuntos divergentes. Concordo plenamente com ela, pois (por experiência) muitas discussões sobre divergências de idéias não dão bons resultados (causam desconforto, as discussões caem para o lado pessoal, o grupo torna-se prejudicado por isto). As pessoas mantêm seus posicionamentos porque é o que vivenciam e o que pensam naquele momento. É perda de tempo impor idéias ou práticas, em uma rede. Pode-se discordar e explicitar o motivo, mas isto deverá ser feito de forma ponderada e, principalmente, de forma educada, tendo em vista a educação ser o tema principal das redes de EA. É contraditório pensarmos que o respeito e a tolerância são conceitos fundamentais para a EA e não os praticarmos no convívio virtual. Destacando os pontos convergentes, poderemos aprofundar assuntos a serem debatidos e todos ganharão com isto, porque haverá um acréscimo das opiniões, trazendo a oportunidade de uma troca de idéias rica e saudável. Assim, estaremos buscando uma convivência harmônica das diferenças.

- Uma rede funciona bem quando está fundamentada na integração e na cooperação. Existem diferentes tipos de redes. Algumas, ocultamente ou explicitamente, carregam uma hierarquia e servem para manipular ou comandar determinadas ações. Estas redes, normalmente, são voltadas para outras finalidades, principalmente finalidades econômicas.

- A não existência de uma hierarquia na rede implica em uma quebra de paradigma social. Portanto, trata-se de uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento de uma verdadeira democracia. Isto não significa que não seja importante a determinação de regras para a rede. As regras servem para melhor utilizar esta potente ferramenta, por exemplo: se não há uma determinação que assuntos pessoais sejam tratados nos endereços eletrônicos individuais, ocorrerão muitos diálogos que não são do interesse do grupo. Isto implicaria em um desgaste dos membros da lista (ou rede). O interessante é que as regras sejam criadas na medida em que os “problemas” aparecem. Assim, todo grupo participa, efetivamente, da evolução da rede. 

Considerações finais:

O trabalho em rede requer uma nova forma de pensar, de agir e de interagir com diferentes personagens que se agrupam por afinidade de intenções. Para a Educação Ambiental, o trabalho desenvolvido por redes é um grande avanço, e certamente possibilita a consolidação desta prática porque tem a capacidade de unir importantes agentes que disseminam as práticas e as teorias em torno deste assunto. Cabe salientar que os relacionamentos que surgem a partir das redes são extremamente valorosos pelo fato de se consolidarem laços, não só institucionais, profissionais, como também afetivos. É um momento único quando temos a oportunidade de conhecer colegas pessoalmente, após longos contatos pelas redes.

Berenice Gehlen Adams e Pedro Adams Júnior / GEAI – julho, 2003.


Participe da Rede GEAI. 

Solicite informações e inscrição para bereadams@yahoo.com.br e usufrua desta poderosa ferramenta. Conheça mais sobre o funcionamento clicando aqui.


Conheça Bioma Virtual - Um espaço virtual da UnB  (Universidade de Brasília) para o debate, aprendizado e troca de experiências sobre Educação Ambiental. Participe!


Campanha de Cadastramento no SIBEA - Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação
Ambiental 


Estamos convidando a todos/as que desenvolvem trabalhos com Educação Ambiental e que são da Região Sul a
participarem do cadastramento no SIBEA através do site da REASul:
http://www.reasul.univali.br
. Na página tem as instruções para
acesso ao SIBEA.

Os/as dos outros estados que quiserem, também, auxiliar
nesse cadastramento nacional, convidamos a acessar diretamente o SIBEA
nacional no seguinte endereço eletrônico:
http://www.mma.gov.br/educambiental/

Lembramos que o SIBEA - Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação
Ambiental é o maior Banco de Dados da Educação Ambiental Brasileira, e que 5 redes estão empenhadas na realização do diagnóstico nacional de EA em parceria com o MMA - REBEA, REPEA (Rede Paulista), Aguapé _(MS) e Acreana. A REAsul ficou responsável pela região Sul.

Os resultados serão divulgados no I EREASul:
http://www.cehcom.univali.br/2ssbea/

Saudações,

Berenice Gehlen Adams (GEAI) e Antonio Fernando Guerra (REASul)


Bolsas de estudo para Educadores de Ensino
Fundamental e Médio



      18/06/2003 - UNESCO: bolsas para educadores de ensino fundamental e
médio


      Mil e duzentas bolsas de estudo serão oferecidas por meio de um acordo entre a UNESCO no Brasil (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a AICD (Agência Interamericana para a Cooperação e o Desenvolvimento) da Organização dos Estados Americanos (OEA). As bolsas são destinadas ao curso de atualização docente intitulado "Qualidade da Educação Básica". Este curso é dirigido a educadores do nível pré-escolar, ensino fundamental e ensino médio e será desenvolvido na modalidade de educação à distância por meio do Portal Educacional das Américas. O custo total é de US$ 260.

      O curso, que terá início no dia 8 de setembro, será dividido em 14
módulos semanais, com um carga horária total de 420 horas, sendo 252 delas dedicadas à leitura dos módulos, realização de atividades interativas pela Internet e 168 horas à elaboração de trabalhos com vistas à avaliação. Os interessados em concorrer à bolsa deverão seguir as instruções contidas no seguinte endereço eletrônico, inclusive informações sobre a documentação necessária:
http://www.educoas.org/portal/pt/becas/convocatoria/3_2cir105_2003.aspx?cult

      A documentação deve ser apresentada à Divisão de Cooperação
Educacional do Ministério das Relações Exteriores até o próximo dia 15 de
julho. Caberá ao Ministério das Relações Exteriores encaminhar à OEA, em
Washington, a lista dos bolsistas selecionados. A documentação dos
candidatos deverá ser enviada à Divisão de Cooperação Educacional, no
Ministério das Relações Exteriores, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Anexo I, Sala 432, CEP: 70.170-900, Brasília-DF. Telefone: (61) 411-6323/6710. Fax: (61) 322-5671

      Na avaliação do Representante da UNESCO no Brasil, Jorge Werthein,
essa ação forma parte do apoio que está oferecendo ao Ministério da Educação e às Secretarias Estaduais a fim de fortalecer e consolidar a formação de seus educadores para que estes sejam atores e artífices do processo de alfabetização que já fora iniciado. "O Portal Educacional das Américas é um instrumento poderoso nas estratégias de formação de recursos humanos com a utilização das novas tecnologias", afirmou.

      São os seguintes os temas que compõem o curso: Introdução à filosofia da qualidade em educação; A resolução de problemas nas escolas; A qualidade na escola e em seu contexto; A qualidade está no processo; Qualidade da educação e a participação; A qualidade requer liderança; A qualidade e a melhoria pessoal contínua; O planejamento e a avaliação da qualidade; A qualidade necessita da participação das comunidades; Algumas implicações da qualidade; A qualidade no processo de alfabetização; Qualidade, eqüidade e democracia. O curso se inicia com uma semana de "Imersão no ambiente virtual" e conclui com duas semanas de avaliação final.

      Os participantes que cumprirem satisfatoriamente os requisitos do
curso receberão um certificado de conclusão com aprovação. A duração do curso será especificada no certificado. Fonte: Unesco


Fonte da informação: http://groups.yahoo.com/group/listageografia/messages


Leonardo Boff incentiva a utilização da CARTA DA TERRA - Confira entrevistas e conheça a CARTA DA TERRA. Clique aqui.


Fotos dos Fóruns (Fórum Mundial de Educação e Fórum Social Mundial - 2003) de alguns eventos relacionados a EA: http://www.papaluz.com.br/fsm2003/fotos.htm

No primeiro link tem fotos do encontro de EA.


Conheça a Eco Agência e fique por dentro do que acontece pelo mundo ambiental. É uma iniciativa apoiada pelo Núcleo dos Ecojornalistas do Rio Grande do Sul e pela PANGEA - Associação Ambientalista Internacional, mantenedora do saite informativo e iniciativas "AgirAzul". Iniciativa de alguns jornalistas pioneiros que vestem e suam a camiseta da busca por um mundo melhor: Alden, Roberto Villar, João Batista, Carlos Stein (fotógrafo)... 

Eco Agência


Alfabetização Ecológica - Frijof Capra (sobre a palestra na PUCRS)

Artigo 1

"O futuro da humanidade depende da alfabetização ecológica dos seres humanos e da nossa capacidade de convivermos com os princípios da Ecologia", professou o físico ecologista Fritjof Capra para uma platéia de 1.500 educadores, durante palestra sobre Alfabetização Ecológica na noite de encerramento do Fórum Mundial de Educação. Capra (22/1).

Capra apresentou o trabalho desenvolvido no Centro de Ecoalfabetização (Califórnia - EUA), onde as crianças aprendem na prática sobre a interdependência entre todas as coisas. O método busca integrar os diferentes tipos de aprendizado envolvendo os alunos em projetos do "mundo real", onde o todo não é compreendido através da soma das partes, mas num entendimento de que cada parte contém o todo e com ele se relaciona.

A " teia da vida" é percebida e experimentada pelas crianças através de atividades como jardinagem, horticultura, recuperação de arroios, culinária e do estudo sobre o relacionamento entre os diversos sistemas, incluindo os próprios sistemas sociais. Quando o assunto for água, por exemplo, o projeto vai incluir a recuperação de um arroio, o estudo dos seres que dele se beneficiam, a identificação das causas da degradação e um trabalho junto às comunidades envolvidas.

Em sua palestra, Fritjof Capra deu também um exemplo prático desta nova forma de percepção, tecendo com simplicidade a complexa teia de relacionamentos existentes entre diferentes campos das artes e da ciência, como a Biologia, Pedagogia, Psicologia, entre outros. Fez questão de referenciar os nomes do ecologista José Lutzenberger e do educador Paulo Freire enquanto expoentes brasileiros na difusão de novas percepções.

Capra resume a ecoalfabetização como o entendimento dos sistemas que sustentam a teia da vida. "E a vida não se manteve nestes mais de tres bilhões de anos através do combate, mas da cooperação", afirmou, explicitando mais uma vez suas críticas às idéias bélicas do presidente norte-americano George Bush, que o ecologista vem reforçando em todas as suas intervenções.

O físico austríaco considera a ecoalfabetização como a mais importante forma de educação do século XXI, que deverá ser adotada por todas as áreas da organização social. Aponta como condições fundamentais para o aprendizado, especialmente das crianças, a convivência com um ambiente sensorial rico, a segurança emocional e comunidades de apoio com visão de sustentabilidade.

Capra têm várias palestras agendadas durante o Fórum Social Mundial. No dia 24, sexta, ministra oficina sobre Complexidade e Administração, às 17h, no auditório do Hospital das Clínicas. No dia 25, às 9h, faz conferência sobre "Ciência para uma vida Sustentável", no Auditório Araújo Viana. Na segunda, 27, dá testemunho no Anfiteatro Pôr-do Sol sobre Energia e Sustentabilidade, em atividade organizada pelo Acampamento Intercontinental da Juventude.

Jornalista Vera Damian - vera@ecoagencia.com.br - www.ecoagencia.com.br


Alfabetização Ecológica - Frijof Capra (sobre a palestra na PUCRS)

Artigo 2

Em sua primeira conferência após a chegada a Porto Alegre, dia 22, o físico austríaco e professor da Universidade de Berkley, Califórnia, falou sobre os trabalhos do Centro de Eco Alfabetização (Center for Eco Literacy), dirigido por ele, naquela universidade. O sistema de alfabetização ecológica, desenvolvido por ele, já está sendo adotado por diversas escolas da Califórnia.

A idéia é a de uma educação voltada para a natureza, colocando as crianças em ambientes abertos, para que compreendam como se organizam as redes vivas que dão suporte à vida em todo o planeta. Para explicar a sua alfabetização ecológica, Capra exemplificou com um dos projetos adotados, baseado na jardinagem e culinária com os alimentos cultivados. "A jardinagem integra e dá vida a todas as atividades da escola. Uma das características básicas da vida é que a energia flui através dos seres e dos ciclos ecológicos. Onde se vê vida, se vê redes. Onde se vê redes vivas, se vê ciclos", explicou.

A prática da jardinagem e da culinária pelas crianças, de acordo com ele, as torna conscientes de o quanto estão integradas nessa rede, ao vivenciarem o processo de plantio, colheita, processamento dos alimentos, compostagem das sobras e novamente o plantio, em um processo que não deixa restos. "Para as crianças, estar no jardim é algo mágico. Você pode ensinar qualquer coisa, mas estar ali plantando, colhendo e cozinhando fica em seus corações para toda a vida", diz Capra. "No jardim pode-se acompanhar o processo de nascimento, amadurecimento, declínio e morte, seguidos de um novo nascimento e outro ciclo".

Mas além disso, de acordo com o físico, avanços recentes das pesquisas científicas demonstram que o aprendizado no jardim tem conseqüências duradouras no cérebro dos indivíduos. "O cérebro é um sistema sensível, auto-adaptável e complexo, onde o corpo e a mente interagem continuamente", explica. "O crescimento do cérebro é o crescimento de um sistema complexo de redes neurais e o crescimento da criança possibilita infinitas conexões nessa rede. Quais conexões se formarão e os caminhos e funções desenvolvidos dependerão muito do ambiente da criança. A rede neural modifica suas conexões conforme o ambiente, especialmente na tenra idade.

Para Capra, a exposição precoce a um ambiente rico em experiências sensoriais, com cores, sons, odores e texturas diversos, terá efeitos benéficos duradouros, enquanto a repressão disso significará um prejuízo ao desenvolvimento. Além das experiências, ele apontou também a importância das emoções, no processo. "As emoções sempre foram consideradas como separadas do pensamento. Mas recentemente os cientistas descobriram que a emoção e a conexão das redes neurais interagem constantemente", disse. De acordo com ele, o que aprendemos é, inclusive, organizado pelas emoções. Durante o desenvolvimento as células do cérebro se agrupam para adquirir sincronia, em um processo onde as emoções são essenciais. "Por isso, é crucial uma aprendizagem socialmente segura, pois toda aprendizagem é fundamentalmente social, como já dizia Paulo Freire", afirmou, sendo bastante aplaudido pela platéia de cerca de 500 pessoas, em um anfiteatro lotado.

Por fim, Capra apresentou um terceiro elemento que considera essencial para a aprendizagem, além do ambiente sensorial rico e da segurança emocional: comunidades saudáveis. "Isso sugere o desenvolvimento de um currículo integrado, no qual as diversas disciplinas estão a serviço de um foco central", explicou, ressaltando a importância da comunicação e da interação entre os diversos professores, pais e alunos, formando uma rede que coopera na aprendizagem.

A sugestão do físico, para se atingir esse tipo de ensino é a aprendizagem baseada em projetos. "Essa aprendizagem baseia-se no envolvimento dos alunos com o mundo real, então em nossas escolas nós aplicamos essa aprendizagem baseada em projetos", disse. Para Capra, a adoção desse novo tipo de ensino, integrando os indivíduos com o meio ambiente, pode levar ao desenvolvimento de uma nova geração que, consciente do seu papel e de sua integração na teia da vida, busque alternativas para reverter o processo de degradação que vivenciamos atualmente. "Um novo mundo é possível", concluiu.

Fonte: André Muggiati, REBEA (Rede Brasileira de Educação Ambiental), amuggiati@uol.com.br


Berenice Gehlen Adams apresenta o Projeto Vida - Educação Ambiental no 

Fórum Mundial de Educação

De pé: Olávio e as organizadoras do GEIA/Grupo de Estudos Interdisciplinares Ambientais. Na mesa: Marla, Orci, Berenice e Milton (Foto - Pedro Adams Junior).

ENCONTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – AÇÕES, PROPOSTAS E EXPERIÊNCIAS - 20 DE JANEIRO DE 2003

Olavio José Dotto -Filósofo e graduando em Teologia – ESTEF (Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana) Secretário Executivo da Comissão Pastoral da Terra

Milton Esmério - Especialista em Projetos Culturais e Sociais - Coordenador da Política de Educação Ambiental - Secretaria de Estado da Educação/RS; Assessor e um dos Coordenadores da Coordenação Geral da Constituinte Escolar (Projeto que visa a Construção da Escola Democrática e Popular para o Estado do Rio Grande do Sul).

Berenice Gehlen Adams - Professora com especialização em alfabetização: Estudos Adicionais/Feevale; Graduanda de Pedagogia/Feevale; Produtora Cultural do Projeto Vida – Educação Ambiental (Hoje Projeto Apoema - Educação Ambiental).

Orci Bretanha Teixeira - Professor de Direito Ambiental e Comercial da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Marla Kuhn - Assistente Social; Coordenadoria Geral da Vigilância em Saúde – Secretaria Municipal de Saúde Porto Alegre- Rio Grande do Sul ; Atua na área de Educação em Saúde no Programa de Prevenção à Dengue, entre outros.


Manifesto pela transformação do sistema educacional e pela consolidação da Educação Ambiental

Divulgue este manifesto!  Clique aqui para acessar o texto.


O que é o Projeto Apoema - Educação Ambiental?

(antigo Projeto Vida - Educação Ambiental)

* O "Projeto Apoema - Educação Ambiental" é um projeto independente, inovador, desenvolvido pela autora, sem vínculo com ONG´s ou instituições de ensino, que tem como principal objetivo divulgar e difundir a Educação Ambiental. Produtora: Berenice Gehlen Adams - Acadêmica de Pedagogia  - NH/RS

Aqui você encontrará um material diversificado que trata da Educação Ambiental e sua inserção à Educação Infantil e Ensino Fundamental. Conheça um pouco da  proposta metodológica no link "Descrição do Projeto" . Além disto, através da lista de discussão do GEAI/Grupo de Educação Ambiental, o projeto proporciona interatividade e intercâmbio entre pessoas que têm os mesmos objetivos, ou seja, consolidar a prática da EA. Disponibiliza também um vasto material para suporte teórico entre artigos, documentos, textos etc. 


Educação Ambiental - uma nova direção para a educação

Berenice Gehlen Adams  

É difícil de definir a Educação Ambiental em poucas palavras. Eu a defino como uma prática educacional sintonizada com a vida em sociedade, que pode (e deve) ser inserida sob diversos enfoques: social, econômico, político, cultural, artístico etc, não podendo ser considerada como uma prática estanque, uma vez que perpassa diversas áreas.

A Educação Ambiental (EA) trata-se de um processo transformador e conscientizador que vai interferir de forma direta com hábitos e atitudes dos cidadãos. Partindo do princípio que a EA abrange todas as áreas, a cidadania tem fator fundamental para uma conscientização deste contexto global de EA.

Quando a EA não é percebida ou compreendida em seu todo, muitas vezes é aplicada como uma matéria estanque e desvinculada, ou seja, é trabalhada com um enfoque de uma determinada questão e é só.   A EA deve ser trabalhada de forma interdisciplinar, sem dúvida. Falar em EA é falar de hábitos e atitudes. Mudar isso não é uma coisa fácil, uma vez que a mudança deve ser espontânea e vir de dentro para que ela possa, de fato, ocorrer. Muitos discursos de ambientalistas acabam por assustar as pessoas com palavras duras e autoritárias ao invés de as sensibilizarem. Não acho que seja por aí. EA é um assunto muito mais sério do que pensamos. A EA é muito mais do que conscientizar sobre o lixo, reciclagem e datas comemorativas. Ela será o elo entre todas as disciplinas e preencherá uma lacuna na área da educação que é a valorização da vida e do meio ambiente.

Muitos/as educadores/as apresentam dificuldades ou, até mesmo, uma certa resistência quanto à inserção da Educação Ambiental em seus conteúdos curriculares, em suas atividades rotineiras. Isto se deve ao fato de termos poucas referências sobre práticas educativas relacionadas ao ambiente. Com esta falta de referenciais, os/as professores/as, em geral, sentem-se “perdidos” em relação à prática da Educação Ambiental.

Inserir a Educação Ambiental às atividades escolares rotineiras nada mais é do que tomar como foco principal de toda e qualquer atividade, a questão ambiental que esteja inserida no contexto do conteúdo que está sendo desenvolvido.  Não é necessário ser um biólogo ou engenheiro agrônomo, florestal para falar em Educação Ambiental. Na verdade, todos nós somos (ou deveríamos ser) educadores/as ambientais, só nos falta desenvolver uma forma de perceber a relação ambiental com a relação educacional. Do ponto de vista prático, especificamente na área da educação formal, cada docente deveria fazer uma releitura do seu plano de curso usando as lentes da EA, fazendo associação direta dos conteúdos a serem desenvolvidos com o ambiente, ou seja, cada disciplina deve buscar o enfoque ambiental que perpassa sua grade de conteúdos.  

A EA nas empresas é importantíssima e vai depender muito dos próprios empresários e do tipo de produtos que suas indústrias oferecem. É importante fazer uma análise do impacto ambiental ocasionado pela empresa e o que ela deveria efetivamente fazer para sanar os danos ambientais por ela causados. Partindo desta análise seria fundamental a instalação de um programa de EA que estivesse diretamente relacionado ao produto (como forma de ação imediata para sanar o dano causado e evitar novos danos) e a partir daí desenvolver a EA em seu todo.

As universidades são importantes para a pesquisa e fundamentação de propostas de EA, contanto que adaptem seus discursos acadêmicos (que usam nomenclaturas e conceitos, muitas vezes, demasiadamente "abstratos" e de difícil compreensão) tornando-os acessíveis a um quadro de docentes que não têm condições dignas de vida, de atualizações, de motivação etc - e que, apesar disso tudo, exercem com extrema dignidade sua profissão. Que se aproximem mais da prática com críticas construtivas.

Nossa atitude: A EA começa na gente.

É no dia a dia que a prática da EA faz-se mais necessária. São pequenos atos que dão início a grandes transformações. Uma vez que o indivíduo percebe com clareza a importância de hábitos e atitudes saudáveis tanto para si quanto para o meio, vai ser um exemplo para que mais pessoas conscientizem-se. Antes de sermos seres humanos somos SERES AMBIENTAIS, pois somos parte do ambiente, porém, devido a inúmeros fatores, nos distanciamos dele. Aí entra também a questão da espiritualidade. Desenvolvendo valores espirituais, de valorização à vida, de respeito, de cooperação, de solidariedade, espontaneamente voltaremos a nos integrar com a natureza e conseqüentemente procuraremos preservar o meio ambiente, pois teremos uma noção clara de que tudo é integrado, tudo é interligado, como já nos disse um nativo norte-americano. Trata-se, portanto, de uma iniciativa individual para depois se tornar coletiva.

Berenice Gehlen Adams  


Dia Nacional da Mulher

Berenice Gehlen Adams

 

Hoje, dia trinta (30) de abril é dia nacional da mulher. No café da manhã minha filha mais velha tocou no assunto e Artur, o caçula, perguntou:

- E dia do homem, existe?

- Não, Artur, que eu saiba não.

- E porque é que para a mulher tem dois dias (o internacional e o nacional) e para o homem não tem nenhum?

- Eu não sei te responder, mas tenho a impressão de que seja para ressaltar a importância da mulher que, por muitos anos, sempre foi vista como dependente e submissa aos homens.

- Como assim, mãe? Perguntou Artur.

Respondi que:

- Por muito tempo o papel da mulher era o de servir ao homem em todos os sentidos e cuidar dele, da sua saúde, das suas roupas, dos seus filhos, enquanto ele trabalhava para sustentar a família. Hoje muita coisa mudou. As mulheres tornaram-se mais independentes e já não fazem mais as coisas da mesma forma, pois elas conseguiram se posicionar contra essa submissão. Muitas fazem porque optaram por isto, e não mais por submissão.

- Submissão? O que é isso?

- Submissão é ter que fazer as coisas. É não poder escolher se fará ou não. É ser “obrigada”. Hoje, apesar de ainda acontecer muito a submissão e a desvalorização da mulher, ela já não é mais tão submissa, entende?

- É, mais ou menos, mas ainda não entendi porque não existe o dia do homem, se existe o dia da mulher...

- Vou tentar te explicar como penso: assim como existe o dia do índio, o dia da criança, o dia dos pais, existe o dia da mulher. Alguns destes dias, que se chamam de datas comemorativas, servem para movimentar o comércio. O maior exemplo disto é o Natal. As pessoas se preocupam mais com os presentes do que com o aniversário do menino Jesus. Outros dias como o dia do índio, o dia da mulher, mostram que estes grupos são grupos de classes que são discriminadas de uma forma ou de outra, e lutam por mais respeito e dignidade. O homem por ser homem não teve que lutar para ter “um lugar ao sol”, pois ele sempre teve um lugar de destaque entre os sexos feminino e masculino...

Olhei para ele esperando por uma resposta:

- É, mãe, acho que agora entendi, mas isso não é muito legal, não é?

- Não, Artur. Acho que não. O importante é respeitar a todos, todos os dias, independente do sexo, condição social, profissão, etnia...

- Etnia, o que é isso?

- Conversaremos sobre isso outra hora, está bem? É hora de trabalhar...


Projeto Apoema - Educação Ambiental

www.apoema.com.br