InformaLista
O Informativo da lista “Educação
Ambiental”
Alguns textos apresentados na Lista de Discussão do Projeto Apoema - Educação Ambiental (Antigo Projeto Vida – Educação Ambiental)
Os textos não passaram por revisão ortográfica, portanto, podem haver erros.
PROJETO
CARONA BRASIL
caronabrasil@mailcity.com
OS
QUATRO GRANDES TEMAS E OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Marcos
Sorrentino
As
três, quatro, cinco ou mais ecologias ou dimensões ecológicas, sobre as
São
eles:
Biológicos:
Proteger, conservar e preservar espécies, ecossistemas e o
Espirituais/culturais:
Promover o auto-conhecimento e o conhecimento do
Políticos:
Desenvolver uma cultura de procedimento democráticos, estimular
Econômicos:
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida através da
Esses
quatro conjuntos de temas/objetivos podem ser reduzidos a um grande
Enviada pelo Projeto Carona Brasil em 19.07.2000-07-29
(Re)
Conceituando Educação Ambiental
Educação ambiental é uma coisa
mais séria do que geralmente tem sido apresentada, em nosso meio. É um apelo
à seriedade do conhecimento e, uma busca de propostas corretas de aplicação
de ciências. Uma “coisa” que se identifica com um processo. Um processo que
envolve um vigoroso esforço de recuperação de realidades, nada simples. Uma ação,
entre missionária e utópica, destinada a reformular comportamentos humanos e
recriar valores perdidos ou jamais alcançados. Um esforço permanente de reflexão
sobre o destino do homem , de todos
os homens, face a harmonia das condições naturais e o futuro do planeta
“vivente”, por excelência. Um processo de Educação que garante um
compromisso com o futuro. Envolvendo uma nova filosofia de vida. E, um novo ideário
comportamental, tanto em âmbito individual, quanto na escala coletiva.
Para atingir seus objetivos, a EA , aquela verdadeira e incorruptível
exige uma sensibilidade especial para as coisas da natureza e a melhoria da
estrutura da sociedade. Logo, carece de um certo conhecimento articulado sobre a
região que serve de suporte, para homens habitantes,
homens-produtores, e homens integrados em
certas condicionantes sócio-econômicas.
É impossível consolidar uma corolário de EA exclusivamente em atendendo à
escala planetária ou à escala nacional. Pelo contrário, ele envolve todas as
escalas. Começa em casa. Atinge a rua e a praça. Engloba o bairro. Abrange a
cidade ou a Metrópole. Ultrapassa
as periferias. Repensa o destino dos bolsões de pobreza. Penetra na intimidade
dos espaços dtos “opressores”. Atinge as peculiaridades e diversidades
regionais. Para só, depois, integrar, em mosaico,os espaços nacionais. E,
assim, colaborar com os diferentes níveis de sanidade exigidos pela escala
planetária, um fragmento de astro que asilou a vida e deu origem aos atributos
básicos do ser que pensou o Universo.
A EA obriga-nos a um entendimento claro sobre a projeção dos homens em
espaços terrestres, herdados da natureza e da história. O lugar de cada um nos
espaços remanescentes de uma natureza modificada; o lugar de cada um nos espaços
sociais criados pelas condicionantes sócio-econômicas. E, tempo suficiente,
para pensar na harmonia ou nos desajustes entre as formas de ocupação dos
solos rurais, face à oposição, dinâmica e tendência de crescimento das
cidades. Os organismos urbanos estão sempre invadindo espaços rurais,
produtores de alimentos e matérias
primas: nunca se ouviu falar de espaços urbanos invadidos por atividades agrárias.
Quando se estabelece a cornubação em uma rede de cidades, a emenda das manchas
urbanas implica em um desaparecimento completo da produtividade agrícola
regional.
A preocupação básica da EA é a de garantir um meio ambiente sadio
para todos os homens e tipos de vida existentes na face da Terra. Pretende se
ajudar a preservação da biodiversidade in situ; re-introduzir vegetação onde
for possível; sequestrar o gás carbônico liberado para a atmosfera nos
últimos 100 anos da Revolução Industrial; multiplicar os bancos de
germoplasma necessários à produção de alimentos, e, à introdução ou
re-introdução de biomassas de interesse ambiental, social e econômico.
Resguardar a biodiversidade animal, evitando interferências maiores nos nichos
e habitats que propiciaram condições para a permanência de diferentes espécies.
Enfim, evitar extinções provocadas por ações predatórias, tão
inconsequentes quanto muitas vezes desnecessárias.
Garantir a existência de um ambiente sadio para toda a humanidade
implica em uma conscientização realmente abrangente, que só pode Ter ressonância e maturidade através da EA. Um processo
educativo que envolva ciência e ética, e uma renovada filosofia de vida. Um
chamamento à responsabilidade planetária dos membros de um assembléia de
vida, dotados de atributos e valores essenciais: capacidade de escrever sua própria
História; informar-se permanentemente do que está acontecendo em todo o mundo;
criar culturas e recuperar valores essenciais da condição humana. E, acima de
tudo, refletir sobre o futuro do planeta.
Para alcançar seus objetivos maiores, a
EA defende uma somatória de sanidades. Sanidade do ar. Sanidade das águas.
Sanidade das coberturas vegetais remanescentes. Sanidade do solo e do subsolo.
Uma maior harmonia e menos desigualdades no interior da sociedade. A
possibilidade de uma habitação
adequada e sadia. Um transporte coletivo menos sofrido. Condições razoáveis
no ambiente de trabalho “intramuros”. Nas fábricas e oficinas. Um ambiente
que ajude a prolongar a vida e o bem estar de todos os membros da sociedade:
crianças, velhos e adultos. Não há que pagar um dinheiro extra a título de
salário de insalubridade, quando se sabe que a continuidade dessa atividade, em
condições ambientais tão precárias, é o caminho para a doença, o
envelhecimento precoce, a morte. Há que exigir, sim, um ambiente o mais sadio
possível, no interior de todas as instalações industriais. É imoral e
desumano pagar um pouco mais para que pessoas “esteios de família” vivam
menos.
Enfim, EA exige método, noção de escala; boa percepção das relações
entre tempo e conjunturas; conhecimentos sobre diferentes realidades regionais.
E, sobretudo, códigos de linguagem adaptados às faixas etárias do alunado. É
um processo que, necessariamente, revitaliza a pesquisa de campo, por parte dos
professores e dos alunos. Implica em um exercício permanente de
interdisciplinaridade – a prévia da transdisciplinaridade. Faz balançar o
gasto coreto das velhas disciplinas, eliminando teorizações elitistas e
aperfeiçoando novas linhas teóricas, em bases mais sólidas e de entendimento
mais amplo. Nesse sentido, a EA, bem conduzida, colabora efetivamente para
aperfeiçoar um processo educativo maior, sinalizado para a consquista ou
reconquista da cidadania. É a nova “ponte” entre sabedoria popular e a
consciência técnico-científica. Um artíficio e uma escadaria para se escapar
da impotência e infertilidade da torre de marfim, e esgrimir no céu aberto do
cotidiano.
Não há lugar para se conduzir, no processo educativo, dito ambiental,
tentando impigir noções genéricas para habitantes da beira de um lago ou das
margens de um rio ou “furo” da Amazônia, e estendendo-as para os moradores
dos sertões interiores dou das coxilhas do Rio Grande do Sul. Ou, tentar
utilizar material documentário preparado para alunos residentes em áreas de
solos férteis e rios perenes, projetando-o para meninos ou adolescentes
residentes em rústicos sertões do Nordeste Seco, em que os rios correm apenas
por 5 a 6 mêses durante o ano, e em que as condições culturais e sociais da
população são totalmente diversas. Ou, ainda, pretender usar conhecimentos e
posturas relacionados aos lindos litorais do Brasil atlântico, no ensino
dirigido para crianças, adolescentes e adultos, condenados à vivência das
favelas. Ou , aos pobres trabalhadores, semi-escravos, que mourejam no coração
das selvas.
No balanço do fim de um século restaram poucas contribuições
positivas para garantir o futuro da humanidade no contexto do planeta que
possibilitou o advento da vida. A EA será, com toda certeza, um dos poucos
instrumentos de maior ressonância para a
defesa do futuro. E, para re-educação dos pais através da consciência
cultural de uma juventude que não admite o imediatismo, odeia a guerra e cultua
justiça social.
Enviada por Valter
José em 19.07.2000
PROJETO
CARONA BRASIL
A
AVALIAÇÃO DO ENSINO DE VALORES
Todos
os Temas Transversais trazem conteúdos que, de acordo com a proposta
Entretanto,
é preciso atentar para o fato de que a avaliação de valores,
Ao
colocar a possibilidade da avaliação de atitudes não se pode deixar de
Embora
se possa saber com, quando e onde intervir e que essa intervenção
Deve-se
ter presente que a finalidade principal das avaliações é ajudar os
Capacidades
como dialogar, participar e cooperar são conquistas feitas
BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
nacionais
: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais /
Secretaria
de Educação Fundamental. - Brasília ; MEC/SEF,1998.
Enviada
pelo projeto Carona Brasil em 19.07.2000
COMO SE POLUI UM RIO –
PARTE I
Gil Portugal (janeiro/91)
Em realidade, despoluir ou não
poluir um rio é uma tarefa de múltiplas facetas e exige atuações postas tais
quais um feixe de retas paralelas em uma mesma direção.
Em primeiro lugar, para
coordenar idéias, compete definir aquilo que é, para um rio, o seu elemento ou
elementos vitais, a partir de que ele será um rio "com saúde".
Desculpem-me se, daqui para
frente, passarei a escrever sobre o óbvio mas, se o farei, nada mais é que
para ordenar a linha de pensamento.
Na massa d’água corrente
de um rio existem um sem número de organismos vivos dos reinos vegetal e animal
e em todos os graus de entrosamento. É um ecossistema. E a Natureza nos ensina
que todo ecossistema tem que viver harmoniosamente.
Vejamos, para começar, o
reino animal que está presente no rio. A grande maioria de seus membros devi-do
a ele sobrevive, porque ali se alimenta e respira (oxigênio) ar e por isso eles
são animais aeróbios. Se não exis-tissem no rio alimento ou ar eles
morreriam. Com isso, tira-se a primeira conclusão: o ar, isto é, o oxigênio
é peça indispensável para a sobrevivência do ecossistema, da mesma forma que
o alimento, como para qualquer animal, e que, neste caso é a matéria orgânica.
Acontece que a respiração é a função primordial, visto que, à sua falta o
animal perece de imediato, donde se conclui que o oxigênio é a matéria prima
fundamental para a sobrevivência do ecossistema.
Basicamente, o oxigênio
estará presente na massa líquida por dois processos: a diluição em contato
com o ar atmosférico e a fotossíntese devida aos vegetais. E aí, podemos
chegar à primeira grande conclusão: se não houver diluição de contato e
fotossíntese somadas em quantidade suficiente fornecendo oxigênio para atender
a fauna, ela perecerá gradativamente até a posição de equilíbrio com a
demanda.
O animal respira oxigênio e
expira CO2 (dióxido de carbono), se alimenta de matéria orgânica e a
trans-forma em minerais; a planta absorve o CO2 e através da fotossíntese,
regenera o oxigênio.
Essa teoria é límpida e
certa e com ela, podemos analisar um a um os fatos que fazem "adoecer"
um rio e, com isso, nominar cada reta do nosso feixe de paralelas citado.
Vejamos:
Desmatamentos - A retirada
de um vegetal do solo ou mesmo sua morte, enfraquecerá a resistência mecânica
desse solo graças a fixação que havia pelas raízes. Ao perder essa resistência,
as águas de chuva iniciam um processo de erosão que, invariavelmente, mesmo
que longe do curso d’água, irá carregar para os leitos desse curso,
quantidades anormais de sólidos, levando ao processo de assoreamento.
O assoreamento conduz a dois
acontecimentos, um deles de caráter não ambiental propriamente dito, que é a
diminuição da seção fluída e com isso, provocará alagamento extra-caixa do
rio e o outro ambiental, que se dá pelo soterramento dos vegetais de fundo e
inibição da penetração para eles do oxigênio passando, aí, a ocorrer outro
processo de decomposição do material orgânico soterrado – sem a presença
de oxigênio – através de organismos ditos anaeróbios (que não necessitam
do oxigênio dissolvido para respirarem) mas que, ao invés de darem como
produto o dióxido de carbono e minerais (insumos para a fotossíntese),
produzirão gases derivados de carbono e do enxofre como o metano, as
mercaptanas e os gases sulfurosos, venenos para a fauna aeróbia.
Agrotóxicos - São substâncias
utilizadas em plantações com a finalidade de matar organismos nocivos à saúde
dessas plantações; evidentemente que, essas substâncias, mais cedo ou mais
tarde, pelas chuvas, serão carreadas para um curso d’água, continuando ali
seu efeito tóxico sobre outros organismos que não aqueles a que se destinavam
eliminar. Tais organismos, principalmente os microorganismos, são exatamente
aqueles que se encarregam de fazer a decomposição das substâncias orgânicas
no seio da massa líquida e se eles estão mortos ou doentes, funcionarão como
mais alimentos a serem consumidos, ao invés de transformadores de alimentos.
Adubos - São substâncias
colocadas em plantações com a finalidade de abastecê-las de seus elementos
vitais como o nitrogênio, o potássio e o fósforo, são as
"vitaminas" da flora e estimulam seu crescimento. De uma forma ou de
outra, parte desses adubos serão carregados para os rios e ali incentivarão o
crescimento dos vegetais aquáticos, principalmente os minúsculos como as algas
e esse crescimento exagerado fará acontecer o fenômeno de eutrofização
(proliferação exagerada de vegetais) que turvará de verde as águas,
dificultando a penetração de luz solar imprescindível à fotossíntese (que
é geradora de oxigênio).
Barragens - O
turbilhonamento das águas é fator que facilita a dissolução de oxigênio do
ar na água. Se as águas ficam tranqüilas, caso das águas barradas, a tendência
à oxigenação diminui à montante da barragem e também, fica facilitada a
deposição de poluentes pesados que comprometem o ecossistema; de positivo,
nesse caso, há um favorecimento na depuração das águas à
jusante.(continua...)
Gil Portugal
COMO SE POLUI UM RIO –
PARTE II
Gil Portugal (fevereiro/91)
Finalizando este artigo,
vejamos as outras formas de se poluir um rio.
Lixeiras - Uma lixeira para
lixo doméstico deve se constituir num sistema de proteção que preveja o
recolhimento dos percolados e do "chorume", que nada mais é que um
"caldo" altamente orgânico e que demandará um grande consumo de oxigênio
ao chegar a um curso d’água; não se contando aí a possibilidade do lixo
conter patogênicos, se for oriundo de hospitais.
Lixos Públicos - As populações
ribeirinhas têm, no geral, o costume de lançar seus lixos diretamente nos rios
por suas margens; isso significa mais material orgânico a demandar oxigênio
bem como, materiais biodegradáveis como metais e plásticos que se não afetam
diretamente a saúde do rio, irão causar trans-tornos aos sistemas de captação
das águas para tratamento.
Esgotos Sanitários - Está
aí a causa maior da alta demanda bioquímica de oxigênio de um rio. Estudos
mostram que, para cada pessoa, o esgoto produzido demanda, por dia, um consumo
de 54g de oxigênio das águas do rio, isso sem contar os prejuízos dos não
biodegradáveis que irão influenciar, por efeito direto, na saúde da flora e
da fauna.
Atividades Pastorís - A
criação de animais implica numa concentração não natural de espécies e
consequentemente, focos concentrados de dejetos altamente orgânicos a
sacrificar os cursos d’água, localizadamente.
Abatedouros - Da mesma
forma, há uma concentração não natural de fontes altamente demandáveis de
oxigênio nos cursos d’água, além de outros inconvenientes, como exemplo, as
penas que constituem um grande transtorno de filtração primária nas estações
de captação de águas para tratamento.
A Poluição Atmosférica
por Particulados - A geração e lançamento ao ar de partículas pelas diversas
atividades industriais têm o efeito de cobertura constante dos solos e
vegetais. Tais partículas, mais cedo ou mais tarde, por efeito das chuvas, irão
atingir os cursos d’água, causando efeitos de assoreamento e de turbidez.
Os Pós de Varrição - Da
mesma forma, as partículas geradas nas vias públicas por veículos,
principalmente, irão, mais cedo ou mais tarde, alcançar um curso d’água.
Efluentes Líquidos de
Hospitais e Laboratórios - Não se tem notícias de que haja tratamentos nesses
casos; isso leva, evidentemente, à poluições de caráter patogênico e químico,
respectivamente.
Os Aterros Industriais - O
fenômeno de lixiviação de metais nos aterros industriais sem uma perfeita
proteção do solo, infiltram para os aqüíferos subterrâneos esses metais em
dissolução, terminando seu deságüe em curso d’água.
As Micro-Atividades -
Oficinas, postos de gasolina, fundições, galvanoplastias, cemitérios etc. são
contribuidores constantes de óleos, outros orgânicos e metais.
A Poluição Térmica – O
lançamento de águas quentes um rio causará, de imediato, fenômenos
localizados de desoxigenação pois, o calor favorece a dissipação do oxigênio
dissolvido; além disso, a faixa de temperatura de sobrevivência de peixes e
muitos microorganismos é bastante estreita e, ainda, alguns vegetais têm sua
proliferação acentuada com o aumento de temperatura.
A Poluição por Tensoativos
- Os sabões influenciam para desequilibrar a tensão superficial vital para espécies
de animais que dela dependem para sobreviver; como exemplo a flutuação das
aves aquáticas, as bolhas de ar do besouro d’água etc.
A Poluição por Potencial
Hidrogeniônico - A acidez ou basicidade acentuada, fora da normalidade das águas,
podem levar a mortandade de peixes, muito comum junto a despejos de usinas de açúcar
de cana.
A Poluição por Valor Osmótico
- O fenômeno da passagem de líquidos através de membranas semipermeáveis, na
direção do menos saturado para o mais saturado, aplica-se à vida de animais
acostumados ou à água doce ou à água salgada. Dessa forma, o lançamento de
grande quantidade de sais em água doce é uma forma de poluição e,
paradoxalmente, o lançamento de águas doces e límpidas no mar é, também,
forma de poluição.
Bem, leitor, vou parar por
aqui, mas queria que ficasse registrado que o assunto "saúde de um
rio" é muito mais complexo do que se pensa.
Hoje, como temos assistido,
a preocupação recai quase que exclusivamente nas indústrias. É mais fácil
forçá-las a não poluir, porque os recursos para tal não saem de verbas públicas;
as tecnologias não precisam ser pensadas por organismos públicos para que
descubram aquelas de maior benefício a menor custo etc.
Com isso, apenas um dos
enormes tentáculos do polvo vem sendo cuidado: a poluição devido às indústrias.
Este artigo tem a finalidade
de chamar a atenção para a abrangência do assunto e se refere às formas de
poluição.
Quanto à despoluição, a
certeza é que, deixar de poluir é uma forma de despoluição pois, os cursos
d’água são notavelmente auto-renováveis, bastando que se diminuam as causas
de sua degradação para que eles se recuperem paulatinamente.
Gil Portugal
Enviada em
20.07.2000
Falando em
Educação Ambiental...
Gostaria
de acrescentar algumas idéias que fazem parte de palestra
" A educação Ambiental é um processo educacional
"Este
processo educacional deve ser compreendido no contexto das
"As
principais características da EA:
é
engajada: constitui-se numa ação política
é gradual: exige a prática do dia-a-dia; não se faz
é baseada em exemplos: na coerência do educador;
é transdisciplinar e interdisciplinar ; não é
é dialética !
é racional e intuitiva !
é um ato de amor á vida !
Enviada
por Rogério Menezes, 20.07.2000
Falando em
Educação Ambiental...
Do meu ponto de vista, a educação ambiental deve ser
encarada como uma proposta inovadora para o sistema educacional, já que,
trata-se de uma "disciplina"holística, integradora, onde os
problemas ambientais são encarados sob diversas perspectivas, sendo social,
econômica, ecológica, biológica, geológica, geográfica, etc, etc. Sendo
assim, é possível perceber que trata-se de uma metodologia multidisciplinar e
que deve estar sempre contextualizada com a realidade local dos aprendizes,
situando-os, também, no contexto global. Do modo como eu percebo, é muito mais
fácil ensinar, seja português, matemática, biologia, física, química, etc,
verificando todas as faces de um mesmo fenômeno, fazendo uso de várias
disciplinas. Me parece que o ensinamento fica melhor fixado quando está
conectado com a realidade vivente do grupo que aprende e com algum fenômeno ou
acontecimento que influencia a vida deste grupo. Outro ponto de grande importância
é que a educação ambiental, além de educar para o meio ambiente, deve educar
para a vida em uma sociedade composta por seres humanos únicos e em um planeta
composto por muitas espécies diferentes entre si e com papéis fundamentais e
complementares.
Enviada por Andressa em 15.07.2000
Falando em Educação Ambiental...
Não
tenho a experiência acumulada de muitos desta lista, mas creio que
Sempre
tenho procurado ler sobre o assunto e em cima do que leio e
Acredito
que a EA eh, antes de tudo, um agente modificador de comportamento um processo
(como o próprio nome diz) educacional e, por tanto, eh lento e
Não
acredito que vc vá encontrar um conceito convincente sobre a EA, uma
Pensar
Educação não eh uma coisa fácil, tb tenho esta dificuldade e
Enviada
por Gustavo Borges em 16.07.2000
Falando
em Educação Ambiental...
Vou
colocar a minha visão sobre a Educação Ambiental, porém, devo dizer que
*
Segundo Garrett Hardin (ecologista americano), "a Educação Ambiental está
*
A Educação Ambiental é a prática educacional sintonizada com a vida em
*
A Educação Ambiental trata-se de um processo transformador e
*
Os seres humanos sofrem as conseqüências de suas próprias
"descobertas"
*
Quando a EA não é percebida em seu todo, muitas vezes é aplicada como uma
*
Se tudo continuar como está, o prognóstico para um futuro próximo é
*
A EA nas empresas é importantíssima e vai depender muito dos próprios empresários
e do tipo de produtos que suas indústrias oferecem. Seria
*
Segundo Vilmar Berna, na década de 70, governos internacionais preocupados
*
É no dia a dia que a prática da EA faz-se mais necessária. São pequenos
*
Falar em EA é falar de hábitos e atitudes. Mudar isso não é uma coisa
*
Para finalizar, na minha opinião, a Educação Ambiental é muito mais do que
Enviada
por Bere em 14.07.2000
O
velho e a Jabuticabeira
"O
velho estava cuidando da planta com todo o carinho.
-
Que planta é esta que o senhor está cuidando?
-
É uma Jabuticabeira - respondeu o velho.
-
E ela demora quanto tempo para dar frutos?
-
Pelo menos uns quinze anos - informou o velho.
-
E o senhor espera viver tanto tempo assim?
Indagou
irônico o rapaz.
-
Não, não creio que viva mais tanto tempo, pois já estou no fim da
minha
jornada - disse o ancião.
-
Então, que vantagem você leva com isso, meu velho?
-
Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria Jabuticabas,
se
todos pensassem como você..."
"Não
importa se teremos tempo suficiente para ver mudadas as coisas e
pessoas
pelas quais lutamos, mas sim que façamos a nossa parte, de modo
que
tudo se transforme a seu tempo."
Enviada
por Roswitha em 16.07.2000
Da
Teoria à Prática Ambientalista
Por:
Luciana Cerqueira
Copydesk:
Rafael Tassinari
"O
princípio particular à ecologia ambiental é o de que tudo é possível,
(Felix
Guatarri, em As 3 Ecologias)
Definir
a Ecologia do Meio Ambiente, em primeiro lugar, implica algo
Isto
traz à tona, em primeiro lugar, a constatação de quão distanciados
Sem
conhecer a si próprio, o homem age mecanicamente, negando sua
Assim,
o que mais intriga nas "3 Ecologias" de Guattari é o desafio, quase
"Esta
revolução deverá concernir não só as relações de forças invisíveis em
E
aqui subentende-se a dinâmica do que ele define como Ecologia Mental.
"A
ecosofia mental será levada a reinventar a relação do sujeito com o
Já
sob a ótica social, seu discurso nos fala de flexibilidade frente à
Emprestando
algumas palavras de Paulo Freire, é somente depois de
Este
talvez seja o grande desafio para quem vivencia o movimento
Nesse
sentido, abre-se a perspectiva de um construtivismo, que se apropria
Enfim,
lançado está o desafio: uma mudança de paradigma, ou seja, um novo
*
Desejo, do latim de-sid-erio, provém da raiz sid, da língua zenda,
(J.A.
Gaiarsa, As carícias e o Iluminado, p.12)
Luciana
Cerqueira
jornalista,
membro do Grupo de Estudos
Multidisciplinar
em Educação Ambiental (GEMEA)
do
Instituto Thoreau - São Paulo
Texto
retirado do site http://redepsi.sti.com.br/
O
Valor da Biodiversidade
Por
Nilson Marchioro*
A
Gazeta do Povo, de Curitiba, do dia 10/07/00, traz materia intitulada
E
importante que o Ministerio do Meio Ambiente preocupe-se com a questao
Os
economistas, a bem pouco tempo, deixaram de considerar o meio
Estariam
sendo considerados, por exemplo, o potencial
da
E
intencao do Governo Federal ter esse trabalho de "avaliacao" concluido
Como
profissional das ciencias agrarias e participante de diversos
Se
cada um de nos, como bons brasileiros que somos (ou deveriamos ser),
BECE*
- Brazilian Environment Commodities Exchange
Nilson
de Paula Xavier Marchioro é Eng. Agronomo, doutor em Meio
Ambiente
e Desenvolvimento Rural pela UFPR, doutor em Meio Ambiente pela
Universidade
de Paris 7, diretor presidente da
Cooperativa
Interdisciplinar
de Servicos Tecnicos - INTERCOOP.
E-mail:
<mailto:nmarchioro@intercoop.com.br>nmarchioro@intercoop.com.br.
Intercoop
- Cooperativa Interdisciplinar de Servicos Tecnicos
Rua
Marechal Deodoro 235, sala 1801 - Curitiba - PR - Brasil
Tel:
+55-41 - 232-8029 - Fax: +55-41 - 225-5697
Enviada
por Carlos Alberto em 14.07.2000
ESCOLA,
COMUNIDADE E PROBLEMA AMBIENTAL
Cabe
à Escola auxiliar na formação cultural do estudante, preparando-o para
Percebemos
que a definição está incompleta, ao considerar que novas
Muitas
teorias são reformuladas quando sua validade é colocada à prova, e
Isso
nos faz pensar no laborioso processo de aperfeiçoamento dos
De
outro lado, no perigo de estagnação do saber na escola que se crê
A
Escola só cumprirá bem sua missão se mantiver um intercâmbio dinâmico,
A
função da educação sistemática da Escola e assistemática da Comunidade se
No
redirecionamento da Educação participativa e Integral, a Escola e a
Referência
Bibliográfica
PIRES,
Maria Ribeiro Educação ambiental na escola. Belo Horizonte: Soluções
Criativas
em Comunicação, pg. 28, 1996.
FUNDAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
PROJETO
CARONA BRASIL - EMBARQUE NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
caronabrasil@mailcity.com
- FONE (053) 9108 11 04
Av.
Itália, km 08 - Carreiros - Caixa Posta 474
CEP
96200-900 - Rio Grande - RS
Enviada
pelo Projeto Carona Brasil em 19.07.2000
A
DECOMPOSTEIRA DOMÉSTICA
Gil
Portugal
A
Agenda 21-Local já começou a estabelecer subtemas na Comissões Temáticas
É
um subgrupo que pretende discutir com a maior profundidade possível o
Além
de ser apresentada ao subgrupo, pelo autor deste artigo, para debate, a
A
Decomposteira Doméstica foi uma idéia bastante interessante colocada pelo
Como
todos sabemos, hoje, todas as espécies de lixos denominados domésticos,
Uma
das espécies, a essencialmente orgânica, composta de restos de
Pois
é, o Biólogo Toledo desenvolveu a decomposteira doméstica que nada mais
Pela
ação das bactérias aeróbias e de minhocas do tipo canadense e do ar que
As
minhocas se reproduzem bastante e parte delas pode até ser retirada para
Tal
sistema de decomposteira que já vem sendo estudado há mais de 10 anos
O
subgrupo do Lixo já pensa em levar a decomposteira para as escolas como um
Gil
Portugal
Nota
(em julho d 2000): a decomposteira já está em uso como educação
ambiental
em diversas escolas de Volta Redonda. O endereço do Biólogo Luiz
Toledo
é: Rua 7, no 16, Bairro Conforto - Volta Redonda - RJ CEP - 27180-000
Enviada
em 24.07.2000
Se
a raça homem pensasse assim a natureza continuaria preservada
A
SABEDORIA DO SAMURAI
Conta-se
que perto de Tóquio, capital da Japão, vivia um grande Samurai.
Já
muito idoso, ele agora se dedicava a ensinar o Zen aos jovens.
Apesar
de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar
Certa
tarde apareceu por ali um jovem guerreiro conhecido por sua total
Era
famoso por usar a técnica da provocação.
Utilizando-se
de suas habilidades para provocar, esperava que seu
Assim
que soube da reputação do velho Samurai, propôs-se a não sair dali
Todos
os discípulos do Samurai se manifestaram contra a idéia, mas o
Foram
todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares
Durante
horas fez tudo para provocá-lo mas o velho permaneceu sereno e
Desapontados
pelo fato de o mestre ter aceitado calado tantos insultos e
O
sábio ancião olhou calmamente para os alunos e, fixando o olhar num
"Com
quem tentou entregá-lo", respondeu o discípulo.
"Pois
bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação e também
"Quando
não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo."
Enviada
por Fernando em 19.07.2000
Os Estatutos do Homem
(Thiago de Mello)
Fica
decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida, e que de
Fica
decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais
Fica
decretado que a partir deste instante, haverá girassóis em todas as
Fica
decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem.
Que
o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento
O
homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.
Fica
decretado que os homens estão livres do jugo da mentira.
Nunca
mais será preciso usar a couraça do silêncio, nem a armadura de
O
homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser
Fica
estabelecida, durante dez séculos, a prática
sonhada pelo profeta
Por
decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e
Fica
decretado que a maior dor foi e sempre será não poder dar-se amor a
Fica
permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas
Fica
permitido a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida, o uso do traje
Fica
decretado por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso
Decreta-se
que nada será obrigado nem proibido. Tudo será permitido,
Fica
decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das
Fica
proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos
A
partir deste instante a
Enviada
em 10.07.2000
01) LIXO QUE NÃO É
LIXO:
Muitas campanhas de
reciclagem de lixo são divulgadas, quase todos já ouvimos falar delas. Mas o
que muitos não percebem é que fazendo a reciclagem, evitamos de extrair cada
vez mais matéria prima para a produção dos bens de consumo. Quase tudo o que
consumimos e podemos reciclar é produto ou subproduto do beneficiamento de
algum recurso natural não renovável. Para padronizar a coleta do lixo reciclável,
o mundo inteiro adotou padrões de cores para a coleta seletiva do lixo, desse
modo cada produto que sofrerá um processo diferente de reciclagem é depositado
na sua devida caixa de coleta.
OBJETIVOS: Divulgar as cores internacionais usadas nos depósitos de lixo
reciclável. Perceber quais tipos de matérias primas são utilizadas para a
fabricação dos diversos tipos de bens de consumo e quantos tipos diferentes são
empregados em um mesmo produto. Trabalhar os conceitos de recursos naturais
renováveis e não renováveis.
PROCEDIMENTO: O professor deverá providenciar 06 recipientes plásticos,
de papelão ou de metal nas cores AMARELO, VERMELHO, AZUL, VERDE, BRANCO e
PRETO, de acordo com as normas mundiais de coleta seletiva de lixo. Deverá também
providenciar exemplares de cada tipo de lixo produzido pelo homem (garrafas plásticas,
jornal, latas de refrigerante, etc.), é interessante que o material escolhido
seja encontrado pelas crianças no seu dia-a-dia. Faça um grande círculo com
as crianças e coloque no centro dele um recipiente com o lixo dentro. Peça
para que cada criança pegue algum objeto (lixo) no interior do recipiente sem
olhar (o professor também poderá distribuí-los aleatoriamente), depois peça
para que um de cada vez vá falando os componentes de cada objeto, de onde vem a
matéria prima para a sua fabricação, e se esta matéria prima é um recurso
natural renovável ou não (Ex: Lata de leite em pó. A lata é feita de metal,
o metal tem como matéria prima o minério de ferro, o minério de ferro é um
recurso natural não renovável; o rótulo da lata é feito de papel, o papel é
fabricado a partir da celulose, a celulose é extraída das árvores, as árvores
são um recurso natural renovável). Depois disso, cada criança deverá colocar
o seu lixo no recipiente que achar próprio para isto. Feito isso, o professor
deverá pegar cada lixo e, junto com as crianças, analisar se ele foi colocado
no recipiente de cor correspondente ao seu destino para a reciclagem. Aproveite
para fazer as correções e repita a atividade comparando os resultados.
Obs: Não indique nos
recipientes que tipo de lixo deve ser depositado neles, deixe que as próprias
crianças tentem descobrir. Somente ao final do jogo é que você deverá dizer
qual cor corresponde a qual tipo de lixo.
PERGUNTAS: 01) Discuta com as crianças a importância de se reciclar do
ponto de vista da diminuição da necessidade de se explorar menos os recursos
naturais.
02) Pergunte-lhes se podem descobrir o motivo pelo qual existem cores
adotadas mundialmente para os coletores de lixo reciclável? Dessa forma, qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo saberá em qual
coletor depositar o lixo correspondente. A separação do lixo a partir dos
coletores propicia uma otimização da coleta, cada tipo de lixo reciclável
pode ser coletado por um caminhão próprio que o leva para usina de reciclagem
adequada, barateando os custos com a coleta e separação do lixo.
MATERIAL NECESSÁRIO: 06 recipientes nas cores das normas internacionais
da coleta seletiva de lixo. São elas: amarelo (para metal), vermelho (para plástico),
azul (para papel), verde (para vidro), branco (para lixo orgânico) e preto
(para outros tipos de material).
Lixo produzido pelo homem:
garrafa de plástico, frasco de vidro, revista, jornal, pão velho, pilha, lâmpada
lata de refrigerante, pneu, copo descartável, papel higiênico, pedaço de
madeira, telha, etc.
Enviada
por Gustavo Borges em 22.07.2000
Salvando
vidas...
Digamos
que às 4 e meia da tarde, você está indo para casa, sozinho, de carro, depois
de um dia bastante pesado no serviço. Não só porque trabalhou bastante, como
também porque você teve uma discussão com seu chefe e não houve jeito de fazê-lo
entender seu ponto de vista.
Você está realmente aborrecido...
De repente, você sente uma dor muito forte no peito, que se irradia
pelo braço e sobe até o queixo. Você está a uns 8 quilômetros do hospital
mais próximo e não tem certeza se vai conseguir chegar até lá...
O que fazer ?
Como conseguir sobreviver a um ataque cardíaco se estiver sozinho?
É muito freqüente as pessoas passarem por essa situação !.
Sem assistência, a pessoa cujo coração pára de funcionar
adequadamente e que começa a sentir que vai desmaiar, tem apenas 10 segundos
antes de perder a consciência !
O que fazer para sobreviver quando estiver sozinho ?
RESPOSTA:
Essas vítimas podem ajudar a si mesmas tossindo com força repetidas
vezes.
Inspire antes de tossir, tussa profunda e prolongadamente, como quando
está expelindo catarro de dentro do peito.
Repita a seqüência inspirar/tossir a cada dois segundos, até que
chegue algum auxílio ou até que o coração volte a funcionar normalmente.
A inspiração profunda leva oxigênio aos pulmões e a tosse contrai o
coração e faz com que o sangue circule. A pressão da contração no coração
também o ajuda a retomar o ritmo normal. Desse modo, uma vítima de um ataque
cardíaco pode fazer uma ligação telefônica e, entre as inspirações, pedir
ajuda.
Artigo publicado no nº 240
Jounal of General Hospital Rochester
Enviada
por Silvia em 17.07.2000
UM RIO
Gil Portugal (maio/97)
Muitas vezes, nas andanças
que faço pelos livros da vida, invejo aqueles que em momentos de feliz inspiração
escrevem trechos que são verdadeiras obras de arte. Às vezes não são poetas
e nem prosistas, são técnicos que, num arroubo, conseguem mesclar com maestria
ensinamentos científicos e tecnológicos com belas prosas comparadas.
Assim, não poderia deixar
o leitor do DIÁRIO DO VALE longe de desfrutar, como eu desfrutei, de uma pérola
de autoria de um dos maiores professores de saúde pública que o Brasil
conheceu – Samuel Murgel Branco; se não vejamos, na íntegra, sem comentários,
o que ele escreveu:
"Phelps, o grande clássico
da poluição das águas, é autor de uma frase de grande inspiração, a qual
tornou-se bíblica para os sanitaristas e que, muito justificadamente, vem sendo
reproduzida em inúmeros trabalhos que tratam da proteção dos rios. Diz ela:
‘Um rio é algo mais que um acidente geográfico, uma linha no mapa, uma parte
do terreno imutável. Ele não pode ser retratado adequadamente em termos de
topografia e geologia. Um rio é um ser vivo, um ser dotado de energia, de
movimento, de transformações’.
Um rio é vivo na medida em
que contém infra-estruturas vivas. Tal como o sangue que circula em nossas
veias, o rio contém células que nutrem e que respiram oxigênio. Quando morto,
essas células perecem, e ele se decompõe; proliferam, então, os seres que
produzem a sua degradação, e ele exala os odores mefíticos da putrefação. O
rio poluído é um rio morto.
Um rio pode morrer por
falta de alimento, como qualquer ser vivo; e também, como qualquer ser vivo,
pode morrer de indigestão. À indigestão segue-se a asfixia, isto é, o oxigênio
disponível torna-se insuficiente à sua respiração, ou seja, à oxidação de
todo alimento que foi ingerido. Ele morre tranqüilamente, sem dores, sem
estremecimentos e, rapidamente, o cadáver entra em decomposição.
O rio nasce, sempre numa
região elevada. Pode ser no alto de uma montanha. Em sua infância, é leve e
irrequieto, como qualquer criança ou animal novo: corre, salta, ora atirando-se
de grandes alturas, ora cascateando ruidosamente por entre os seixos, ora
descansando, ofegante, em seu leito de areia branca e brilhante. Seu aspecto é
sadio e límpido, irradiando pureza; seu corpo é fresco como o orvalho da manhã;
sua cor é o puro azul do céu refletido. Seu alimento é o que lhe proporciona
o seio fértil da Terra-mãe.
Depois cresce. Suas águas
se avolumam. Torna-se majestoso e tranqüilo. Viaja. Percorre grandes planícies,
profundos vales, circunda montanhas, salta perigosos penhascos. Conhece o homem.
Avizinha-se de suas cidades, trabalha para ele – move seus engenhos,
transporta suas embarcações, dessedenta-lhe os rebanhos e as plantações,
oferece-lhe seus peixes e prova o sabor amargo de sua ingratidão.
A princípio, sente-se
beneficiado e recompensado pelo auxílio prestado. O homem represa-o, sofreando
seu ímpeto juvenil, domesticando-o e oferecendo-lhe amplos leitos para seu
repouso. Além disso, ao irrigar as plantações, recebe pequenas parcelas dos
mesmos alimentos empregados na lavoura para dar viço às plantas. Sente-se
fortalecido; suas células reproduzem intensamente, captando as energias que o
sol proporciona prodigamente às suas águas tranqüilas e cristalinas e
produzem alimento farto e oxigênio abundante aos seus peixes. De repente, porém,
sente-se traído. As águas que ele, de forma tão benigna, oferecia ao homem
para saciar-lhe a sede, são-lhe devolvidas carregadas de imundices. Alimento,
sim, mas impregnado de tantas substâncias estranhas e bactérias nocivas que
lhe é difícil digerir. Além disso, em tão grande quantidade que a maior
parte permanece indigesta, formando um lodo escuro e fétido, em seu leito, ou
em fina suspensão, em suas águas, impedindo a penetração benéfica dos raios
de sol e soterrando pequenos e indefesos animais.
E não é só isso. Ao
passarem suas águas pelo interior das indústrias tornam-se veículos de toda a
sorte de tóxicos, detritos, graxas, sabões, tintas e outros muitos compostos
que conspurcam totalmente aquilo que fora outrora seu maior motivo de orgulho:
sua espelhada superfície azul. Ao sair da cidade ele sofreu uma total
transformação. Suas águas tornaram-se negras e fétidas. Seu leito é sujo e
lodoso. Sua superfície é coberta dos mais variados tipos de corpos flutuantes:
uma camada de óleo impede seu crispar de prazer ao roçar acariciante da brisa;
espessas crostas de espuma acumulam-se em suas curvas, outrora graciosas;
borbulhas de gases mefíticos, desprendidos de seu leito, explodem à superfície,
formando pequenos círculos concêntricos na água negra e pesada; latas velhas,
papéis e toda uma enorme variedade de imundícies são transportados juntamente
com a multidão dos cadáveres de seus peixes asfixiados, envenenados, destruídos
pela insalubridade do ambiente.
E o rio, em sua plena
juventude, sente essa asfixia. Sente o envenenamento. E morre. Miríades de
pequenos gérmens tomam conta de seu corpo, destruindo suas células, seus
peixes, suas plantas, produzindo o seu apodrecimento. O mau cheiro, agora, não
se desprende apenas do lado precipitado no leito, mas sim de toda água, em
todos os seus níveis. Suas águas – se ainda merecem esse belo nome – não
mais transportam a vida; somente a morte. De Danúbio ele passou a
Aqueronte."
Gil Portugal (transcrição)
Enviada
em 20.07.2000
AGESTADO:
Cientistas defendem adoção de transgênicos
Brasília - Cientistas de sete academias de ciências do mundo, entre
elas a brasileira, divulgam hoje, em Londres um relatório técnico defendendo a
adoção de plantas geneticamente alteradas (transgênicas) na agricultura, como
forma de reduzir a fome no planeta e melhorar a qualidade da alimentação da
população. O documento também traz recomendações aos países que optarem
pelos transgênicos, entre elas um controle rígido na produção de alimentos
modificados para dar segurança aos consumidores.
O presidente da Academia Brasileira de Ciências, Eduardo Moacyr Krieger,
reuniu-se ontem com o ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, a
quem entregou cópia do relatório. Krieger explicou que o documento é uma visão
científica e socialmente equilibrada das pesquisas feitas até agora em relação
aos transgênicos. O texto é assinado por cientistas dos Estados Unidos, China,
Índia, México, Inglaterra, Brasil e de países do Terceiro Mundo (reunidos na
Academia de Ciências do Terceiro Mundo).
Na visão dos cientistas, os alimentos transgênicos podem ser mais nutritivos,
estáveis quando armazenados e capazes de promoverem saúde. O documento
reconhece ainda que os alimentos alterados geneticamente podem ser uma saída
para reduzir a fome no planeta - estima-se que hoje 800 milhões de pessoas (16%
da população do mundo) passem fome.
Segundo o relatório, a falta de comida é hoje responsável por 50% dos 12 milhões
de crianças com menos de 5 anos de idade mortas anualmente em países menos
desenvolvidos. Para os cientistas, as empresas privadas e instituições de
pesquisa deveriam adotar medidas para compartilhar a tecnologia dos transgênicos
e, com isso, garantir seu uso para aliviar a fome e melhorar a segurança
alimentar em países em desenvolvimento.
Debate - "A proposta do relatório é informar a população sobre o
uso correto dos transgênicos", disse Krieger. Ele também explicou que os
cientistas pretendem, a partir desse trabalho, desencadear nos países uma ampla
discussão sobre os transgênicos. Segundo Krieger, a comunidade científica
mundial está preocupada com a questão e se propõe a colaborar com seus
conhecimentos para eliminar as dúvidas existentes quanto ao tema.
No relatório, os cientistas lembram que é preciso melhorar a produção e
distribuição de gêneros alimentícios e defendem novos esforços do setor público
para criar plantações de transgênicos, como meio de beneficiar agricultores
pobres em nações em desenvolvimento.
Efeitos - Eles recomendam a criação de sistemas regulares de saúde pública
em todos os países que optarem pelos transgênicos. O objetivo desses sistemas
é identificar e controlar efeitos potencialmente adversos que podem surgir de
plantas transgênicas.
Segundo os cientistas, a modificação de características qualitativas e
quantitativas das plantas pode aumentar o valor nutricional dos alimentos, além
de ajudar a saúde humana e combater a má nutrição. Mas, nesse caso, eles
recomendam que a pesquisa de transgênicos e seu desenvolvimento deve ser
focalizada em plantas que permitam melhorar a estabilidade da produção, trazer
benefícios nutricionais ao consumidor e reduzir os impactos ambientais.
O relatório ainda sugere a separação de plantações transgênicas destinadas
a produções farmacêuticas e químicas das de alimentos. Os cientistas opõem-se
à introdução de produtos que causem alergias e propõem controles rígidos
sobre a toxicidade dos alimentos. A comunidade científica diz-se preocupada com
o uso de genes resistentes a antibióticos.
Chico Araújo
Enviada
por Carlos Alberto em 11.07.2000
Projeto Apoema - Educação Ambiental