Relatos
da oficina para formação de facilitadores para redes de EA
A
oficina ministrada por Vivianne Amaral, realizada na UNIVALI, em Itajaí, e
coordenada pelo Dr. e Prof. Antônio F. S. Guerra destacou a importância da
sistemática dos trabalhos em rede para a consolidação da Educação Ambiental
.
Não
é pretensão esgotar o que foi tratado na oficina, mas apresentar a essência
do conteúdo desenvolvido, bem como algumas conclusões e reflexões que
surgiram a partir dela. Houve o envolvimento de todos/as participantes através
de debates e trabalho em grupos. A queixa sobre a oficina não poderia ter sido
outra: “o pouco tempo”. Mas as sementes foram plantadas, e cada um,
certamente, irá regar seu canteiro de idéias para que possam reconduzir as
sementes para outros grupos, para outras pessoas. Assim, as redes serão
fortalecidas e através delas a sociedade, como um todo, será beneficiada.
Alguns
pontos de destaque da oficina:
-
O trabalho em rede caracteriza-se pelo aspecto da sua horizontalidade, onde as
hierarquias ocorrem de forma espontânea e mutável. A função do facilitador
refere-se, principalmente ao apoio técnico e funcional, portanto, não
necessariamente ocupa a posição de coordenador ou orientador das ações
ocorridas na lista. Sua intervenção faz-se necessária para esclarecimento de
dúvidas e para contornar problemas que venham a ocorrer. A rede é um lugar
onde todos os membros são igualmente importantes. Portanto, todos componentes são
responsáveis pelo movimento da rede.
-
Algumas pessoas que ingressam nas listas (redes) têm uma certa dificuldade de
entender esta situação, o que é muito normal, pois estamos acostumados a uma
sociedade hierarquizada e fragmentada.
-
A liberdade de expressão, muitas vezes, também é uma dificuldade. É necessária
uma certa maturidade para participar de uma rede. A ministrante cita a idéia de
Capra sobre a independência: “A independência é um conceito cultural. Na
natureza não há independência”. Esta idéia ilustra que nossa liberdade
estará sempre atrelada à interdependência, e isto implica em
responsabilidade. Numa rede todos são responsáveis pelo seu funcionamento. Se
uma rede vai bem é porque seus participantes a conduzem bem e porque têm clara
a noção de que as conexões se dão pela dependência mútua. Vivianne também
salienta que “a rede da vida se sustenta por uma parceria permanente”. Assim
como ocorre nas redes virtuais. “O sangue que circula nas veias da rede é a
informação”.
- Vivianne Amaral salienta que nas redes devem ser destacados os assuntos de convergência entre os/as participantes da rede, e não os assuntos divergentes. Concordo plenamente com ela, pois (por experiência) muitas discussões sobre divergências de idéias não dão bons resultados (causam desconforto, as discussões caem para o lado pessoal, o grupo torna-se prejudicado por isto). As pessoas mantêm seus posicionamentos porque é o que vivenciam e o que pensam naquele momento. É perda de tempo impor idéias ou práticas, em uma rede. Pode-se discordar e explicitar o motivo, mas isto deverá ser feito de forma ponderada e, principalmente, de forma educada, tendo em vista a educação ser o tema principal das redes de EA. É contraditório pensarmos que o respeito e a tolerância são conceitos fundamentais para a EA e não os praticarmos no convívio virtual. Destacando os pontos convergentes, poderemos aprofundar assuntos a serem debatidos e todos ganharão com isto, porque haverá um acréscimo das opiniões, trazendo a oportunidade de uma troca de idéias rica e saudável. Assim, estaremos buscando uma convivência harmônica das diferenças.
- Uma rede funciona bem quando está fundamentada na integração e na cooperação. Existem diferentes tipos de redes. Algumas, ocultamente ou explicitamente, carregam uma hierarquia e servem para manipular ou comandar determinadas ações. Estas redes, normalmente, são voltadas para outras finalidades, principalmente finalidades econômicas.
-
A não existência de uma hierarquia na rede implica em uma quebra de paradigma
social. Portanto, trata-se de uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento de
uma verdadeira democracia. Isto não significa que não seja importante a
determinação de regras para a rede. As regras servem para melhor utilizar esta
potente ferramenta, por exemplo: se não há uma determinação que assuntos
pessoais sejam tratados nos endereços eletrônicos individuais, ocorrerão
muitos diálogos que não são do interesse do grupo. Isto implicaria em um
desgaste dos membros da lista (ou rede). O interessante é que as regras sejam
criadas na medida em que os “problemas” aparecem. Assim, todo grupo
participa, efetivamente, da evolução da rede.
Considerações
finais:
O
trabalho em rede requer uma nova forma de pensar, de agir e de interagir com
diferentes personagens que se agrupam por afinidade de intenções. Para a Educação
Ambiental, o trabalho desenvolvido por redes é um grande avanço, e certamente
possibilita a consolidação desta prática porque tem a capacidade de unir
importantes agentes que disseminam as práticas e as teorias em torno deste
assunto. Cabe salientar que os relacionamentos que surgem a partir das redes são
extremamente valorosos pelo fato de se consolidarem laços, não só
institucionais, profissionais, como também afetivos. É um momento único
quando temos a oportunidade de conhecer colegas pessoalmente, após longos
contatos pelas redes.
Berenice Gehlen Adams e Pedro Adams Júnior – julho, 2003.
*Moderadores (Facilitadores) do GEAI/Grupo de Educação Ambiental da Internet e Responsáveis pelo PROJETO APOEMA - EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Leitura dos Textos
- Origem termo: rede (latin – retes)
- Propõe novas tecnologias
- Trabalho em rede estimula auto-gestão e auto-responsabilização
- Características: coletividade, descentralização e flexibilidade
- Matriarcado deixa de ser o formato há 2000 anos – patriarcado (início da relação piramidal)
- Trazemos as duas vertentes porém, a realidade atual nos faz nos relacionar com o poder de forma patriarcal
- Rede – alternativa de mudança de vertente
- Movimentação para organização em redes (comunicação, não se sentir isolado por ser diferente)
- Dificuldade em romper paradigma
- Papel do indivíduo para promover a transformação
- As revoluções pessoais poderão transbordar para as organizações que fazemos parte
- As redes se entrelaçam
- Estão sempre em processo de relação e movimentação
- Formação da rede planetária: mudar o mundo
- Novo padrão de organização da sociedade – sistemas globais de alcance
A prática da gestão de redes:
uma necessidade estratégica da Sociedade da Informação
- Redes: apreensão de pássaros
- Hoje: apreender conhecimentos
- Lógica sociedade “dar-dar”, “pegar-pegar”
- Para entrar em uma rede: conhecer objetivos, vontade de participar, saber o que quero e como posso contribuir
- Conceitos de economia: rede deve priorizar fluxos de estoque (pessoas – nós, informação)
- Importância de existir um coordenador / gerente
- Management – qualidades particulares (movimento causa mais estímulo que preocupação, privilegiar participação coletiva, guardar “machismo” no armário) – deve ser mais “feminino”.
Rebeca de Mattos Daminelli
A
Oficina sobre formação de facilitadores para redes de Educação Ambiental
coordenada por Vivianne Amaral foi um sucesso na avaliação e no público (24
pessoas) e teve uma boa representatividade. Do Paraná vieram o João e a Liana
da EA PARANÁ, e Rebeca da Fundação O Boticário. Do RS nossa amigona
comum a Bere e o Pedro (do GEAI), além de uma turma grande daqui da região de
universidades, ONG’s, do Comitê da Bacia do Rio Itajaí, da Secretaria de
Desenvolvimento Social e Meio Ambiente. Como disse a Liana em seu e-mail para a
EA PARANÁ “Gente das mais diferentes formações e atividades profissionais,
unidas por um mesmo objetivo: as redes de EA e a EA propriamente dita”.
O
conteúdo da oficina estava muito bom e promoveu discussões e reflexões
importantes e o estabelecimento de conexões entre as pessoas criando vínculos
que esperamos que se estendam formando e reforçando parcerias. Foi uma boa
oportunidade de discutir sobre a revitalização da REABRI aqui no Vale do Itajaí,
as articulações da EA PARANÁ e do GEAI nas discussões que estão ocorrendo
para a formação das redes. Também foram discutidos muitos obstáculos para o
trabalho em rede e formas de superá-los. Também explicamos sobre o diagnóstico
nacional da EA informando sobre seus objetivos e da visibilidade que os mesmo
está dando as instituições e pessoas. Discutiu-se também sobre o SIBEA e
seus problemas na validação e recuperação dos dados, seu aspecto
quantitativo, mas como poderá ser um instrumento fundamental para as
redes e universidades para uma análise qualitativa do estado da arte da EA no
país. Também uma articulação conjunta no apoio ao VI Encontro Paranaense de
EA e ao II SSBEA.
Relato
de Antônio Fernando Guerra, da REASul
A prática da gestão de redes: uma necessidade estratégica da Sociedade da Informação
*Ana
Cristina Fachinelli,Christian Marcon e Nicolas Moinet
Mais do que
nunca as redes fascinam, perturbam e inquietam nossas sociedades ocidentais
mergulhadas numa complexidade turbulenta. Sob os holofotes, as redes
tecnológicas transformam profundamente nossa sociedade da informação e
alteram ações estratégicas. À esta expansão responde uma dinâmica potente
de construção de redes de atores: indivíduos, empresas e organizações tecem
laços flexíveis que os tornam coletivamente mais inteligentes, ou seja mais
ágeis no processo de adaptação antecipada ou na resposta às diferentes
contingências contextuais. Redes e estratégias entrelaçam-se numa noção
mais ampla voltada ao desenvolvimento da capacidade de agir e decidir num
universo no qual novas tecnologia de comunicação e informação misturam-se à
culturas de redes. Para compreender esse universo, novas referências
estratégicas se fazem necessárias assim como o domínio de alguns aspectos
importantes no que concerne a aplicação de estratégia-rede.
Antes de
criar, de dinamizar ou simplesmente de fazer parte de uma rede, é fundamental
bem compreender a noção de redes. A etimologia da palavra indica para o latim retis
que designava um tipo de malha para prender pássaros, pequenas caças ou
peixes. A noção de rede remete primitivamente à de captura, de caça. Por
transposição, a rede é assim um instrumento de captura de informações. Esta
referência à malha é mais evidente em inglês pois rede é "network",
literalmente uma "rede que trabalha". Imediatamente a noção de rede
aparece mais dinâmica nesta língua que fala mesmo de "networking".
Evidenciar
as relações entre atores não é suficiente para enunciar a existência de uma
verdadeira rede. Uma agenda de endereços, não mais que um anuário de
diplomados, não constitui rede, mas sim uma matéria-prima relacional. Para que
a rede ganhe corpo, é necessário que um projeto concreto, coletivo,
voluntário, proporcione uma dinâmica específica às relações
pré-existentes. Além disso, para adquirir uma dimensão estratégica, uma rede
deve interagir com o campo de ação no qual ela se inscreve. Em resumo a
estratégia-rede supõe compartilhar um projeto que se inscreve num campo de
ação. A proximidade territorial tanto quanto a interdependência econômica
constituem duas lógicas coerentes de definição do campo de ação de uma
rede. A associação formada pelas redes de pequenos supermercados dos
subúrbios do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense inscreve-se nestas duas
lógicas, pois facilitada pela proximidade territorial a sua formação em rede
permite-lhes dispor de maior poder de negociação junto a fornecedores o que
caracteriza a sua interdependência econômica.(1)
Porém, a
rede "simbiótica", na qual todos os atores colaboram com uma obra
comum em pé de igualdade e com zelo permanente, não existe, é ilusória. A
partir desta tomada de consciência deve-se buscar a força da rede nos laços
entre os atores. Num projeto de rede, freqüentemente cruzam-se e afrontam-se os
projetos de cada membro para a rede, os projetos de cada membro para si mesmo, o
projeto da rede para cada membro e enfim o projeto do grupo para si mesmo. As
influências dos atores se encadeiam, cada um jogando sobre a especificidade de
sua contribuição, sobre a atividade que incrementa e sobre sua capacidade de
conectar a rede a outras redes. O resultado disso são múltiplas
configurações, algumas das quais bem características.
Se o projeto
fornece à rede sua dinâmica e as ligações sua coerência, a rede não será
um ectoplasma, uma sombra sem substância pairando sobre um conjunto de atores.
Sem dispor de meios de intervenção, uma rede torna-se estéril, o projeto seca
e os laços se desfazem. A rede deve dotar-se de uma realidade operacional. Esta
repousa sobre a capacidade dos animadores de conferir-lhe: meios
práticos de ação como material, local, orçamento, sistema eletrônico de
comunicação; uma cultura de funcionamento considerando-se algumas regras de
funcionamento, ética, repartição de papéis; recursos
à trocar como informações, influência, conhecimentos, disponibilidades,
agendas de endereços.
Ao escolher
regras de organização que rompem com o modelo tayloriano da autoridade
hierárquica imposta, a rede renuncia às referências habituais que condicionam
os comportamentos. Por exemplo, todo subalterno se beneficia geralmente do
relativo conforto conferido pela aplicação de medidas decididas em nível
superior: a responsabilidade é de outrem, de uma autoridade que solicita-lhe ao
menos que esteja motivado. Se o discurso e a realidade da empresa tendem à
distanciar-se desta caricatura de organização hierárquica, o mergulho na rede
impõe uma ruptura comportamental brutal. É preciso implicar os homens mais do
que aplicar medidas. As lógicas do management
em rede não nos são habituais. A autoridade não se decreta, é adquirida por
adesão. A participação ao projeto não se impõe, é obtida por implicação.
A responsabilidade não se segmenta, cada um é co-responsável. Os laços não
se auto-mantém em razão de uma participação imposta, eles se alimentam da
convivência e da confiança que a sociabilidade própria à rede gera.
Diz-se
freqüentemente que para receber é preciso dar, é a lógica do
"dar-dar" da troca direta e condicionada, dá-se em função do que se
recebe e vice-versa. Mas este tipo de postura é ainda mais prudente e implica
outros pensamentos por detrás de uma situação de estratégia-rede. Por isso
é mais apropriado falar de "pegar-pegar" pois esta postura é mais
transparente. Nesta lógica, é preciso anunciar aos outros membros nossas
expectativas, o que buscamos na rede e que ao encontrarmos pegamos assim como o
que trazemos e que outros podem pegar. Numa verdadeira estratégia-rede, devemos
transpor a lógica do "dar-dar" para o "pegar-pegar".
Enquanto que a primeira supõe uma idéia de cálculo (quanto dar e quanto
receber…) a segunda trabalha mais orientada para a duração, continuidade, e
convivência: trata-se de dizer quem somos, de pôr as cartas na mesa.
Dentro deste
mesmo espírito de continuidade e duração, deve-se gerar uma dinâmica de
aprendizagem. Ao contrário da lógica dos fundos de pensão que exigem uma
forte rentabilidade à curto prazo, a lógica de aprendizagem em rede aposta no
investimento à longo prazo. Por isso as ligações da rede investem e tiram
proveito de uma dinâmica de aprendizagem ao longo do tempo que repousa sobre
uma lógica de memória. No interior de uma rede, duas dinâmicas de
aprendizagem se fazem presentes. A primeira diz respeito à aprendizagem das
competências, que são freqüentemente, e num primeiro momento, tecnológicas.
São as definições concernentes às normas comuns, trocas de informações
técnicas e realizações de projetos de estudos. A aprendizagem relativa à
utilização de uma Intranet entre os membros de uma rede, por exemplo, faz
parte desta dinâmica. A segunda diz respeito à aprendizagem relacional. É a
questão da sociabilidade própria à rede de atores. Esta aprendizagem permite
à cada membro imaginar novas soluções à novos problemas, deixando a cada um
uma margem de iniciativa e de interpretação pessoal.
Como todo
ser vivo, a rede deve priorizar os fluxos sobre os estoques. A eficiência da
rede dependerá antes de mais nada: da capacidade de cada membro de
transmitir-lhe em tempo útil uma informação que não dispunham anteriormente;
de enriquecer informações que já detinham; de fazer crescer seus
conhecimentos e então sua capacidade de análise. Enfim, a eficiência de uma
rede esta ligada à sua capacidade de gerar fluxos no tempo e no espaço. É por
isso que a comunicação é primordial e deve ser realizada em dois sentidos, a
comunicação-transmissão e a comunicação-comunhão… Porém, é preciso
prestar atenção ao zero-estoque. Por natureza a informação é ao mesmo
tempo: uma mensagem transmitida, ou seja, um objeto; um conjunto de
conhecimentos adquiridos, então, um estoque; a ação de informar, ou seja um
fluxo, uma energia que tem conseqüências. Em outras palavras, uma rede implica
uma certa formalização e então, estoques.
Em termos de
atuação, jogar nas interseções confere à rede as suas características
estratégicas uma vez que utiliza para tanto os princípios de base das ações
estratégicas como a liberdade de ação, a economia de forças e a
concentração de esforços. Ora, uma rede inteligente é aquela que está em
condições de combinar estes três princípios. Assim, a sua capacidade de
englobar um território responde ao princípio de liberdade de ação e a web é um exemplo forte disso. A capacidade de ligar atores
heterogêneos e complementares responde ao princípio de economia de forças.
Finalmente, a capacidade de determinar no tempo e no espaço os pontos de
convergência, os nós da rede, responde ao princípio de concentração de
esforços.(2)
Finalmente,
nem um navio, nem uma empresa, nem uma rede podem dispensar um piloto. Porém,
uma vez que sua autoridade não reside nos mesmos fundamentos que uma empresa, o
"manager" da rede deve
dispor de qualidades particulares. Na descrição do seu retrato ideal, ele deve
integrar os princípios da complexidade. O movimento causa-lhe mais estímulo do
que preocupações. Por gosto ele privilegia a iniciativa pessoal, a inovação
e a participação coletiva preferencialmente à ordem, estabilidade e
hierarquia. Extrovertido, ele tem um moral sólido, energia e carisma para
estimular a adesão. Além disso, é preciso guardar o machismo no armário. A
força viril tradicional do chefe hierárquico cede o lugar às qualidades de
abertura, de mobilização, de comunicação, de confiança e de escuta. Em
resumo, o "management" de
uma rede revela-se mais feminino.
No contexto
da Sociedade da Informação, no qual as Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (NTIC) desempenham um papel fundamental, a noção de redes lança
mais luzes sobre este papel. As NTIC são boas como servidores mas nem tanto
como patrões. Elas não são indispensáveis ao funcionamento da rede.
Entretanto, cada vez mais, a rigidez dos processos antigos de comunicação,
muito lentos, muito formais, pouco ágeis para ser suficientemente interativos
são vistos como entraves à circulação rápida da informação e à
reatividade da rede. É bem verdade que o progresso realizado na área das
tecnologias de informação e da comunicação permitem operar conexões
simples, flexíveis, rápidas potentes e suficientemente confiáveis entre
membros espacialmente dispersos de uma empresa, por exemplo. As mudanças de
comportamento que produzirá esta evolução profunda da organização do
trabalho favorecerão rapidamente a adoção de uma cultura de redes de
comunicação. Um número cada vez maior de pessoas explora as redes
tecnológicas na gestão de sua comunicação com suas redes relacionais. É
justamente neste ponto que, um aspecto evidente porém nem sempre assumido,
desempenha um papel definitivo na estratégia-rede: a participação dos homens.
Uma rede é formada por homens. Por isso a importância de se aprofundar as
reflexões a respeito do seu impacto no universo pessoal e social dos
indivíduos. Novos laços e novas organizações se desenham, numa sociedade na
qual os movimentos e as novidades não podem gerar preocupação e sim
estímulos para avançar sempre na direção de novas conexões e de novas
dinâmicas de fluxos.
*Ana Cristina Fachinelli é doutoranda do LABCIS (Laboratório de
Pesquisas em Comunicação e Informação Científica e Tecnologica) da
Universidade de Poitiers-França. Christian
Marcon e Nicolas Moinet são professores pesquisadores do LABCIS.
(1) Ver
revista EXAME edição 733 de 07 de fevereiro de 2001, p.26.
(2) Ver FAYARD Pierre, O Jogo da Interação, EDUCS, 2000.
Este artigo foi publicado na Revista Com Ciência
Texto enviado por Rebeca de Mattos Daminelli
Projeto Apoema - Educação Ambiental