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O Informativo da lista “Educação
Ambiental”
Alguns textos apresentados na Lista de Discussão do Projeto Apoema - Educação Ambiental (Antigo Projeto Vida – Educação Ambiental)
Os textos não passaram por revisão ortográfica, portanto, podem haver erros.
"A hora em que você precisa fazer alguma coisa é quando ninguém
mais quer fazê-la ou quando todos dizem que é impossível."Eudora Welty
EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
A PRODUÇÃO DO SUJEITO
E A QUESTÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
Aloísio
Ruscheinsky[1]
O
artigo pretende destacar alguns conceitos e autores que trabalham com a ênfase
nos temas da representação social. Cujas contribuições parecem
fundamentais para a educação ambiental, partindo do suposto de qualificar os
referenciais teóricos neste campo novo de pesquisa e de prática social.
Consideramos o momento histórico em que medidas na área de educação
ambiental parecem necessárias e urgentes para dar um outro rumo às relações
do ser humano com os outros elementos que integram o meio ambiente. A forma
como grupos sociais ou setores da sociedade constroem suas representações
sociais em torno de temas ambientais, bem como os elementos constitutivos,
pode ser o ponto de partida para
o entendimento, a proposição e a eficiência do trabalho pedagógico em
educação ambiental. Cabe esclarecer, que se trata de um projeto em
andamento, não sendo possível apresentar os resultados por inteiro e as
respectivas conclusões.
Palavras-chave:
representações sociais, sociedade, sujeito
O
processo de educação ambiental pode ser caracterizado como uma temática
emergente, especialmente considerando as preocupações com setores da
sociedade de consumo, com os resíduos industriais, com populações de risco,
com o limite dos recursos naturais renováveis. Ao que tudo indica, a modificação
de valores alicerçados no consumo, do comportamento em face de crescentes
riscos ambientais pode ser explicado em termos da representação social.
A
formação de recursos humanos para a construção de uma perspectiva de educação
ambiental conseqüente requer que se contemple a dimensão subjetiva. Aliás,
tomando como referência a origem da palavra (forma + ação) devemos
reconhecer a agregação do conteúdo, da compreensão, de visão de mundo e
uma forma determinada prática social. Os atores sociais envolvidos com educação
ambiental indubitavelmente terão maior garantia de êxito na medida em que
souberam relacionar de uma aspectos peculiares e gerais, o subjetivo e o
objetivo, o material e o cultural. Da mesma forma, os programas públicos
voltados ao meio ambiente terão sua eficiência incrementada com o endosso
efetivo dos cidadãos e para cujo intuito o trato das representações sociais
parece de suma importância. Com o enfoque e a caracterização das representações
sociais pretende-se oferecer uma contribuição à temática da elaboração
de programas públicos, que combinem desenvolver aspectos que conjuguem a
cidadania e educação ambiental.
A
temática da representação social comparece ordinariamente na análise das
ciências sociais referindo-se à imagem do social, através da qual os indivíduos
elaboram a compreensão do seu universo. As construções do imaginário
humano sobre o real exigem repensar de maneira constante o caráter atribuído
à relação entre mundo material e simbólico, entre o objetivo e o
subjetivo, entre os fatos e a respectiva compreensão.
Na
vertente da sociologia das representações sociais, por vezes também
denominada de representação coletiva ou consciência coletiva, onde os
efeitos sociais se sobrepõem aos indivíduos. A associação entre os indivíduos
reflete uma totalidade ou compreensão geral do social que se sobrepõe às
partes que o formam. Nesta visão o conhecimento das partes, do particular e
do efêmero, ainda não dá acesso imediato às representações sociais, que
por sua vez consolidam-se como fenômeno real. No campo da interpretação por
certo não há unanimidade de ênfases, pois sob uma perspectiva as representações
exercem uma espécie de coerção sobre os indivíduos para agir num sentido
determinado e sob outra as representações assumem em seu conteúdo como uma
apreensão peculiar dos fenômenos sociais.
A
discussões realizadas no campo das ciências sociais a propósito da ênfase
nas representações sociais provém desde os clássicos na sociologia. Na
origem as investigações encaminhavam-se na compreensão dos universos societários
de grupos peculiares, detectando o modo pelo qual os sujeitos se concebem a si
mesmos em seus múltiplos relacionamentos. As representações, embora
mantendo a especificidade coletiva, só se manifestam através das expressões
individuais do agir, pensar, sentir e existir. Possuem uma dupla dimensão: do
individual enquanto participação na sua elaboração em conjunto com uma
multiplicidade de outros indivíduos e do coletivo como forma de comungar com
muitos outros indivíduos as mesmas percepções e cujo resultado escapa ao
controle individual. Para o nosso
uso basta reter que o termo se refere a categorias de pensamento, de compreensão
e de comportamento através das quais em sociedades determinadas se elabora e
se expressa a realidade circundante.
As
representações sociais constituem-se a partir de maneiras de pensar, sentir
e fazer socialmente estabelecidas, destacando uma pluralidade de ações e
similitude de compreensões. Essas perspectivas, uma vez formadas e fundadas,
adquirem a capacidade de agregar indivíduos e ao mesmo tempo tornando possível
a vivência na sociedade.
REVER
OS FUNDADORES
Rever
os fundadores das ciências sociais modernas constitui-se uma tarefa
fundamental na formação de recursos humanos. Uma vez que, se nem tudo já
está presente nos clássicos, entretanto diversos enfoques encontram neles o
seu berço e ancoradouro. Sem sombra de dúvida, o nexo entre representação
social e a proposta de educação ambiental será uma construção a ser
realizada pelos intelectuais e ativistas contemporâneos.
Uma
breve referência a afirmações primordiais da obra “as
regras do método sociológico” de Durkheim tornam-se ilustrativas da
emergência do conceito. “A consciência coletiva é uma síntese sui
generis das consciências particulares. Esta síntese tem por efeito produzir
todo um mundo de sentimentos, de idéias, de imagens, que uma vez nascidos
obedecem às leis que lhe são próprios. (...) As representações coletivas
traduzem a maneira como o grupo se pensa nas suas relações com os objetos
que o afetam. Para compreender como a sociedade se representa a si próprio e
ao mundo que a rodeia, precisa considerar a natureza da sociedade e não a dos
indivíduos. (...) Constituem objeto de estudo tanto quanto as estruturas e as
instituições: são todas elas maneiras de agir, pensar e sentir, exteriores
ao indivíduo e dotadas de um poder coercitivo em virtude do qual se lhes impõe”
(Durkheim, 1978, p. 77, 79, 88).
Segundo
o autor, as categorias surgem ligadas aos fatos sociais, sendo que as
representações são fatos sociais passíveis de observação e interpretação
a partir de um método sociológico. A observação revela que as representações
sociais constituem um grupo de fenômenos sociais, reais, dotados de
propriedade e formas específicas. Na tendência da sociologia preocupada com
as delimitações das funções sociais dos respectivos elementos
constitutivos do social há um sério perigo implícito de esquecer a força
do que vem a ser o significado da ação coletiva como constitutiva de relações
sociais. As representações sociais ou coletivas possuem a sua qualidade móvel
que obedece às leis do movimento e ancora-se na dinâmica do social. Na sua lógica
própria e funcional amparam-se em aspectos relativos ao consensual e à
reificação, ao mesmo tempo, sob a ótica da crítica ao estritamente
funcional, abrem-se permanentemente para a prática dos sujeitos sociais que
desafiam e, se necessário, transformam o real.
Na
compreensão da sociologia marxista a formulação do problema da representação
social na vertente funcionalista elimina o pluralismo fundamental da realidade
social, em particular as lutas, conflitos, contradições e antagonismos de
classe. Segundo Marx, para uma parcela dos filósofos do seu tempo, as mudanças
da sociedade adviriam da substituição das “falsas representações”, das
quimeras e das ilusões, por pensamentos correspondentes à essência do homem
e de seus relacionamentos. Dirá que as representações sociais possuem outro
ancoradouro, especialmente pelo enfoque da relação entre base material e
construção da cultura.
“A
produção das idéias, das representações, da consciência está
diretamente entrelaçada com a atividade material e com o intercâmbio
material entre os homens, com a linguagem da vida real. (...) Os homens são
produtores de suas representações, de suas idéias, mas os homens reais,
ativos tal como se acham condicionados por um determinado desenvolvimento de
suas forças produtivas e por intercâmbios que a ele correspondem” (Marx
& Engels, 1984, p.35 e 44). A consciência das relações sociais
constitui-se fundamentalmente como um produto social, apresenta-se mediada
pelo meio sensível mais próximo, bem como vale-se da conexão limitada com
outros indivíduos e coisas fora do indivíduo. Neste sentido, tornou-se
famosa e controvertida a afirmação emblemática da vertente marxista, quando
afirma que as circunstâncias fazem os homens, mas também os homens fazem as
circunstâncias.
Para
a perspectiva da sociologia compreensiva e a abordagem fenomenológica o
aspecto mais criticado da teoria durkheimiana se refere ao poder de coerção
atribuído à sociedade sobre os indivíduos. O cotidiano é dotado de
significados e intrincado de estruturas lógicas de relevância para os atores
sociais em determinado contexto social. Estes significados consolidados pelos
atores podem ser objeto de estudo dos cientistas sociais, com o intuito de
auscultar as compreensões e representações do cotidiano. A compreensão do
mundo, das relações sociais se dá a partir de um conjunto de experiências
próprias e de outros indivíduos, consolidando-se um tecido de significados
instituídos pela ação humana (Minayo, 1995). As definições dotadas a
partir do cotidiano trazem conseqüências e são de fundamental importância
para o tipo de ação social empreendida para manter, modificar e construir
relacionamentos situacionais.
Na
sociologia compreensiva de Weber a base material e as idéias encontram-se
numa relação adequada em que ambas se condicionam ou ambas são
condescendentes ante a mútua influência. Trabalha de maneira peculiar as noções
de visão de mundo como mentalidade, ação social, concepções, idéias e
valores. A representação social ou concepção da ação sobre o real inclui
os respectivos juízos de valor e consolida em seus resultados a eficácia das
idéias na construção da história.
A
partir do estudo sobre as formas de organização político-social, sobre a
relevância da vontade política na conformação das relações sociais,
Weber aponta para a relativa autonomia do mundo das representações. Em
diversas oportunidades somou esforços tentando demonstrar a possibilidade
concreta de se estudar a eficácia histórica das idéias. Entretanto alerta
para a necessidade de se conhecer em cada caso particular quais os ângulos
metodológicos selecionados, quais os fatores e a causalidade que contribuem
para configurar determinado fenômeno histórico ou ação social. Cada situação
histórica, cada ator social, cada atribuição de significado pode configurar
relações peculiares como determinantes para a sua configuração.
AÇÃO
PEDAGÓGICA E VISÃO DE MUNDO: GRAMSCI
Mais
ou menos somos herdeiros de percepções fragmentadas e contraditórias que
obtivemos das relações sociais. Gramsci tem trabalhado mais diretamente o
campo das representações sociais quando elucida através do tema na
abordagem da cultura, ao tratar do senso comum e do bom senso. Todavia, ainda
de forma mais específica examina aspectos do assunto ao deslindar as contradições
da compreensão do mundo dos setores subalternos, vindo a destacar a freqüente
desconexão entre interesses, compreensão dos relacionamentos e prática política.
Está fundamentalmente preocupado com a questão pedagógica da construção
da hegemonia, rumo no qual considera os efeitos do senso comum, a solidez das
crenças, bem como pretende
elucidar o seu valor como potencial ou limitação das mudanças sociais. Os
valores, a cultura, as visões de mundo, as idéias são apontados como
capazes de produzir normas de conduta por novas relações sociais ou compele,
punge e incentiva o conformismo. O senso comum enquanto representação social
e mesmo como pensamento fragmentado e contraditório, deve ser considerado na
investigação sociológica e recuperado criticamente, uma vez que ele
corresponde ao nível de compreensão do mundo e às condições culturais
reais de vida.
Na
obra concepção dialética da história
aponta a abrangência da sua abordagem. “Pela própria concepção de mundo,
pertencemos sempre a um determinado grupo, precisamente ao de todos os
elementos sociais que partilham de um mesmo modo de pensar e agir. Somos
conformistas de algum conformismo, somos sempre homens coletivos. Nossa própria
personalidade é composta de uma maneira bizarra: nela se encontram elementos
dos homens da caverna e princípios da ciência mais moderna e progressista;
preconceitos de todas as fases históricas passadas, grosseiramente localistas
e intuições de um futuro filosófico” (Gramsci, 1986, p. 12). O autor
possui uma nítida preocupação com os elementos que venham a influir na
determinação da realidade. Neste sentido, o bom senso pode atingir uma
compreensão de ordem diversa daquelas que se atingem por meio da razão ou do
conhecimento discursivo ou analítico. A concepção de mundo de uma época é
a combinação de diversos elementos, culminando em determinada direção e
norma da ação coletiva.
As
representações sociais se manifestam num amplo leque de determinações como
em palavras e sentimentos, em propostas e ação política, em compreensões e
práticas, em propósitos e ilusões. Ao se exercitar o leque apontado
confere-se necessariamente um nexo com o processo de institucionalização,
portanto, podem e devem ser analisados a partir da compreensão das estruturas
e dos comportamentos sociais. A sua medição privilegiada consolida-se através
da linguagem enquanto leitura do mundo, ou mediante a prática social e os
embates com outros atores. A representação social em Gramsci corresponde à
visão de mundo dos diferentes grupos e expressa as contradições e conflitos
presentes nas condições em que foram engendradas. Portanto, tanto o “senso
comum” como o “bom senso” nas expressões do autor consolidam formas de
representação social observáveis, capazes de revelar a situação contraditória
da organização em que os atores sociais estão inseridos.
Através
do breve percurso acima manifesta-se a amplitude do conceito de representação
social. O intento da pesquisa refere-se ao estabelecimento do nexo entre o
referido conceito e a questão contemporânea da educação ambiental. Nesta
última, por certo, a dimensão subjetiva ocupa um lugar de destaque, uma vez
que se faz referência aos sujeitos da ação sobre o meio ambiente, aos
atores sociais, à mudança de valores no cotidiano, ao campo por vezes alheio
ao institucional.
AS
DIMENSÕES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
As
ações no campo da educação ambiental ressentem-se de qualificação de
recursos humanos que deslindem as conexões de uma rede intrincada de
percursos e de contradições do real. Deslindar o horizonte da representação
social através da qual grupos sociais consolidam a compreensão do real e se
conectam com questões do meio ambiente significa desenvolver atividades de
pesquisa de relevância para o campo pedagógico. Neste sentido, atividades no
campo das questões ambientais, conectadas com a visão de mundo,
relacionam-se com a inovação do potencial no campo científico e na esfera
da ação social. A maioria da pesquisa ambiental realizada pelas ciências
sociais volta-se para as dimensões da preservação, do desenvolvimento
sustentável, do consumo e da cidadania com a mediação histórica de
movimentos sociais. Considerando-se que as dimensões aludidas fluem para uma
convergência, a educação ambiental leva em conta esta conexão, bem como
alicerça-se nas modificações culturais em curso, as alterações tecnológicas,
o universo da vida urbana e as múltiplas fontes de informação.
A
partir de iniciativas em âmbito local ou regional, a educação ambiental
constitui-se crescentemente uma realidade que se consolida em termos reais,
bem como de maneira substantiva se ampliam os objetivos propostos. A
perspectiva educativa pode ser entendida, de um lado como resultante da urgência
de alternativas ao desenvolvimento econômico em curso que o ambientalismo vem
demonstrando, de outro de uma vontade política munida de múltiplos esforços
para consolidar qualidade de vida urbana.
Considerando
a crise social enunciada pelo movimento ecológico qualquer projeto de
desenvolvimento regional em consonância com o esgotamento, a renovação e a
preservação de recursos naturais deverá contemplar a dimensão da educação
ambiental com o propósito de inscreve-se na representação social. Esta
necessidade encontra-se amparada devido aos crescentes riscos implicados no
modo de vida que se referencia tanto pela crescente descarte de resíduos não
degradáveis, quanto pela aplicação dos resultados auferidos pelo
desenvolvimento tecnológico. A sociedade de consumo que referencia valores e
perspectivas de melhoria do nível de vida, conduz-se ao mesmo tempo a
produzir progressivamente resíduos que venham a afetar de forma mais ou menos
permanente as futuras gerações. Neste campo as incertezas perpassam a avaliação
sobre a perspectiva dos riscos ambientais e sociais, realizada pelos diversos
campos do conhecimento.
Para
contornar a problemática da formação de recursos humanos consideramos da
maior relevância a investigação que relacione meio ambiente e representações
sociais. A formação política, em vista da ação a propósito do meio
ambiente, pode ser toda tentativa de elaborar dentro de movimentos sociais,
setores qualificados e grupos específicos perspectivas que contribuam para a
emergência da crítica ao contexto histórico de degradação ambiental, à
sociedade de risco. As representações podem ser confirmadas ou alteradas
numa ação conseqüente na ótica da educação ambiental, concomitante
visando envolver setores sociais na perspectiva da cidadania. A elaboração
do conhecimento de tal forma a nutrir um patamar de consciência social
adquire a capacidade de explicitar a luta pela meio ambiente mais adequado à
dignidade humana na dimensão da disputa entre forças sociais.
A
educação ambiental, de cunho cultural e político, relaciona-se diretamente
com a construção da consistência ideológica das posições assumidas pelos
setores sociais e os movimentos ecológicos, bem como das estratégias
adotadas para captar adesão aos princípios ambientais. Tal consistência
inclui uma dimensão histórica que abrange uma avaliação do processo político,
do desenvolvimento social e as possibilidades de sua subsistência enquanto
sujeitos neste processo. A emergência, a formação e a consistência de
sujeitos sociais voltados para as questões ambientais rima com a consolidação
de dimensões fundamentais da cidadania.
O
espaço que a questão ambiental tem obtido nos meios de comunicação parece
distante e bem mais volumosa do que os resultados visualizados pelas mobilizações
em prol de um projeto de educação ambiental direcionado ao conjunto da
população afetada ou produtora dos efeitos ambientais. Neste particular cabe
reconhecer as determinações históricas e se paradoxalmente ninguém educa
ninguém, de forma semelhante pode-se endossar que ninguém se forma e cria
vitalidade por si mesmo, senão em diálogo ou confronto com outros atores
sociais.
O
processo de educação, para reconhecer as alterações ambientais como
pertencentes à esfera política, apresenta parâmetros amplos e não parece
conectar-se de maneira uniforme em todas as parcelas da população que constróem
uma retórica sobre a temática. Por isso convém centrar a atenção sobre as
formas de como será possível desenvolver um programa de educação voltada
para o meio ambiente e visualizar os prováveis elementos que deveriam ser
contemplados na sua constituição tendo como ponto de referência a
representação social.
BIBLIOGRAFIA
ABRIC,
Jean-Claude. Pratiques sociales et représentations.
Paris: PUF, 1994.
DURKHEIM,
Emil. As regras do método sociológico.
Coleção Pensadores. São Paulo: Abril, 1978.
GRAMSCI,
Antonio. Concepção dialética da história.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.
GUIMARÃES,
Mauro. A dimensão ambiental na educação.
Campinas: Papirus, 1995.
HOGAN,
D.J. & VIEIRA, P. F. (Org). Dilemas
socioambientais e desenvolvimento sustentável. Campinas: Unicamp, 1992.
JODELET,
Denise (org). Les représentations
sociales. Paris: PUF, 1989.
MARX,
K. & ENGELS, F. Ideologia alemã. São Paulo: Hucitec, 1984.
MINAYO,
Maria C de Souza. O conceito de representação social dentro da sociologia clássica,
in GUARESCHI, P. & JOVCHELOVITCH, S. (org) Textos
em representação social. Petrópolis: Vozes 1995.
REIGOTA,
Marcos. Meio ambiente e representação
social. São Paulo: Cortez, 1995.
VIEIRA,
Paulo F. & MAIMON, Dália. As ciências
sociais e a questão ambiental: rumo à intercisciplinaridade. Rio de
Janeiro: APED; Belém: UFPa, 1993.
[1] Professor do Mestrado de Educação Ambiental na FURG, Rio Grande. Doutor em sociologia pela USP. E-mail deccar@super.furg.br
http://forrester.sf.dfis.furg.br/mea/remea/vol4c/aloisio.htm
Esse é um dos desafios da
Ecopedagogia. Para nós, sustentam Gutiérrez e Prado [1999], educar é
“impregnar de sentido” as práticas, os atos cotidianos. Nisso, a atuação
do educador tem a dimensão ética do seu “quefazer”. A ética nesse
sentido, é a própria essência do seu quefazer, e não apenas mais uma coisa
mais um conteúdo, disciplina ou conhecimento a acrescentar no “quefazer”
educativo.
“Educar-se é impregnar de
sentido as práticas da vida cotidiana “Francisco Gutiérrez o cidadão crítico
e consciente, para Gutiérrez, é o que compreende, se interessa, reclama e
exige seus direitos ambientais aos setores sociais correspondentes, e que também
individualmente exerce sua própria responsabilidade ambiental.
A cidadania ambiental
compreende as obrigações éticas que temos e que nos vinculam à sociedade
como aos recursos naturais do planeta, tendo em perspectiva, desenvolvimento
sustentável, cita Gutiérrez.
A comissão da Organização
das Nações Unidas para o Meio Ambiente criou um programa chamado Cidadania
Ambiental Global, tido a partir da necessidade de contar com um cidadão
comprometido com uma profunda mudança de conceitos, valores, e mentalidade
sobre o Meio Ambiente, para promover a compreensão dos direitos e
responsabilidades cidadão referentes ao meio ambiente no intuito de mobilizar
ações voluntárias em todo os níveis sociais. O programa sustenta que a
formação de uma cidadania ambiental é um componente importante e estratégico
do processo de construção da democracia.
“Nunca
duvide que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e comprometidos possa
mudar o mundo, de fato, é só isso que o tem mudado”.
Margaret
Mead
[Apud
Gutiérrez op.cit.]
Os educadores devem
fortalecer o papel estratégico na formação de crianças e jovens,
incorporando valores humanistas e ambientais.
“Cidadania planetária é
uma expressão que abarca um conjunto de princípios, valores, atitudes e
comportamentos, e demonstra uma NOVA PERCEPÇÃO da Terra, como uma única
comunidade”.
A cidadania planetária
reconhece a indissociabilidade da civilização planetária e da Ecologia. A
Terra é “Gaia”, um super organismo “vivo” e em evolução , isto é,
precisa ser tratado como um ser vivo e inteligente.
Alícia Barcena, [apud Gutiérrez,
1999 p.13], diz que no movimento ecológico o local e o global se interligam,
por isso a cidadania ambiental e planetária. Ex. a floresta amazônica
derrubada, não é apenas um fato local, é um atentado à cidadania planetária.
Leonardo Boff, [apud Gutiérrez,1999],
declarou que:
“Meu
novo paradigma é a Terra vista pelos astronautas: os homens vistos como única
comunidade”.
Educar para a cidadania
planetária supõe o reconhecimento de uma comunidade global, de uma sociedade
civil planetária; que precisa que se trabalhe pedagogicamente a partir da
vida, do dia a dia, do cotidiano, a partir das necessidades e interesses das
pessoas.
[1]Moacir
Gadotti, na apresentação do livro de [2]Francisco
Gutiérrez [1999], ressalta que esse autor considera que educar para a
cidadania planetária supõe o desenvolvimento de novas capacidades, tais
como: “vibrar
emocionalmente”, “inter-conectar-se”, e “pensar em totalidade”.
É nesse sentido que a
Ecopedagogia é a pedagogia que promove a aprendizagem do sentido das coisas a
partir da vida cotidiana. É uma pedagogia democrática e solidária, porque,
encontramos nela, sentido ao caminhar, e não apenas observando o caminho.
Os ecologistas tem
argumentado que quem sofre com os efeitos da degradação ambiental são os
mais pobres, que não podem proteger-se, fugir da poluição urbana para casas
de campo, que moraram em ribanceiras que despencam - tipo ao pé de serras e
montanhas, embaixo de linhas de alta tensão, em charcos e lugares alagadiços,
etc.
As pessoas e o planeta, então
serão, para ele, salvas no mesmo projeto de futuro da humanidade, e, essas são
tarefas indissociáveis.
O lançamento de , “Ecopedagogia”,
é mais um volume da série “guia da Escola cidadã, e com o tema da
cidadania planetária dá continuidade ao trabalho que o Instituto Paulo
Freire tem feito em torno da “carta da Terra” que na ECO 92 foi lavrada,
sob os dizeres:
Carta
da Terra - ECO 92:
“A
terra é uma só nação, e os seres humanos, seus cidadãos”.
Para Gadotti, conseguir isso
depende de um processo educativo.
O referencial teórico da
Ecopedagogia é:
-
“Mais que uma lógica racional, hierarquia e dominante, requeremos uma lógica
relacional, flexível, intuitiva e processual.”
-
“A harmonia Ambiental supõe tolerância, respeito, igualdade social,
cultural, de gênero e aceitação da biodiversidade.”
Os anciões e sacerdotes indígenas
de [3]“Amerika
reunidos”, em novembro de 1995, na Guatemala declararam:
“A
humanidade encontra-se na mais importante
encruzilhada de sua História como espécie.
É tempo de proteger a harmonia ambiental de nosso mundo”.
Gutiérrez
[1999]
Rompemos o equilíbrio
natural, e, se não o recuperarmos com urgência, arcaremos com as suas conseqüências:
estamos jogando com a sobrevivência de nossa espécie!
A
vida dos indígenas, dos maias, assim como a de muitos outros povos antigos, são
testemunhas históricas da consciência planetária: sua vida cotidiana, seu
trabalho, celebrações, sua visão da divindade e da morte, e sua produção
artística e científica o
comprovam. Desde tempos
ancestrais, vivem a dimensão cósmica que hoje nós ansiamos.
“precisamos
falar com a Terra, compreendê-la, experimentá-la. E participar de seu
futuro, ser parte integrante dela mesma. Temos que chegar à consciência
plena de estar vivendo planetariamente”.
Gutiérrez[1999]
Como
conseqüência de que a Terra é nosso planeta, chegamos à comprovação
diária de que temos de viver e conviver em
e com a Terra, como disse
[4]
Morin.
A questão ecológica é
tratada no âmbito da ética e da espiritualidade na Educação Holística.
Sob esse enfoque tem sido chamada de ecologia profunda; conceito ainda
muito novo para a maioria dos educadores ambientais. Cardoso apud Capra
1993:11, diferencia o
ambientalismo superficial da ecologia profunda. Essa não só estuda a
natureza física, mas também envolve o homem em suas dimensões sociais e psíquicas.
Uma das especificidades da
educação holística é que ela tem como preocupação fundamental o futuro
da humanidade e de todas as outras formas de vida do planeta Terra
[p. 47].
A nova Educação deve fazer
eco com as angústias e com as esperanças dos homens nesse final de século,
por isso, precisa
obrigatoriamente, dar amplo espaço à
Educação Ambiental dentro da perspectiva da “ecologia profunda”.
PCNs e Ciências no Ensino
Fundamental: O ensino de Ciência na Educação Infantil e nos primeiros
ciclos do Ensino Fundamental, tem sido incrementado, ultimamente, apesar de
haver algumas linhas de pesquisa contrárias a isso, de modo que cabe aqui a
pergunta: Porque ensinar Ciências
na Escola Fundamental ?
Fumagalli, Laura, apud
Weissmann, Hilda Didática das Ciências Naturais, defende o ensino de Ciências
no Ensino Fundamental porque:
-
É direito das crianças aprender Ciências;
-
É dever social da escola Fundamental distribuir conhecimentos científicos ao
conjunto da população;
-
O conhecimento científico tem valor social.
Existem
temas já consagrados, como água, poluição, energia, máquinas, culinária,
etc., que podem ser abordados relacionando-se com os aspectos sócio-culturais,
e são facilmente relacionáveis à Educação Ambiental.
Tópico dos
PCNs: Ser Humano e Saúde: Os conteúdos do bloco temático dos PCNs
[Ser Humano e Saúde] para o ensino de Ciências nas séries iniciais,
podem ser abordadas juntamente com os temas transversais, pois permitem muitas
inter-relações.
Os
PCNs colocam ainda, nesse documento sobre ser humano e saúde que se enfatize
a mudança de hábitos culturais e comportamentos que favoreçam a saúde.
Condena,
inclusive, o grande hábito brasileiro da automedicação, o jogar lixo em
terrenos baldios, o descuido com a higiene pessoal e a discriminação de
pessoas por diferenças culturais raciais, recomendando que esses temas sejam
trabalhados na escola.
Quanto
ao SER HUMANO E SAÚDE, a concepção que orienta a abordagem do tema é a que
interage com o ambiente, devendo ser visto como um todo dinamicamente
articulado, onde cada sistema, aparelho, serve para a manutenção do
organismo todo. É justamente o relacionamento entre as diversas funções no
corpo humano que assegura a integridade do corpo e forma sua totalidade.
As
interações com o meio ambiente e a satisfação ou não das necessidades
biológicas, afetivas, sociais e culturais formam os registros no corpo
humano.. Por isso se diz que o corpo reflete a história de vida da pessoa. É
importante para a criança, associar o conhecimento sobre o corpo humano com
um melhor conhecimento de seu próprio corpo, com a necessária atitude de
respeito e apreço pelo seu próprio corpo e pelas diferenças individuais.
Essa é uma idéia que anima a noção de “Ecologia do Corpo”. A carência
nutricional, afetiva e social, por exemplo, interferem na arquitetura e no
funcionamento do corpo humano, marcando-o.
Cada corpo é único, mas também tem padrões estruturais comuns que
identificam a espécie. Há necessidades básicas gerais e individuais.
Incluímos
em nosso trabalho os seguintes comentários sobre alimentação e os PCNs,
porque julgamos ser esse um tema de importância relevante na educação e é
concernente ao tema Ambiental que estudamos nessa pesquisa, pela perspectiva
holística de nossa abordagem.
É
louvável a orientação que os parâmetros curriculares nacionais estão
colocando sobre alimentação. A
alimentação é uma necessidade biológica. Todos têm necessidade de
consumir substâncias alimentares PURAS fundamentais à construção e ao
desenvolvimento do corpo.
Hoje
porém, é a mídia que tem se incumbido de ditar a alimentação, pela
propaganda. É muito importante ficar alerta às ciladas que a propaganda
prega. O consumo é o objetivo principal, ainda que haja o comprometimento da
saúde da população. As pesquisas trazem dados alarmantes. O problema de
coleosterol alto, por exemplo, não é mais só dos adultos, mas também das
crianças. E não se trata de casos esporádicos!...
O motivo é o consumo de sanduíches e doces no lugar de refeições
com verduras, cereais e legumes.
O
desenvolvimento de uma consciência alimentar vital, física, biológica e crítica
no aspecto mental/intelectual, é necessário. É essencial o estabelecimento
de uma cultura contra o desperdício de alimentos, o aproveitamento das partes
comumente desperdiçadas, de plantio coletivo de hortas e árvores frutíferas,
etc.
Tem
sido lugar comum na nossa cultura isolar o corpo humano das interações com o
meio, ou apenas encará-lo como entidade física.
Essa idéia, felizmente vem se modificando, e hoje o corpo não mais é
concebido só como máquina, mas como um conjunto de sentimentos, emoções,
que, junto com os aspectos físicos formam as dimensões de um corpo todo
individual e inseparável.
Segundo Capra [1982, p. 126],
a medicina científica teve brilhantes
“insights” dos
mecanismos íntimos do corpo humano e desenvolveu tecnologias num
impressionante grau de complexidade e sofisticação,
mas apesar desses grandes avanços da
ciência médica, estamos hoje assistindo a uma profunda crise da
assistência médica na Europa e América do Norte. O descontentamento é
generalizado, por falta de simpatia e solicitude, negligência, imperícia,
etc., mas principalmente pela impressionante desproporção entre o custo e a
eficácia da medicina moderna. Apesar
do considerável aumento nos gastos com saúde nas últimas décadas, dos
pronunciamentos médicos acerca do valor da ciência e tecnologia, a saúde da
população não parece ter apresentado melhora significativa. Algumas
doenças, isoladamente, foram erradicadas, mas isso não restabeleceu
necessariamente a saúde. A
quantidade em saúde e bem estar físico e mental não pode ser mais
importante do que a qualidade, e lamentavelmente o é, na maioria das estatísticas
e análises.
O autor cita, ainda nesse capítulo
sobre saúde, Lewis Thomas, presidente do Memorial Sloan-Kettering Cancer
Center: “ Estamos,
aproximadamente, com a mesma lista das principais doenças mais comuns com que
o país se defrontou em 1950, e embora tenhamos acumulado um notável acervo
de informações acerca de algumas delas nesse meio tempo, tal acumulação
ainda é insuficiente para permitir a prevenção ou a cura completa de
qualquer uma delas”.
A falta de
“validade ecológica”, é um fator
que muito contribui para a falta de ética nas ciências de modo geral. As
pesquisas são ficticiamente distorcidas em laboratórios em inúmeros casos,
ou os dados são manipulados com parcialidade, por interesses financeiros,
etc.
“Ecologia
não é caso de polícia.
Nunca
haverá um fiscal para cada empresa que deixe vazar lixo químico
irregularmente ou para cada pessoa que jogue lixo na praia.
O desafio é mudar as mentalidades, os comportamentos.
A base é a educação ambiental em toda sua plenitude”.
[5]Minc
[1997]
O ambiente é uma unidade.
Precisa ser compreendida de forma
inteira. O conhecimento
inter e transdisciplinar é o que
pode melhor assimilar o equilíbrio DINÂMICO inerente do ambiente,
diz Guimarães [1995].
“O
mundo é superpovoado e as cidades substituem com seus atrativos artificiais a
beleza natural, e o homem corre risco de sufocar-se em seu próprio lixo.
Os lagos e o mar, inevitavelmente poluídos.
O ar está irrespirável em muitas cidades e o lixo urbano e industrial
acumula-se por toda parte. As
pragas ceifam os campos agrícolas e os agrotóxicos utilizados para impedir
sua proliferação concorrem para o aumento da poluição das águas e o
envenenamento da população.”
Gonçalves,1984
[apud
Guimarães, 1995. p.12]
A idéia de a natureza está
aí para servir, ser usada pelo homem é muito arraigada.
Vem desde os primórdios dessa civilização.
Como mudar essa visão antropocentrista, tão enraizada em
nossa mente ? Como reatar
o “nó” que ligava nossos ancestrais à Natureza?
Pela Educação Ambiental poderemos proporcionar esse
“encontro” do homem
com a Natureza novamente. Isso
significa que toda e qualquer
atividade que ajude o educando à perceber
sua relação com o mundo que o cerca, é uma “Educação Ambiental”.
A mentalidade
preservacionista precisa surgir, e só será realidade quando, diz Candau et
alli [1996.p.71], o indivíduo
perceber, por ele mesmo, seu papel nesse processo. Fornecer elementos para que
ele consiga essa percepção é a tarefa da “Educação Ambiental”.
O conceito de “Viver em harmonia com a Natureza” garante a sobrevivência
do homem enquanto espécie e precisa estar embutido na cabeça de todas as
pessoas no futuro. E o futuro começa a ser construído agora, dizem os
autores deste livro, Tecendo a Cidadania.
Baseados
em [6]Neiman,
Z. eles dão o seguinte recado:
“
Você acaba de se meter numa enrascada. Ou ajuda, com seus conhecimentos a
evitar a destruição de nossos ecossistemas ou se torna conivente com ela”.
É comum o sentimento de
impotência, ante as questões ambientais, especialmente por parte dos jovens
e crianças.
Mas é importante que se incuta neles que a grandiosidade da questão não
nos pode paralisar. Ao contrário, deve nos estimular a agir. Então, Candau
et alli, colocam
que podemos mostrar ao
aluno, que só o fato dele ter a disposição de começar a respeitar a
natureza, sair plantando árvores,
jogar o lixo só nos lugares corretos, tentar reciclar e diminuir seu lixo,
ajudar seus pais não comprarem móveis ou imóveis que destruam o Meio
Ambiente, etc., já é um grande trabalho em prol da conservação do Planeta.
Alguns povos, até hoje [[7]poucos],
se relacionam com a natureza, com seu meio natural, com muito respeito. E
outros, que se dizem “mais progressistas” e evoluídos substituíram esse
respeito por um “aproveitamento” irracional dos recursos naturais, que nos
levou à atual crise ambiental, por saque e apropriação indevida. A
magnitude da crise é enorme.
A visão desenvolvimentalista,
reducionista, estreita, do nosso Planeta Terra desconhece a dimensão ampla do
desenvolvimento sustentado, que se fundamenta numa base ecológica, que vai além
do sentido das preocupações imediatistas sobre o meio ambiente. E aí Gutiérrez
cita que a ecologia pode ser superficial, quando está simplesmente ostentando
a bandeira “do verde”, do ambientalismo superficial, ou pode ser ética,
“Profunda”, fazendo analogia com as colocações do capítulo inicial
deste trabalho, baseado em Cardoso [1995] - quando vai além das preocupações
imediatas de proteção ao meio ambiente - que apenas procuram controlar e
gerir mais eficientemente os recursos naturais em “benefício do homem”,
egocentricamente.
O movimento da ecologia de
Gutiérrez é centrado na ética, [analogamente à ecologia “profunda” de
Cardoso, Capra, Weil, e outros autores]. Há o reconhecimento de quando o
equilíbrio ecológico exige uma série de mudanças profundas em nossa percepção
do papel que o ser humano deve desempenhar no cenário, no ecossistema planetáro.
Para vislumbrar essas
possibilidades é preciso revalorizar práticas antigas de nossa realidade
cultural e aceitar as [8]“premissas
fundamentais sobre a vida e o Universo das antigas tradições religiosas
junto às descobertas da física moderna de Einstein, pois ambos se apóiam
mutuamente”.
[1]
DIRETOR
GERAL DO INSTITUTO PAULO FREIRE
[2]
“Ecopedagogia e Cidadania Planetária”,1999.
[3]
Reunião de Anciões e sacerdotes indígenas de Amerika. Guatemala,
14-24.11.95. Fotocópia. In Gutiérrez [1999]
[4]
M.R; Morin, Edgar, e Brigittekern, Anne. Terra
Pátria. Barcelona, Kairós,
1993
[5] na contra capa de seu livro Ecologia e Cidadania. [1997] Ed. Moderna.
[6] Neiman, Z. Era Verde ? Ecossistemas Brasileiros Ameaçados. Ed. Atual. Série Meio Ambiente. S.Paulo, 1989, p. 91-98.
[7] Poucos: Observação da autora da pesquisa .
[8] Kuiten brouwer, Joost. Génesis y dinâmica psicossocial de la acumulación en Occidente y sus implicaciones para la justicia socialy los derechos humanos. Santiago de Chile, CEAAL, 1987.
Monografia na íntegra: http://www.nlink.com.br/~luzsaber/ Com arquivos para Download
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http://www.revistaturismo.com.br/noticias/not72.htm
Nada a comemorar na Semana do Meio Ambiente
06/06/2001
Na Semana Mundial do Meio Ambiente, o Greenpeace denunciou, em Brasília (DF), a falência do governo em preservar os Parques Nacionais Brasileiros. Dados do Greenpeace mostram que, das 45 Unidades de Conservação de uso direto ou indireto existentes no Amazonas, 38 - ou 84% - ainda não foram implementadas. O exemplo mais recente do abandono em que se encontram tais Unidades de Conservação é a extensa destruição do Parque Nacional da Amazônia, documentada por ativistas do Greenpeace nos dias 24 e 25 de maio.
Situado na margem esquerda do Rio Tapajós, no município de Itaituba (PA), o Parque Nacional da Amazônia foi criado em 1974 e tem quase 1 milhão de hectares. Vinte e cinco anos depois de sua criação, a área ainda não foi demarcada e tem apenas dois funcionários - mal equipados - encarregados de sua vigilância.
"O prefeito de Itaituba, Wirland Freire (PMDB-PA), comprou recentemente uma fazenda na fronteira leste do Parque Nacional da Amazônia", disse Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace. "De acordo com o Ibama, nos últimos 30 dias, trabalhadores a mando do Prefeito desmataram, a corte raso, 706 hectares do Parque. Outros 3.000 hectares foram preparados para o desmate, com corte do sub-bosque. Como a madeira não foi retirada do local, o Ibama supõe que o prefeito iria mandar queimar tudo e transformar a área em pastagem para gado".
A primeira denúncia de desmatamento do Parque Nacional da Amazônia foi feito no dia 16 de abril, pela "Linha Verde", um sistema de denúncia telefônica do Ibama. No dia 11 de maio, o vereador Luiz Fernando Sadeck dos Santos encaminhou nova denúncia, acusando diretamente o prefeito pelo desmatamento e afirmando que 80 moto-serras estavam sendo utilizadas no crime ambiental (1). Dez dias depois, agentes do Ibama e da Polícia Militar, chefiados pelo engenheiro florestal Norberto Neves de Souza, foram à área.
Souza encontrou não apenas o maior desmatamento já ocorrido em um Parque Nacional, como evidências do envolvimento do prefeito. "Trabalhadores disseram que eram pagos por Wirland Freire", diz o engenheiro florestal no vídeo do Greenpeace. O Ibama já apreendeu 89 foices, limas, correntes de moto-serra, tanques com 400 litros de gasolina para motosserra e meia tonelada de alimentos, comprovando que muita gente trabalhava no desmatamento ilegal (2). O prefeito recebeu duas multas - no valor total de R$ 100 mil.
Segundo Adário, o que acontece no Parque Nacional da Amazônia é uma lamentável demonstração de descaso com a preservação do meio ambiente. "Isso é um crime que envergonha o país, cometido no exato momento em que o governo divulga dados mostrando que o desmatamento na Amazônia está fora de controle (3)."
O Greenpeace entregou, durante a tarde, ao Ministério do Meio Ambiente uma carta com demandas para a proteção das Unidades de Conservação e a documentação do crime ambiental cometido contra o Parque Nacional da Amazônia. O vídeo e as fotos também serão encaminhados à Procuradoria Federal em Santarém, pedindo a adoção de providências legais. A organização ambientalista defende a urgente demarcação do Parque e sua efetiva implementação, o aumento do número de fiscais e a realização de um inventário sócio-econômico das comunidades que vivem no seu entorno. Moradores dessas comunidades poderiam integrar uma brigada comunitária destinada a zelar pela manutenção do parque.
Além dessas medidas específicas, o Greenpeace defende a adoção urgente de um plano efetivo de proteção da Amazônia, que passa não apenas pela criação e implementação de áreas de proteção - tais como parques e reservas e pelo fortalecimento das entidades encarregadas de fiscalização e monitoramento -, mas também pela adoção de um programa nacional de combate ao desmatamento para interromper a destruição da maior floresta tropical do mundo.
Lixo é
fonte de energia elétrica ecologicamente correta
Brasília, 08 (Agência Brasil - ABr) - "Matar dois coelhos com uma cajadada só". Esse ditado popular exemplifica bem o que aconteceria se utilizássemos o lixo para produzir energia elétrica. Dois dos principais problemas da sociedade brasileira hoje, a escassez de energia elétrica e a destinação do lixo, poderiam ser resolvidos com uma ação combinada: o aproveitamento de resíduos para a geração de quilowatts. A conversão de parte do lixo em energia elétrica não é novidade. Vários países adotam a medida há anos. Entretanto, até julho de 2000, a produção de energia elétrica era monopólio estatal no Brasil. Só agora, com a mudança do modelo institucional do setor elétrico, tornou-se possível a geração de energia elétrica a partir do lixo com a participação da iniciativa privada. "Esse é o momento para implementarmos a energia via lixo", alardeia Sabetai Calderoni, professor da USP, consultor da ONU, autor do livro "Os Bilhões Perdidos no Lixo", em sua 4ª edição, e tido como um dos mais renomados estudiosos em meio ambiente, energia e lixo do país. A energia elétrica via lixo pode ser obtida de duas formas: pela compostagem da fração orgânica e pela incineração da parte seca. Segundo estudos de Sabetai, a parte orgânica representa cerca de 60% do lixo domiciliar nacional, enquanto a porção seca fica em torno de 30%. Os 10% restantes são rejeitos não aproveitáveis. Numa cidade que gera 350 toneladas/dia de lixo, as 210 t de orgânicos forneceriam cerca de 2,5 MWatts. A fração seca, apesar de menor, produziria 3,5 MW devido ao maior poder calórico de seus componentes: borracha, madeira, plástico, papel. Esses 6MW totais seriam suficientes para abastecer 60 mil residências. Em comparação com outras fontes de energia, uma vantagem do metano é a possibilidade de armazenamento do gás para a geração de energia elétrica no horário de pico, entre 17h00 e 19h00. Mesmo perdendo na produtividade, o aproveitamento da parte orgânica é uma alternativa ecologicamente mais interessante. Sabetai explica que a compostagem, processo biológico que transforma os resíduos orgânicos em fertilizante e metano, quando feita nos digestores das usinas, não agride o meio ambiente. "É um atenuador de impactos. O lixo depositado em lixões e aterros decompõe-se naturalmente, a céu aberto, o metano liberado é um dos gases responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta, o efeito estufa", acrescenta. Da parte seca do lixo, o professor considera mais lucrativo separar o alumínio, o aço e o vidro e devolvê-los às indústrias para reciclagem. "Para os outros materiais é interessante fazer uma análise de mercado e verificar o que é mais produtivo, o reaproveitamento ou a incineração para geração de energia", diz ele. A emissão de poluentes como as dioxinas e os furanos, custo ambiental que inviabilizava esse tipo de energia, foi amenizada com a instalação de filtros para a retenção de poluentes. Vale lembrar que as dioxinas e os furanos constam da lista dos "doze sujos", poluentes que tiveram sua emissão limitada em recente Convenção em Estocolmo, Suécia. Para um aproveitamento racional do lixo urbano, Sabetai criou as Centrais de Reciclagem Integral. Estrutura, que como o nome diz, integra todas as atividades relacionadas ao tratamento do lixo. "As centrais evitam que 90% do lixo vá para os aterros", proclama seu idealizador. Segundo ele, aproximadamente 70 municípios negociam a implementação dessas unidades. Para ser viável, o volume mínimo necessário de resíduos é de 200 t/dia, quantidade produzida por uma cidade com entre 300 e 350 mil habitantes. A potência mínima instalada de 3 MW, instituída pelo governo, também impede a geração de energia com menor quantidade de detrito. Pelo projeto de Sabetai, as centrais devem começam a agir na fonte. Para cada 300 residências há um responsável pela coleta que instruirá a população sobre a forma correta de separação do lixo. "Onde há coleta seletiva, a triagem é simplificada", justifica o professor. Para esse trabalho junto às pessoas, Sabetai considera os carreteiros e catadores ideais. Desenvolvendo a atividade sob a forma de cooperativa, acredita o pesquisador, esses trabalhadores informais obteriam melhores rendimentos, uma vez que o atravessador será excluído do processo. Nenhuma central está funcionando. "São necessários pelo menos doze meses para montar toda a estrutura", informa Sabetai. A pleno vapor, ele acredita que os custos dos municípios com o lixo, em média 7% dos recursos totais, poderão se reduzir a zero. Aterros sanitários com maior vida útil; redução do tráfego de caminhões de lixo; diminuição da emissão de poluentes; esses são, segundo o professor, alguns dos benefícios para a cidade com a adoção das centrais. O lixo também produzirá retorno financeiro seja para a prefeitura, seja para as concessionárias, com a venda de quilowatts, fertilizantes e de materiais para reaproveitamento. (Hebert França) |
© Todas as matérias poderão ser reproduzidas desde que citada a fonte |
http://www.radiobras.gov.br/abrn/c&t/2001/materia_080601_1.htm
Água: A Guerra do Futuro A água mineral será o ouro do século XXI. Em tempos modernos, numa
constatação da ONU, um bilhão e quatrocentos mil pessoas não têm água
tratada em casa, originando diversas doenças, como diarréia e
esquistossomose. Um terço da população sem condições vivem o stress
da água. Formada
a partir de dois elementos, a água é um composto estável e todos
vivemos dela! Recurso considerado, por muitos, praticamente inesgotável,
para toda a população mundial, as águas potáveis já são escassas.
Diferente da ficção Mad Max,
onde houve lutas pelo que restou do petróleo, há o medo de guerras civis
através das previsões de disputa pela água, e quem tiver acesso às águas
potáveis terão o poder. Hoje, o litro de água é mais caro que o litro
da gasolina. Enquanto compramos l'eau minérale
da França, é bom lembrar que o Brasil é um dos países mais ricos
em recursos no assunto, pois tem mais de 25% em água potável do mundo.
Existe a previsão, do Banco Mundial, de escassez de água potável em
2004. Enquanto isso, empresas de grande porte, como a
Coca-Cola e a Nestlé, vêm comprando terras com fontes pelo mundo
inteiro, inclusive no Brasil. A água mineral será o ouro do século 21. As
águas de consumo público são captadas em lençóis subterrâneos e
profundos, ao abrigo da poluição, ou em rios e lagos artificiais ou
naturais. O tratamento completo da água comporta a eliminação das matérias
em suspensão, coloidais ou não, e dos micropoluentes, compostos julgados
perigosos ou desagradáveis mesmo em quantidade reduzida (metais pesados,
compostos organoclorados, pesticidas, hidrocarbonetos). É um trabalho mecânico,
mas excessivamente delicado no que diz respeito a responsabilidade desta.
A agricultura consome muita água do mundo. A falta de água prejudica a
agricultura; quando a água é pouca falta comida. Durante
a ECO-92, no Rio de Janeiro, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo
principal objetivo é sensibilizar os países membros da ONU para que
explorem de maneira mais racional os recursos de água. É de conhecimento
dos governos mundiais que os recursos hídricos estão diminuindo
gradativamente. De acordo com dados da ONU e da Comissão Mundial Sobre a
Água do Século XXI, cerca de 500 milhões de habitantes de 29 países
sofrem, hoje, de escassez de água. E para solucionar este problema no
mundo, segundo o Banco Mundial, seriam necessários US$ 800 bilhões
durante os próximos dez anos. A ajuda internacional não passa de 10%
deste total. A
principio, cada país tem desenvolvido uma estratégia. Israel, por
exemplo, sendo um país de pouquíssimos recursos fluviais, tem como missão
nacional o aproveitamento adequado dos recursos existentes com as mais
altas tecnologias para utilização das chuvas de inverno; reutilização
de águas residenciais e industriais purificadas; processo de desalinização;
conservação e aumento da pluviosidade; as indústrias redesenham suas
instalações, diferente da situação do sucateamento das empresas
brasileiras; a agricultura com seus avanços tecnológicos de irrigação,
que trazem uma redução significativa da ordem de 20% da perda de água.
Israel fornece água para todo o país e também à Jordânia. Neste ano,
por exemplo, Israel passou por uma das piores secas dos últimos tempos; a
quantidade de água não será suficiente nem para a própria população.
Sendo assim, Israel passa pela possibilidade de suspender suas vendas à
Jordânia, que será obrigada a comprar de um outro fornecedor mais
distante, portanto mais gastos. O
Brasil destinou verbas internacionais para a criação de comitês das
bacias, onde, por meio deles, membros da sociedade e dos governos
municipais, estaduais e federal buscarão respostas de como deve ser usada
a água dos rios. Cheguei a participar, como convidado, de reuniões no início
de 1998 para uma das cinco bacias hidrográficas de Minas Gerais, onde a
região de Visconde de Mauá está inclusa. A proposta é boa, torcer para
que não mamem muito dessas verbas e que não acabe em pizza! São
Paulo, por exemplo, em matéria de água potável, dispõe, por pessoa,
menos de um terço do nível mínimo recomendado pelas Nações Unidas. Não
dispõe de novos mananciais, seus reservatórios continuam sendo poluídos
e é assustador o crescimento de loteamentos clandestinos nas áreas dos
mananciais, superpopulando essas importantes regiões, poluindo-as através
de esgotos domésticos. A
alternativa mais coerente será racionalizar o consumo, desde o cidadão
até a indústria, e investir na preservação dos mananciais, combatendo
a ocupação dessas áreas. Por enquanto, dizem os governos que para a
melhoria da qualidade das águas estão as obras municipais de saneamento
básico, a recuperação dos mananciais e a limpeza de córregos, além de
projetos de pesquisa de área. Falando deste jeito sobre projetos a serem
realizados pelo governo, recordo-me quando estava no colegial e tive uma
aula de filosofia sobre a diferença entre o de fato e de direito. A
verdade é que estamos cada vez mais distantes da água da fonte. Viramos
con$umidores dependentes de garrafas e garrafões. Cada vez mais lançam
sistemas de filtros e purificadores ultramodernos (um dos últimos, é por
osmose reversa). Cientistas, no mundo, desenvolvem e aperfeiçoam técnicas
que permitem melhorar o tratamento das águas residuais, salinas e da água
potável. Para tratamentos cada vez mais sofisticados, em proporções
semelhantes, crescem os ga$tos. Pequenas
atitudes, como desligar a torneira ao escovar os dentes e só utilizá-la
para lavar-se, deixar o chuveiro desligado enquanto não toma banho. Se
cada um tomar pequenas atitudes e posturas de cidadãos do mundo,
transmitindo aos outros, já é um grande primeiro passo. Tem muita coisa
para fazer, tanto os cidadãos quanto as indústrias e os governos. Os
dados são alarmantes. O problema é um fato e real, ultrapassa
fronteiras, mas enquanto não chegar às torneiras de cada casa o tema águas
escassas ainda será para poucos. É uma questão de tempo. Somos, de
fato, dependentes da natureza, devemos prestar maior atenção a este
assunto, dando importância real na saúde e na sobrevivência de muitos,
evitando futuras guerras. Caso contrário... as águas vão rolar... Uma dica para a saúde: todo dia, ao acordar, tomar em jejum um copo de água em temperatura ambiente. |
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O "NOSSO" MEIO AMBIENTE
Berenice Gehlen Adams
Quando falamos em "nosso meio ambiente" é importante perceber o
sentido da palavra "nosso" dentro de um diferente contexto. O sentido
da palavra "nosso" não se refere a algo que nos pertence, como uma
propriedade (apesar de ser um pronome possessivo), como algum objeto sobre o
qual temos posse. Falar em "nosso ambiente" diz respeito à
"nossa forma de vida" como um todo.
Quando falamos em "nosso meio ambiente" estamos falando da nossa vida,
em seu amplo contexto e tudo o que a ela se relaciona. Estamos incluídos neste
meio ambiente, pois ele nos perpassa e somos parte dele.
Quando falamos que no meio ambiente encontramos tudo o que precisamos para
viver, estamos falando de nossas necessidades vitais, pois sem ambiente não é
possível existir vida.
Portanto, quando falamos em "nosso ambiente" devemos perceber que dele
fazemos parte e que o que acontece com o meio ambiente acontece conosco. É como
falar em "nosso grupo", "nosso trabalho", "nosso
corpo", "nosso universo", como algo do qual fazemos parte e não
de algo do qual somos donos ou temos domínio.
Vivemos em um ambiente sócio-político-econômico-cultural que nos coloca em
uma posição privilegiada e separada do ambiente natural. Alguns discursos
apresentam, em sua essência, que os recursos naturais existem exclusivamente
para nos servir e que dele podemos fazer uso para o nosso próprio benefício,
sem levar em conta a implicação disto para o meio ambiente. Esta cultura
consumista, progressista, dissocia e distancia o ser humano da natureza e do
meio ambiente colocando-o sempre no topo, em um pedestal. Somos
"endeusados" por nós mesmos. É chegada a hora de perceber que tudo
está relacionado entre si. É preciso destronar o ser humano como
"rei" do universo. Somos nada, absolutamente nada, sem o nosso meio
ambiente. (13.06.2001)
Mensagens enviadas até o dia 19.06.01
Projeto Apoema - Educação Ambiental