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O Informativo da lista “Educacão Ambiental”

No. 10 – 25 de fevereiro de 2001

Alguns textos apresentados na Lista de Discussão do Projeto Apoema - Educação Ambiental (Antigo Projeto Vida – Educação Ambiental)

Os textos não passaram por revisão ortográfica, portanto, podem haver erros.


EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Talvez o maior problema enfrentado na luta pela preservação do meio ambiente seja o desconhecimento por grande parte das pessoas das relações de causa e efeito que caracterizam ações cotidianamente exercidas pelos homens e que de algum modo acabam por trazer prejuízos aos ecossistemas.

Nos primórdios da revolução industrial, quem poderia associar a queima do carvão nas fornalhas das máquinas a vapor ao aquecimento da atmosfera, à morte dos rios ou à debilitação da saúde humana? Eram ações novas com resultados desconhecidos.

O conhecimento técnico e científico da época, e de dezenas de anos mais tarde, não permitia antecipar o que estava por acontecer. Do mesmo modo que as doenças surgem antes dos medicamentos destinados a tratá-las, a deteriorização do meio ambiente antecedeu a preocupação com as relações de causa e efeito, assim como os estudos das variáveis que são relevantes para conter esse processo.

Os dados apresentados nos capítulos anteriores algumas vezes causam estranheza. Há sérias razões para isso. Basta imaginar que, se a revolução industrial tivesse ocorrido na Idade Média e tivessem passados alguns séculos sem que os danos ambientais fossem percebidos, provavelmente não haveria vida na Terra, pelo menos como a conhecemos hoje. Teríamos uma situação parecida com os filmes de hecatombe pós-guerra nuclear. Desertos substituiriam rios, lagos e florestas.

Cabe ao homem deter a marcha insensata para a eliminação de seu habitat e sua eventual autodestruição. Felizmente, este final de século pode caracterizar-se como o período da história em que mais houve preocupação com o meio ambiente. Sua proteção e recuperação passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, dos noticiários, dos programas de governo. Na maioria dos casos ainda é possível fazer muito para salvar o planeta, em benefício das gerações futuras.

O primeiro tratado internacional de algum modo relacionado com o meio ambiente foi assinado em 1925, em Genebra. O Protocolo de Genebra proibia o emprego de gases asfixiantes, tóxicos ou similares, assim como o uso de "armas" bactereológicas em situação de guerra.

Em 1940, assinou-se a convenção para a proteção da flora, fauna e belezas cênicas naturais dos países da América. Em 1958, foi firmada a convenção internacional para a prevenção da poluição do mar por óleo. No ano seguinte, o Tratado da Antártida prescreveu o uso pacífico das atividades científicas que ali seriam exercidas, proibindo a deposição de lixo e resíduos nucleares e estabelecendo as bases para a preservação e conservação dos recursos vivos lá existentes.

De 1925 até 1959, ou seja, durante 34 anos, foram firmados apenas quatro tratados internacionais relacionados com o meio ambiente. A partir da assinatura, em 1963, do acordo proibindo o uso de armas nucleares no espaço cósmico, na atmosfera e sobre a água, já foram firmados pelo menos 20 acordos importantes para a proteção dos ecossistemas, sendo os mais recentes os firmados durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Na Rio-92 foram firmadas duas convenções (Clima e Biodiversidade), uma declaração de boas intenções e uma Agenda de Ação (Agenda 21) contendo medidas que enfocam os seguintes pontos:

I.  recursos financeiros novos e adicionais para os países em desenvolvimento, com vistas a permitir-lhes integrar a dimensão ambiental em seus planos de desenvolvimento, inclusive os custos adicionais decorrentes do cumprimento de acordos internacionais de caráter ambiental;

II.  acesso dos países em desenvolvimento a tecnologias ambientalmente saudáveis, inclusive em termos preferenciais, e reforço da capacidade daqueles países para utilizá-las;

III.  fortalecimento das instituições dedicadas ao meio ambiente;

Dois anos após o grande evento, quase nada foi feito para implantar o que está previsto nos documentos assinados pelos países que compareceram à Conferência do Rio. Ao terminar a reunião, ficou a impressão de que o mundo entraria numa nova fase, onde a colaboração entre os povos ganharia uma dimensão jamais atingida, passando a salvação do planeta a fazer parte das grandes preocupações internacionais.

A Convenção da Biodiversidade, cuja finalidade é impedir a destruição de espécies animais, vegetais e microorganismos já está em vigor desde dezembro de 1993. Falta, no entanto, esclarecer alguns itens fundamentais como a transferência de tecnologia, o direito à propriedade intelectual e a destinação de recursos.

Com a transferência de tecnologia, o que se pretende é evitar as agressões ao meio ambiente que são causadas nos países pobres pelo deficiente saneamento básico, ausência de adequado tratamento de lixo, imensa quantidade de habitações subnormais, precariedade do trânsito, contaminação industrial e mau uso dos recursos naturais. Quase todas as tecnologias utilizadas na solução desses problemas são conhecidas nos países em desenvolvimento. Normalmente, existe uma parcela da população que usufrui dos benefícios do tratamento de água e esgotos ou da coleta sistemática de lixo. De modo geral, o problema não reside na má difusão de tecnologias. A questão maior é a falta de recursos financeiros para implantar serviços que evitem, por exemplo, que resíduos domésticos contaminem a água e a terra, pondo em risco a saúde humana.

No que se refere à poluição industrial, os cuidados ambientais não são adotados fundamentalmente pela ausência de normas ou legislação pertinente, pelo desinteresse dos governos nacionais e locais e pelos custos que podem acrescentar ao processo produtivo. Nesse caso somos novamente remetidos ao dilema pobreza e meio ambiente. Prover emprego pressupõe o desenvolvimento de atividades econômicas. As autoridades locais procuram a todo custo estimular a vinda de indústrias e entre os estímulos que oferecem aos industriais está a pouca exigência em relação aos equipamentos necessários ao controle da poluição proveniente das fábricas. Na grande maioria dos casos, são outros os fatores, e não o desconhecimento de tecnologias, que dificultam o relacionamento equilibrado das atividades industriais nos países pobres e naqueles em desenvolvimento com a implantação de programas para a proteção ambiental.

A rigor, com as correções que se fazem necessárias para tornar válida a comparação, o mesmo ocorre nos países industrializados. Além disso, o quadro de consumo de combustíveis e a produção de dióxido de carbono no mundo sugerem que o problema é muitas vezes econômico e financeiro, e não de ordem tecnológica. Em alguns países, grandes investimentos poderiam resultar no abandono do carvão como fonte de energia, na ampliação e densificação das redes de transporte eletrificado e no fechamento de fábricas que poluem o meio ambiente. No entanto, isso não é feito ou por falta de recursos, ou porque a sociedade prefere pagar o custo ambiental, aplicando os recursos disponíveis em outros setores em busca de retornos mais imediatos.

A questão ambiental é na maioria das vezes dependente de prioridade política, que nem sempre lhe é concedida. Mesmo nas sociedades mais ricas, os recursos financeiros são escassos e a definição das prioridades é ditada pelos desejos da população. Enquanto um meio ambiente limpo e preservado não for percebido como uma necessidade pela população, a questão ambiental não ganhará a devida prioridade, seja qual for o país.

Com relação ao uso dos recursos naturais, na maioria dos casos falta a disseminação de conhecimento preservacionista. As técnicas de manejo florestal e o desenvolvimento agrícola sustentável podem, entretanto, chegar facilmente aos pequenos e médios empresários e agricultores, através de programas de educação ambiental. A educação pode, nesse sentido, minorar a ausência de recursos financeiros para grandes investimentos. Por meio de programas educativos, as técnicas mais simples e baratas poderão chegar à grande parte da população, que passará, por exemplo, a usar fossas sépticas, a promover o replantio de árvores e exercer suas atividades agrícolas em locais apropriados.

Por outro lado, tecnologias desenvolvidas por empresas que nelas investiram grandes somas de recursos não serão transferidas gratuitamente a outros. Se alguém desenvolve, por exemplo, uma bateria para veículos automotores realmente eficiente, capaz de substituir a gasolina ou o diesel e de assegurar um notável avanço tecnológico no rumo da emissão zero e do melhor relacionamento entre os transportes e o meio ambiente, a qualidade de vida poderá melhorar nas cidades e as pessoas provavelmente terão menos doenças. Mas o invento pertence a quem o desenvolveu e a transferência de sua patente terá um preço.

Da Agenda 21 consta a necessidade de identificar recursos financeiros para promover a solução dos grandes problemas ambientais do mundo, assim como mecanismos de financiamento. Menciona-se inclusive a possibilidade de estabelecer um fundo internacional para garantir a rápida e eficiente transferência de tecnologias ambientalmente sensatas a países em desenvolvimento. Em 1993, os países ricos prometeram destinar 2,3 bilhões de dólares ao longo de três anos a projetos de interesse global, como os relativos ao efeito estufa, à proteção da camada de ozônio, à biodiversidade e aos oceanos.

O objetivo do projeto principal, como consta da Agenda 21, seria erradicar a pobreza do mundo, criando condições para que os países menos desenvolvidos contribuam de maneira mais eficiente para o equilíbrio ambiental. Enquanto os mecanismos financeiros não são implantados e as transferências de tecnologias não são efetivadas, os países de todo mundo deveriam empenhar-se ao máximo em promover amplos programas de educação ambiental.

Diferentemente de outros ramos do conhecimento, a educação ambiental deve ter grande abrangência, ou seja, deve ser dirigida desde a criança até aos governantes. Evidentemente, a criança deve receber os conhecimentos ambientais em processos educativos formais. As escolas de todos os níveis devem incluir em seus programas o tema de meio ambiente para que, ao concluir o seu curso secundário, o jovem tenha plena consciência dos problemas que advirão dos maus tratos à natureza e de que modo ele e a sociedade poderão contribuir para previni-los.

A amplitude do público alvo, o caráter multidisciplinar da matéria e a abrangência de temas a serem adotados exigem uma ampla utilização dos meios de comunicação para que os assuntos ambientais penetrem em todas as camadas da sociedade, o que já vem sendo feito em muitos países.

Além de abordar os assuntos globais, é importante a divulgação de temas de interesse regional. Nas áreas industrializadas, a poluição produzida pelas fábricas deve ser o tema dominante. O extrativismo poderá ser o principal assunto nas localidades situadas em florestas tropicais. O uso abusivo de combustíveis deverá ter destaque em países mais ricos. Técnicas simples de cuidados com a terra na agricultura poderá ser a ênfase em região de plantios de subsistência.

Outro aspecto que deve constar dos diferentes projetos de educação ambiental é o destaque a ser dado às soluções dos problemas. O mais comum é destacar os danos, os problemas ocorridos, os desastres ecológicos, não o que fazer para evitá-los.

De pouco adianta o permanente diagnóstico ambiental, sem indicações para sanar os erros.

É difícil estabelecer relações de causa e efeito. As confusões são grandes, mesmo entre as camadas mais esclarecidas da população. Os projetos de educação ambiental devem ser formulados de tal modo que essas relações sejam de mais fácil entendimento. Por exemplo, deve ficar claro que o aumento desenfreado da população passará a exigir a divisão dos recursos existentes por um número maior de pessoas de posses escassas, provocará o inchamento das cidades com decorrente degradação dos serviços públicos e implicará a necessidade de aumentar a produção agrícola, muitas vezes em detrimento do meio ambiente.

Espera-se dos cursos de graduação e pós-graduação maior profundidade nos estudos ambientais. A enorme quantidade de temas exigirá que cursos específicos incluam uma disciplina de caráter amplo de conhecimentos ambientais, para que o profissional de uma área descubra onde o seu campo de especialização se interrelaciona com os demais.

Do mesmo modo, cursos de ciências básicas ou de formação profissional deverão permitir ao estudante verificar como sua profissão pode contribuir na solução dos problemas ambientais. Algumas matérias específicas terão de ser criadas em cursos de graduação ou especialização. Os cursos de Direito, no Brasil, já oferecem entre suas áreas de estudo a legislação ambiental, em reconhecimento da complexidade do tema.

A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada na antiga União Soviética em 1977, definiu os princípios básicos da educação ambiental, que seriam:

I.  Considerar o meio ambiente em sua totalidade, natural e construída, tecnológica e social;

II. Ter um processo continuado ao longo da vida, começando na pré-escola e prosseguindo através de estágios formais e não formais;

III. Ter tratamento interdisciplinar, projetando o conteúdo de cada disciplina dentro de uma visão holística e de uma perspectiva equilibrada;

IV. Examinar os principais resultados ambientais do ponto de vista local, nacional, regional e internacional, de tal modo que os estudantes recebam informações sobre o que se passa no meio ambiente de outras áreas geográficas;

V. Enfocar situações correntes e potenciais no meio ambiente, levando em conta a perspectiva histórica;

VI. Promover a valorização da necessidade da cooperação local, nacional e internacional na prevenção e na solução dos problemas ambientais;

VII. Considerar explicitamente aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento;

VIII. Habilitar os estudantes ao planejamento e à tomada de decisões, aceitando suas conseqüências;

IX. Dar ênfase ao desenvolvimento da sensatez na solução dos problemas ambientais, principalmente os de sua comunidade;

X. Ajudar os estudantes a descobrir os sintomas e as reais causas dos problemas ambientais;

XI.Enfatizar a complexidade dos problemas ambientais e a necessidade de desenvolver um pensamento crítico e habilidade na solução dos problemas;

XII.Utilizar diversas formas de aprendizagem ambiental e um amplo arranjo de tendências educacionais, para aprender ou ensinar sobre o meio ambiente, com apoio em atividades práticas e experimentais.

O importante é lembrar que o processo de educação ambiental é contínuo e multidisciplinar, devendo-se relacionar com as atividades econômicas e sociais da região onde o programa educacional é desenvolvido. De modo algum poderá estar alienado da realidade local.

Em Educação Ambiental na Pan-Amazônia (Mello 1985) são apresentadas as seguintes considerações:

I. A educação ambiental deve abranger o meio ambiente em sua totalidade, material e humana, ecológica, política, econômica, tecnológica, social, legislativa, cultural e estética. Cursos que lidam apenas com aspectos científicos serão insuficientes se eles ignorarem os aspectos sociais, econômicos e institucionais envolvidos na questão ambiental.

II. A educação ambiental deve ser parte integral de um processo educacional com uma larga variedade de assuntos, e não um currículo separado ou uma especialidade em si mesma.

III. A educação ambiental deve ter um enfoque interdisciplinar. O ensino por um longo conjunto de especialistas não é o bastante. Os assuntos devem ser relacionados à análise dos problemas ambientais.

IV. A educação ambiental deve ser adaptada às necessidades dos estudantes, devendo-se levar em conta as suas aspirações ocupacionais e sociais.

V. A educação ambiental deve envolver experimentos e processos práticos, sem constituir apenas um conjunto de ensinamentos técnicos.

Os cursos formais de educação ambiental devem abranger matérias básicas como: Biologia Geral, Biologia Sanitária, Ecologia, Ecologia Vegetal, Epidemiologia, Saúde Pública, Nutrição, Direito Ambiental, Etnologia Indígena, Geografia, Geologia, Engenharia Sanitária, Qualidade do Ar e do Solo, Estatística, Energia, Transportes, Urbanismo e outras matérias úteis à compreensão do tema. É claro que cada curso terá o seu curriculo em função das necessidades locais.

Algumas entidades de educação superior já criaram cursos de gestão ambiental de curta duração, destinados a profissionais e administradores públicos, com o fim e de promover uma visão ampla dos principais problemas ambientais e de suas possíveis soluções.

Do mesmo modo que é muito difícil, senão impossível, universalizar soluções para as questões ambientais, é muito difícil sugerir programas de educação ambiental para todos os níveis, clientelas e situações. As idéias básicas são comuns a qualquer programa, mas a profundidade, extensão e duração dos cursos variarão caso a caso.

Um curso de especialização em meio ambiente poderia ser baseado no seguinte conteúdo disciplinar:

I. Matérias Básicas;

II. Matérias de Caráter Interdisciplinar;

III. Matérias de Conhecimento Específico.

I. Matérias Básicas:

a. Estatística e Demografia;

b. Metodologia Científica;

c. Avaliação Econômica de Projetos;

d. Administração Pública;

e. Noções de Economia.

II. Matérias Interdisciplinares:

a. Administração Pública;

b. Planejamento Governamental;

c. Relações Internacionais;

d. Políticas Públicas;

e. Desenvolvimento Urbano e Regional;

f. Outras.

III. Matérias de Conhecimento Específico:

a. Conceitos Básicos de Meio Ambiente;

b. Energia e Meio Ambiente;

c. Transportes e Meio Ambiente;

d. Uso do Solo e Meio Ambiente;

e. Noções de Direito Ambiental;

f. Agricultura e Reflorestamento;

g. Outras.

A carga horária variará com a extensão dos cursos e função dos objetivos a serem atingidos. A parte de conhecimento específico poderá ser modificada, ampliada ou reduzida, em função da finalidade do curso e da região onde ele é ministrado. Um programa dessa natureza deve ser flexível, adaptando-se às conveniências locais.

Além dos cursos teóricos e informativos, muito pode ser feito em programas educacionais de natureza comunitária. Os moradores de favelas poderão receber informações sobre o que fazer com o lixo ou como construir fossas sépticas; algumas comunidades poderão aprender como abrir poços para o abastecimento d'água, evitando a sua contaminação; populações rurais poderão ser treinadas nas técnicas da construção de biodigestores a partir de dejetos, com isso obtendo gás e adubo orgânico; e assim por diante.

Não há limites para a educação ambiental. A relação benefício-custo em programas dessa natureza, sem dúvida alguma, ultrapassará a de muitos projetos de proteção ambiental que exigem enormes recursos financeiros e técnicos para sua implantação. A educação ambiental deve ser uma preocupação de todos os governos, pois constitui a contribuição mais efetiva e permanente à proteção da natureza.

http://www.cidi.oas.org/MelloIV.htm


Educação Ambiental - o maior desafio

 Educar é ...

 A educação ambiental é talvez a tarefa mais importante de uma administração local
 preocupada com o meio ambiente. Suas metas constituem verdadeiros desafios.
 Trata-se de mudar comportamentos, abrir espaço no dia a dia dos cidadãos para a
 preocupação com a preservação da natureza e com a qualidade de vida em cidades
 que estão em constante processo, cada vez mais acelerado, de crescimento.

 O capítulo 36 da Agenda 21 resume os objetivos da educação ambiental como:

 "desenvolver na população uma consciência preocupada com o meio ambiente e
 com os problemas que lhe são associados, e que tenham conhecimentos,
 habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar individual e
 coletivamente na busca de soluções para os problemas existentes e para a
 prevenção de novos."

 Trata-se, portanto, de uma estratégia para formar cidadãos com uma visão ampla do
 mundo, visão ampla do mundo, não apenas uma consciência das relações entre a
 cultura e natureza, mas de transformação da cultura e da economia, a fim de fazer
 do sistema econômico um espaço de produção e trocas compatíveis com os
 ecossistemas e com a melhoria da qualidade de vida.

 Neste contexto, é fundamental mobilizar a população local para participar da busca
 de novos procedimentos capazes de gerar atitudes, individuais e coletivas,
 comprometidas com maneiras mais harmoniosas, saudáveis e sustentáveis de vida
 no planeta. Tanto para a geração atual como para as futuras.

 Como nasceu a preocupação com o tema:

 O acelerado processo de degradação ambiental e o crescente esgotamento dos
 recursos naturais no mundo, conseqüências da adoção de modelos de
 desenvolvimento equivocados e de tecnologia impróprias, despertaram a
 necessidade de estratégias mundiais para o tratamento da questão ambiental.

 Muitos encontros internacionais aconteceram desde então. O primeiro foi chamado o
 Clube de Roma, coletivo de países ricos economicamente coletivo de países ricos
 economicamente, em 1968, que chegou a à conclusão radical de que o crescimento
 deveria simplesmente ser interrompido - nascia a tese do crescimento zero.

 O marco inicial de interesse para a Educação Ambiental - EA foi a Conferência da
 Organização das nações Unidas sobre o Ambiente Humano – a Conferência de
 Estocolmo, em 1972. Pela primeira vez, a EA foi reconhecida como essencial para
 solucionar a crise ambiental internacional, enfatizando a priorização em reordenar
 suas necessidades básicas de sobrevivência na terra. O Plano de Ação recomendava
 a capacitação de professores e o desenvolvimento de nvos métodos e recursos
 instrucionais para a EA.

 A UNESCO adotando estas recomendações, promoveu três conferências
 internacionais sobre o tema. A Conferência de Belgrado (ex-Iugoslávia), em 1975,
 cuja Carta de Belgrado sugeria a criação de um Programa Mundial de EA. A
 Conferência de Tbilise (CEI-Grécia) - 1a. Conferência Intergovernamental sobre
 Educação Ambiental, em 1997, que recomendava que a EA deveria basear-se na
 ciência e tecnologia para a consciência e adequada apreensão dos problemas
 ambientais, fomentando uma mudança de conduta quanto à utilização dos recursos
 ambientais. E a Conferência de Moscou, em 1987, evento não-governamental, que
 reforçou os conceitos consagrado pela Conferência de Tbilise, onde a EA deveria
 preocupar-se tanto com a promoção da conscientização e transmissão de
 informações, como o desenvolvimento de hábitos e habilidades, promoção de
 valores, estabelecimentos de critérios e orientações para a resolução de problemas e
 tomada de decisões. Uma das metas da referida Conferência era apontar um plano
 de ação para a década dos 90.

 Em 1997, foi realizada a Conferência de Thessaloniki (Grécia) – Conferência
 Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública
 para a Sustentabilidade, cujos objetivos foram: (a) reconhecer o papel crítico da
 educação e da consciência pública para o alcance da sustentabilidade; (b)
 considerar a importante contribuição da educação ambiental; (c) fornecer elementos
 para o futuro desenvolvimento do programa de trabalho da Comissão de
 Desenvolvimento Sustentável da ONU; e (d) mobilizar ações nos níveis internacional,
 nacional e local. A UNESCO adotando estas recomendações, promoveu três
 conferências internacionais sobre o tema. A Conferência de Belgrado (ex-Iugoslávia),
 em 1975, cuja Carta de Belgrado sugeria a criação de um Programa Mundial de EA.
 A Conferência de Tbilise (CEI-Grécia) - 1a. Conferência Intergovernamental sobre
 Educação Ambiental, em 1979, que recomendava que a EA deveria basear-se na
 ciência e tecnologia para a consciência e adequada apreensão dos problemas
 ambientais, fomentando uma mudança de conduta quanto à utilização dos recursos
 ambientais. E a Conferência de Moscou, em 1987, evento não-governamental, que
 reforçou os conceitos consagrado pela Conferência de Tbilise, onde a EA deveria
 preocupar-se tanto com a promoção da conscientização e transmissão de
 informações, como o desenvolvimento de hábitos e habilidades, promoção de
 valores, estabelecimentos de critérios e orientações para a resolução de problemas e
 tomada de decisões. Uma das metas da referida Conferência era apontar um plano
 de ação para a década de 90.

 Em 1997, foi realizada a Conferência de Thessaloniki (Grécia) – Conferência
 Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública
 para a Sustentabilidade, cujos objetivos foram:

      - reconhecer o papel crítico da educação e da consciência pública para o
      alcance da sustentabilidade;

      - considerar a importante contribuição da educação ambiental;

      - fornecer elementos para o futuro desenvolvimento do programa de trabalho
      da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU; e

      - mobilizar ações nos níveis internacional, nacional e local.

 E o Brasil entrou na história ...

 A Educação Ambiental entrou no Brasil em 1975, quando foi reformulado o currículo das
 escolas secundárias, nas áreas de ciências e física. Já em 1977, era criado em São Paulo o
 Projeto das Ciências de Meio Ambiente. No ano seguinte, o Ministério da Educação - MEC
 implantou o Projeto Ecologia para Escolas Secundárias, que durou até 1980.

 Em 83, o MEC instituía a Comissão Diretora para Planejamento para Meio Ambiente. Logo
 depois, em 1985, o programa Nossa Natureza, voltado para a preservação da Amazônia, era
 adotado. Ele durou até 1990.

 Em 88, chegaram às escolas Públicas brasileiras os Parâmetros Curriculares Nacionais –
 PCNs - do Ministério da Educação e da Cultura MEC, que apresentaram como um de seus
 tema transversais o Meio Ambiente. Foi o primeiro passo oficial para implantação da
 Educação Ambiental nas escolas públicas, como explicitado no volume 9 dos PCNs.

 "… O trabalho de aluno deve ser desenvolvido a fim de ajudar os alunos a construírem uma
 consciência global das questões relativas ao meio …"

 "… Neste sentido, as situações de ensino devem se organizar de forma a propiciar
 oportunidades para que o aluno possa utilizar o conhecimento sobre o Meio Ambiente para
 compreender sua realidade e atuar sobre ela …"

 Através da Portaria no 678, de 14 de maio de 1991, o MEC recomendava a instituição da EA
 como conteúdo disciplinar em todos os níveis de ensino, contemplando-a como
 tema/conteúdo instrucional.

 Em 1992, o Rio de Janeiro sediou a Segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio
 Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, como ficou conhecida. O resultado do encontro foi a
 aprovação de cinco acordos internacionais: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
 Desenvolvimento; a Agenda 21 e os meios para sua implementação; a Declaração das
 Florestas; Convenção – Quadro sobre Mudanças Climáticas; e a Convenção sobre
 Diversidade Biológica.

 Através da Portaria no 678, de 14 de maio de 1991, o MEC recomendava a instituição da EA
 como conteúdo disciplinar em todos os níveis de ensino, contemplando-a como
 tema/conteúdo instrucional.

 Paralela à Conferência Oficial dos Governos (Eco 92), ocorreu a Conferência das
 Organizações Não-Governamentais e dos Movimentos Sociais. Essa Conferência foi chamada
 de Fórum Global e aconteceu em tendas montadas no Aterro do Flamengo, no Rio de
 Janeiro.

 Em 1997, foi realizada a I Conferência Nacional de Educação Ambiental – I CNEA, promovido
 pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, onde foi elaborado o documento brasileiro
 "Declaração de Brasília para a EA", a ser apresentada na Conferência de Thessaloniki
 (Grécia). O objetivo foi o de criar um espáco para a reflexão sobre as práticas de EA no
 Brasil, avaliando suas tendências e identificando as perspectivas e estratégias futuras.

 Em 1997, foi realizada a I Conferência Nacional de Educação Ambiental – I CNEA, promovido
 pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, onde foi elaborado o documento brasileiro
 "Declaração de Brasília para a EA", a ser apresentada na Conferência de Thessaloniki
 (Grécia). O objetivo foi o de criar um espaço para a reflexão sobre as práticas de EA no
 Brasil, avaliando suas tendências e identificando as perspectivas e estratégias futuras.

 Educação Ambiental: princípios

 Os documentos produzidos ao longo dessa história de encontros e conferências traçaram os
 caminhos para pesquisas e práticas em Educação Ambiental, baseada nos seguintes
 princípios:

 Os documentos produzidos ao longo dessa história de encontros e conferências traçaram os
 caminhos para pesquisas e práticas em Educação Ambiental, baseada nos seguintes
 princípios:

      Educação holística

 Significa educar de forma integrada, considerar o todo e não partes isoladas. E
 entender que somente compreendendo que os aspectos ecológicos, políticos,
 sociais, econômicos, humanos, científicos etc. estão necessariamente interligados
 e mantêm uma estreita dependência é que podem ser estabelecidos novos
 padrões de qualidade de vida.

      Diversidade

 Assegurar o respeito às diversas formas de expressão da cultura. A Educação
 Ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos
 humanos, usando estratégias democráticas e de interação entre as culturas.

      Educação Permanente

 A Educação Ambiental é um processo contínuo e, portanto, suas ações não se
 encerram. Ela deve começar na escola primária e continuar por todas as fases dos
 ensinos formal e não formal.

      Educação sem limites

 A Educação Ambiental deve extrapolar os limites da escola. A unidade escolar é o
 lugar privilegiado da educação. Porém, não é e nem deve ser o único. A Educação
 Ambiental deve envolver a todos - movimentos sociais, poder público, empresas e
 ONGs.

      Multidisciplinariedade

 Da mesma forma que a Educação Ambiental não deve ter limites físicos, também
 não pode ter limites disciplinares. Ela deve estar presente em todas as áreas do
 conhecimento, e não limitada às áreas de ciência e geografia.

      Agir Localmente e Pensar Globalmente

 A Educação Ambiental deve estimular a consciência crítica sobre o Meio
 Ambiente local, possibilitando agir seus problemas e, ao mesmo tempo,
 estabelecer ligações desses problemas com os do resto do mundo. É importante
 também o contrário: agir globalmente pensando nos efeitos locais.

      Referência histórica

 As práticas em Educação Ambiental devem levar em consideração, sempre, a
 realidade atual, não perdendo de vista as experiências passadas e preparando o
 futuro que desejamos.

      Sustentabilidade

 A Educação Ambiental deve estimular questionamentos sobre o desenvolvimento
 das sociedades, buscar reflexões sobre qual desenvolvimento queremos e quais
 são os custos sociais e ecológicos que estão associados aos modelos de
 desenvolvimento adotados até então. É importante pensarmos sobre o que
 deixaremos para as próximas gerações.

     Metodologia

 A variedade de temas a serem abordados, a grande quantidade de experiências e
 a imensa extensão territorial brasileira impedem a existência de uma metodologia
 única para Educação Ambiental. O consenso entre os educadores ambientais é
 que não há fórmulas ou receitas, mas princípios norteadores.

 Entretanto, é de grande utilidade destacar métodos que vêm sendo adotados em
 escolas e alcançam bons resultados. O trabalho nas escolas pressupõe algumas
 etapas como:

      – Identificação de um "tema-problema", a partir do qual serão realizadoas
      os projetos;

      – Envolvimento do maior número possível de pessoas: direção, orientação
      pedagógica, professores, alunos, pais, funcionários e comunidade;

      – Definição de um objetivo coletivo sobre o tema escolhido;

      – Levantamento das necessidades para realização do objetivo definido;

      – Seleção de parcerias;

      – Cronograma de atividades.

 Educação Ambiental como estratégia de cidadania

 A Educação Ambiental deve ser uma estratégia para a construção de cidadãos
 conscientes e responsáveis social e politicamente, que procurem viver numa sociedade
 realmente democrática, com justiça social e ecologicamente sustentável.

 Esse processo é longo e está em permanente construção, o que significa muitas idas e
 vindas, muitas trocas entre culturas, conceitos e conhecimentos. É um processo dinâmico,
 que permite o encontro de pensamentos e hábitos diferentes e estimula a busca de
 melhorias na qualidade de vida.

 Parcerias

 Pela complexidade e pela abrangência das questões ambientais, um passo decisivo para
 implantação de programas de Educação Ambiental é a busca de parcerias. Mas a escolha
 desses parceiros deve ser feita com cuidado, levando sempre em conta os objetivos a
 serem alcançados, a dimensão das ações, os atores envolvidos, a duração dos projetos
 etc.

 Tomemos um exemplo imaginário: uma associação de moradores de uma pequena cidade
 identifica um problema ambiental, que é a poluição do rio que corta a cidade.

 O primeiro passo, neste caso, é a conscientização dos moradores sobre o problema. Para
 essa situação, uma técnica de Educação Ambiental muito utilizada é a pesquisa
 participante, que consiste na elaboração de um auto-diagnóstico realizado pela própria
 população, com objetivo de conhecer melhor a sua realidade, seus problemas e suas
 possíveis causas e soluções.

 As escolas, a Prefeitura, que pode apoiar com técnicos e infra-estrutura, uma fonte
 financiadora (pública ou privada), comerciantes, indústrias e órgãos de comunicação são
 parceiros possíveis, no caso da despoluição deste rio.

 Órgãos públicos locais e gestores de Educação Ambiental

 Após a promulgação da Constituição, em 1988, muitas administrações municipais
 incluíram em suas Secretarias de Educação e Secretarias de Meio Ambiente a Educação
 Ambiental, destinando verba para a área e admitindo profissionais com experiência no
 assunto.

 No entanto, há ainda muitos municípios que não possuem qualquer iniciativa
 governamental nesse sentido. A própria Secretaria de Meio Ambiente não existe em
 muitos desses municípios e a questão do meio ambiente nessas localidades é tocada por
 outras Secretarias, que podem ser as de Urbanismo ou Planejamento, por exemplo.
 Assim como é recente a presença da Educação Ambiental nas administrações públicas
 locais, a definição do papel de seus gestores também o é, o que gera distorções. Cada
 município estabelece um tipo de organização para esta área.

 Não há um modelo rígido a ser aplicado mas é fundamental que a educação ambiental
 seja missão de vários órgãos diferentes do poder local, dependendo de sua destinação
 específica. Não é conveniente que ela seja uma tarefa exclusiva do órgão ambiental
 municipal que deve, no entanto, ter um papel supervisor e coordenador.

 A maioria dos educadores ambientais, por exemplo, podem ser lotados nas Secretaria
 Municipais de Educação, em grandes e médias cidades. Neste caso, eles atuam em
 departamentos ou setores pedagógicos e sua formação pode ser em Pedagogia,
 Biologia, ou Geografia ou áreas afins.

 Entre as atribuições do educador ambiental estão:

      - Implantar e acompanhar projetos sobre o tema nas escolas;

      - Fornecer e organizar cursos de treinamento para profissionais de educação e
      encontros para troca de experiências;

      - Integrar redes regionais e nacionais de educadores ambientais;

      - Participar de iniciativas, governamentais ou não, na área de Educação Ambiental;

      - Elaborar material educativo.

      - Implantar projetos de Educação Ambiental nas Unidades de Conservação
      Ambiental (UCAs), nas praias, nos parques, nas ruas, nas áreas de risco, e outras;

      - Elaborar e implantar campanhas educativas sobre temas como: reflorestamento,
      arborização, reciclagem de lixo, educação cicloviária, emissão de poluentes,
      desperdício de água, e afins;

      - Desenvolver projetos de sinalização ecológica em UCAs, parques e praias, por
      exemplo;

      - Elaborar diagnósticos das ações em Educação Ambiental em curso no município.

 É importante lembrar que qualquer que seja o órgão em que o profissional de Educação
 Ambiental esteja, ele deve assumir um papel de articulador dos movimentos de
 Educação Ambiental locais.

 Uma boa iniciativa que vem ocorrendo em órgãos públicos locais é a criação de "Centros
 de Educação Ambiental", espaços destinados à promoção de encontros e reuniões,
 onde são montadas bibliotecas e videotecas temáticas e um Banco de Dados Ambientais.

 A tendência da educação ambiental, no caso de ser bem sucedida, num futuro não muito
 distante, é integrar-se tão completamente aos currículos e às dinâmicas da educação, da
 formação permanente e da reciclagem profissional que possa praticamente desaparecer
 como disciplina específica, separada, numa situação análoga à da própria gestão
 ambiental.

 Educação Ambiental nas Escolas

 As primeiras ações para a implantação da Educação Ambiental nas escolas foram
 despolitizadas, tendo sempre como referência as aulas de Ciências. Hoje, porém,
 acompanhando a trajetória e a complexidade no tratamento das questões ambientalistas,
 as escolas e os educadores buscam novas práticas, aprimorando suas experiências no
 sentido da construção de uma consciência global sobre o meio ambiente.

 A opção pelo trabalho com o tema meio ambiente gera novas necessidades e desafios
 para a instituição. É praticamente como fundar uma nova escola, com papéis redefinidos
 pela sociedade e com profissionais de educação capazes de conduzir esse processo de
 mudança.

 O fato de a Educação Ambiental somente recentemente ter sido incluída nos currículos
 escolares não impediu somente recentemente ter sido incluída nos currículos escolares não
 impediu o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental nas escolas, bem como a
 produção de materiais e a capacitação de profissionais.

 Essas experiências vêm ocorrendo, em geral, através de parcerias entre ONGs, escolas,
 poder público e empresas.

 A Educação Ambiental em Áreas Públicas

 Várias são as experiências de Educação Ambiental em áreas públicas, como Unidades de
 Conservação, praças, jardins e praias. São iniciativas realizadas, em sua maioria, através
 de parcerias entre poder público, ONGs e empresas, que visam conscientizar e
 informar os usuários dessas áreas sobre o patrimônio ambiental e cultural ali existentes,
 bem como, orientá-los quanto ao uso dos equipamentos e infra-estrutura disponíveis no
 local.

 Os programas desenvolvidos em áreas públicas, especialmente nas Unidades de
 Conservação, devem incluir:

      - Sinalização ecológica;

      - Trilhas;

      - Coleta seletiva de lixo;

      - Colocação de coletores de lixo;

      - Elaboração de material educativo - folhetos, cartilhas, vídeos etc., com noções
      sobre o meio ambiente, legislação de criação da unidade, órgãos responsáveis pela
      administração, história do local e aspectos culturais relacionados à Unidade.

 Esses programas devem propiciar mudanças no comportamento dos usuários,
 possibilitando a conservação e a proteção ambiental, além da difusão de procedimentos
 adequados no tratamento de questões como o lixo e a poluição poluição sonora e
 atmosférica.

 Algumas experiências ricas em Unidades de Conservação podem ser vistas em cidades
 como Rio de Janeiro, Itatiaia, Curitiba e São Paulo.

 Capacitação para Guardas Florestais

 Um curso de Educação Ambiental para guardas é fundamental para implantação de
 programas ambientais em Unidades de Conservação e outras áreas publicas.

 Em algumas Unidades de Conservação são os guardas que estabelecem o primeiro
 contato com os usuários. É fundamental que esse contato seja educativo, mas para isso
 os guardas devem receber noções básicas sobre meio ambiente e qualidade de vida,
 legislação e outros temas. É importante ressaltar que o papel desses guardas deve ser
 prioritariamente preventivo e não punitivo.

 Alguns exemplos podem ser citados:

 No Rio de Janeiro, a realização, pel a Secretaria de Meio Ambiente, de realizou um curso
 de Educação Ambiental para Guardas Municipais. Esse curso gerou um "destacamento
 ambiental da Guarda Municipal", para atuar nas Unidades de Conservação, como as
 Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e em Parques Municipais, como o Parque
 Zoobotânico de Marapendi.

 Em Itatiaia, os Guardas Municipais entregam informativos e passam orientações aos
 visitantes sobre como jogar o lixo fora, em sacos plásticos distribuídos por eles mesmos.

 Na Área de Proteção Ambiental da Serrinha do Alambari, em Resende, Rio de Janeiro,
 os Guardas Municipais orientam os visitantes a não trafegarem em alta velocidade, não
 usarem equipamentos sonoros em alto volume e outros procedimentos.]

 Formação de Monitores Ambientais

 Trata-se de uma proposta mais ousada e ambiciosa, mas que pode ser muito bem
 sucedida. Consiste na formação de agentes ou monitores ambientais/educacionais
 para atuarem nas Unidades de Conservação, estabelecendo contato direto com os
 usuários. Esses monitores devem ser jovens estudantes ou pessoas da comunidade.

 A tarefa baseia-se em informar os usuários sobre a diversidade ambiental e os aspectos
 legais e culturais, além de orientá-los sobre a melhor maneira de utilizar a infra-estrutura da
 unidade. Cabe também ao agente ser um elo de informação permanente com os órgãos
 tutelares da Unidade, denunciando as agressões ambientais e mapeando as condições de
 conservação e manutenção.

 [Essa experiência foi colocada em prática no Rio de Janeiro, durante a construção da
 auto-estrada chamada Linha Amarela, quando um grupo de monitores foi capacitado para
 atuar no Bosque da Freguesia.

 Outras experiências de Educação Ambiental em áreas públicas relevantes, no Rio de
 Janeiro, foram: a campanha educativa para ciclovias; os mutirões de reflorestamento de
 encostas de risco; e a arborização de praças e ruas.]

 A Educação Ambiental como articuladora e agente de mobilização social

 O movimento ambientalista trouxe um novo estímulo aos movimentos sociais. Atualmente,
 a preocupação com o meio ambiente nas lutas sociais pela melhoria da qualidade de vida
 é muito presente. Alguns movimentos, como os de mulheres, de negros, de estudantes, de
 trabalhadores rurais, associações comunitárias, se reorganizaram a partir das lutas
 ambientais.

 A Educação Ambiental desenvolve a consciência crítica e possibilita a associação entre
 os graves problemas ambientais e a vida das pessoas. Isso, muitas vezes, se traduz em
 organização social. Bons exemplos nessa área são programas de reciclagem de lixo, de
 hortas comunitárias, de arborização e de reflorestamento. Esses programas só podem ter
 êxito quando realizados com a participação de associações comunitárias.

      Projeto Ecologia Vai à Escola

 O Projeto Ecologia Vai à Escola foi desenvolvido em parceria entre a ONG Associação
 Roda Viva e pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, com o apoio de
 fontes financiadoras como a WWF. O projeto foi implantado em cerca de 55 escolas
 municipais do Rio de Janeiro, entre 1992 e 1993, incluindo a capacitação de professores,
 que atuariam em suas unidades escolares como multiplicadores e articuladores de projeto
 ambientais, além do desenvolvimento de projetos nas escolas e a avaliação dos resultados
 alcançados com os mesmos.

 O objetivo do Projeto foi elaborar uma metodologia que possibilitasse ao professor a
 elaboração de um programa ambiental em sua escola, construído com os alunos e a
 comunidade. O Ecologia Vai à Escola deu origem a novas propostas, que continuam em
 desenvolvimento.

      Projeto Escola da Natureza

 O Projeto Escola da Natureza funciona dentro do Parque da Cidade, em Brasília, cercada
 por uma paisagem típica do cerrado. Essa escola foi um sonho conjunto de 11
 professores que se concretizou em um centro de atividades e referências em Educação
 Ambiental que atende, de forma complementar, a 16 escolas públicas de Primeiro Grau.

 O objetivo é ampliar o espaço de aprendizagem além da sala de aula, usando todo o
 parque, sua vegetação, sua fauna e suas trilhas. São desenvolvidas várias oficinas e para
 cada ano há um tema articulador. Essa iniciativa, que começou em 1996, é fruto também
 de parcerias entre várias instituições públicas e ONGs locais. (Essa experiência está
 descrita com detalhes no livro Muda o Mundo, Raimundo)

      Programa Educação Ambiental e Paisagismo

 Entre 1987 e 1991, a Secretaria de Educação do Paraná criou um programa chamado
 Educação Ambiental e Paisagismo. A idéia era incentivar e apoiar as escolas que
 desejassem trabalhar o tema. Na Escola da Vila Guadiana, uma das que entrou no
 programa, professores organizaram um projeto com objetivo de reestruturar o ambiente
 físico da escola e, assim, melhorar a qualidade de vida dos alunos e da comunidade.

 Os alunos fizeram visitas, excursões, diagnósticos, entrevistas com pessoas mais velhas,
 para saber como era a paisagem antigamente, e outras atividades. Com a continuidade do
 projeto, vários mutirões foram realizados e o projeto foi desenvolvido de forma
 interdisciplinar e integrada]

      Programa Piá Ambiental

 A Secretaria de Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, desde 1990, mantém o
 Programa Piá Ambiental em áreas carentes da cidade. Nele, crianças de 4 a 12 anos são
 atendidas em 34 Unidades específicas, com aulas sobre alimentação, noções básicas de
 higiene e saúde, recreação dirigida, mudanças de hábitos e atitudes, educação artística,
 horta, paisagismo e artesanato. As Unidades ficam em áreas da Prefeitura ou nas
 Associações de Moradores.

 As crianças são divididas por faixa etária em 3 turmas: 4 a 6 anos; 7 a 9 anos e 10 a 12
 anos, cada uma com a sua monitora. O atendimento se dá em dois turnos, nos quais as
 crianças são matriculadas de acordo com o turno que frequentam na escola. As Unidades
 ainda fornecem alimentação equilibrada com noções de economia e aproveitamento dos
 alimentos.

 Entre as diversas atividades, algumas são obrigatórias, como, por exemplo:

      - um horário destinado a fazer os deveres de casa

      - aprendizado de técnicas de cultivo de horta

      - trabalhos de jardinagem

      - recreação

      - artesanato

      - higiene, com atenção especial à higiene bucal

 As Unidades também desenvolvem outras atividades tais como:

      - coral

      - confecção de conservas

      - noções de plantio e uso de ervas medicinais

      - ikebana

      - minhocário

 As aulas de artesanato utilizam materiais recicláveis na confecção de alcolchoados,
 almofadas, papel reciclado, máscaras, tapetes, cestaria, jogos, etc. Os produtos são
 vendidos e a renda encaminhada às Unidades onde o diretor e as crianças decidem com
 será utilizada.
 http://membro.intermega.globo.com/_CGISCRIPT010iO1OOiO1Oi01OO10ii01Oi/ambienteonline/educacao.htm


O Velho e a Jabuticabeira

 

O velho estava cuidando da planta com todo o carinho

quando um jovem se aproximou e perguntou:

- Que planta é essa que o sr. está cuidando?

- É uma Jabuticabeira - respondeu o velho.

- E ela demora quanto tempo para dar frutos?

- Pelo menos uns 15 anos - informou o velho.

- E o sr. acredita viver esse tempo todo? - Indagou irônico o jovem.

- Não, não creio que viva mais tanto tempo, pois já estou no fim da minha jornada.

- Então, que vantagem você leva com isso, meu velho?

- Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas

se todos pensassem como você...

 

Não importa se teremos tempo suficiente para ver mudadas

as coisas e pessoas pelas quais lutamos,

mas sim que façamos a nossa parte,

de modo que tudo se transforme a seu tempo.


"O ato de reciclar Papel,

além de ser expressão de amor à natureza,

também gera energia positiva

pois representa uma consciência ecológica.

O Atelier GUIDHA CAPPELO, ao reciclar papel

e usá-lo como suporte de suas criações,

não quer apenas prestar serviços

mas, sobretudo,

contribuir para um futuro melhor aos nossos filhos.

E assim, realmente, terá valido a pena existir."

Conheça a Arte de Guidha Capello


O SOL E O FAROL

Dois mestres se encontraram na escada que interliga o mundo celestial à Terra. Após breve cumprimento, o mestre que se caracterizava por sua imponência e altivez, perguntou ao outro se iria subir ou descer? Antes que o outro tivesse tempo de responder, ele se antecipou:

-- Eu vou subir, pois estou tão iluminado que posso ofuscar a visão dos que estão na Terra.

O outro, após ouvir com paciência e humildade, respondeu:

-- Pois eu vou descer, ainda não tenho a sua luminosidade, mas seguirei o exemplo do sol. Sei que não poderei, como ele, iluminar

toda a Terra, porém já me dou por muito feliz em ser um farol iluminando um caminho.

Tharius Dhan


Arte de Ser Feliz

 

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.

Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.

Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.

Outras vezes encontro nuvens espessas.

Avisto crianças que vão para a escola.

Pardais que pulam pelo muro.

Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.

Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.

Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.

Às vezes, um galo canta.

Às vezes, um avião passa.

Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles


Fui fazer uma visita ao site do nosso colega de lista Gil Portugal. Vale a pena vocês darem uma passada pois está DEMAIS. Ótimos textos!!!

http://www.gpca.com.br/Gil/artigos.htm


O milênio do meio ambiente começa agora

Koichiro Matsuura - diplomata japonês, é diretor-geral da Unesco

 

Perto do princípio do novo século, está claro que o caminho que a humanidade tomar nos próximos anos dependerá largamente das metas ambientais alcançadas. Dos cumes das montanhas às megalópoles, das florestas tropicais úmidas às pequenas ilhas oceânicas, chegam notícias de poluição, desastres naturais e causados pelo homem, destruição de recursos naturais, perdas da diversidade biológica e degradação da paisagem tanto natural quanto cultural.

Temos de agir. A interligação global que traz as más notícias pode também servir para combater os problemas. Da mesma maneira, os processos globalizantes subjacentes à rápida mudança social e econômica, os quais deflagram tantos problemas ambientais, podem ser postos a serviço do meio ambiente, não contra ele.

Essa é fundamentalmente uma questão de vontade e ação política. Essa ação deve estar baseada em políticas ambientais saudáveis e apoiada por uma opinião pública bem-informada.

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) busca, por meio de seus programas científicos, fornecer o conhecimento necessário para a formulação de uma política ambiental efetiva. Por meio da iniciativa de estimular a educação ambiental, a organização promove o entendimento da importância do desenvolvimento humano sustentável.

A educação para a sustentabilidade e a conscientização pública sobre as questões ambientais são essenciais. Sem um forte apoio global para uma mudança, haverá poucas chances de se abandonarem realmente as atuais práticas contrária ao desenvolvimento sustentável.

Apelamos aos governos de todo o mundo para que assegurem que a educação ambiental faça parte dos currículos escolares.

Um esforço em nível mundial para aumentar o investimento em pesquisa científica e para desenvolver o potencial científico de países em desenvolvimento também é necessário.

Tanto a pesquisa científica relacionada ao meio ambiente quanto a incorporação de objetivos ambientais nas políticas de desenvolvimento terão de ser incrementadas se pretendemos encontrar soluções para o crescente dano ao meio ambiente global.

Os programas científicos intergovernamentais da Unesco - sobre água doce, oceanos, biodiversidade, ecossistemas, zonas costeiras, crosta terrestre e os problemas da urbanização - buscam fornecer o tipo de conhecimento exigido para a formulação de políticas.

Um novo compromisso para a ação demanda parcerias fortes entre todos os interessados. Este é o momento de fazer esse compromisso. Hoje, no Dia Mundial do Meio Ambiente do ano 2000, eventos especiais apresentados no mundo inteiro demonstram que as pessoas estão preocupadas.

Em sua sede em Paris, a Unesco está realizando o primeiro Fórum Mundial de Montanhas, o qual buscará proteger o meio ambiente e as comunidades montanhesas do mundo.

A Unesco une sua voz à do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(Pnuma) para fazer deste o princípio do milênio do meio ambiente.

 

Transcrito da Folha de São Paulo, 05/06/2000, Pag. A3

http://www.ecolatina.com.br/


O AMOR

Numa sala de aula, haviam varias crianças. Quando uma delas perguntou a professora: "o que é o amor"?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta a altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor. As crianças saíram apressadas e ao voltarem, a professora disse:

- Cada um mostre o que trouxe consigo. A primeira criança disse: eu trouxe esta flor, não é linda? A segunda criança falou: eu trouxe esta borboleta.

Veja o colorido de suas asas, vou coloca-la em minha coleção. A terceira criança completou: eu trouxe este filhote de passarinho.

Ele havia caído do ninho.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.

Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora se dirigiu a ela e perguntou:

- Meu bem, por que você nada trouxe? E a criança timidamente respondeu:

- Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho.

Como posso mostrar o que trouxe?

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no "coração".

Pense nisso AGORA...

AUTOR DESCONHECIDO

 

PENSAMENTO

Você pode ficar desapontado se fracassar, mas está condenado se não tentar .

Beverly Sills


Meio ambiente

 

O assim denominado meio ambiente é, na realidade, um espelho mediante o qual o homem vê exclusivamente a si mesmo. Jamais poderá enxergar algo diferente de si próprio, pois filtrará da realidade objetiva, verdadeira e única, igual para todos, apenas aquilo com que possui afinidade. Quem não tiver consciência desse fato incorrerá em atitudes errôneas.

Quando eu me olhar, de manhã, no espelho e nesse espelho enxergar um rosto pouco amável, posso ralhar com ele pela sua falta de amabilidade. Mas o rosto do espelho não se deixará impressionar; pelo contrário, também ralhará. Dessa maneira, os insultos facilmente continuam num crescendo até o momento em que eu bater nesse rosto e despedaçar o espelho. Ninguém faria esse jogo com o espelho do banheiro, pois estaria consciente da sua propriedade de espelhar, de refletir. Mas quase todos os homens fazem exatamente isso no seu dia-a-dia. Lutam contra os inimigos do seu ambiente, contra os maus vizinhos e parentes, contra as injustiças de seus superiores, contra a socidade e contra muitas coisas mais. Na realidade, todos estão apenas lutando contra eles mesmos. Por isso não há vencedores, só vencidos, pois a quem deveríamos vencer numa luta contra a imagem do espelho? A lei da ressonância e da reflexão do espelho verifica-se tanto no sentido positivo como no negativo.

Citamos quase que exclusivamente exemplos negativos, pois grande parte do sofrimento humano provém dessas situações e a maioria das pessoas adapta-se visivelmente bem aos lados positivos do destino. Quando o homem tomar consciência da sua função de refletir o meio ambiente, originar-se-á daí uma fonte inimaginável de informações. Apesar de sempre nos enxergarmos no espelho, utilizamo-nos também desse espelho para evidenciar partes nossas, impossíveis de serem vista sem a sua ajuda.

De modo análogo, a observação do próprio ambiente e dos eventos com os quais somos confrontados, é um dos melhores métodos para o autoconhecimento, pois tudo aquilo que nos perturba no mundo exterior mostra que ainda não nos reconciliamos com o princípio análogo que existe dentro de nós mesmos. O homem não está disposto a reconhecer isso. O fato de alguém se aborrecer com a avareza de outro mostra certamente que ele próprio é avarento; caso contrário, não se irritaria. O que me interessa a mesquinhez dos outros, se sou generoso? Eu poderia aceitá-la como um fato, sem, entretanto, sentir-me atingido.

Se olharmos o mundo com objetividade, veremos que as coisas são simplesmente como são. A grama é naturalmente verde. É claro que poderíamos imaginá-la vermelha, mas ela é verde e deve haver uma razão para isso. Ninguém se irrita por causa do verde da grama, pois não atinge nenhuma problemática humana. O fato de haver guerras no mundo é tão evidente como o verde do gramado. Mas prontamente os ânimos começam a se alterar; e assim, lutamos a favor da paz. "Lutamos" a favor de tudo: a favor da paz, da justiça, da saúde, da humanidade.

Seria muito mais simples e venturoso ficarmos em paz. Nisto consiste uma das mais poderosas ferramentas, desde que se saiba utilizá-la. Cada homem é capaz de modificar e de moldar o mundo segundo sua própria concepção, sem luta e sem poder exterior. Basta que ele modifique a si mesmo, e verá o mundo inteiro modificar-se com ele. Quando eu vir um rosto pouco amigável no espelho, basta que eu sorria - e ele sorrirá para mim, com certeza! Todos querem constantemente modificar o mundo, mas ninguém utiliza os únicos meios que poderão levar ao sucesso. Quem modifica a sua afinidade, capta um novo programa, percebe um mundo diferente.

Cada pessoa vive em seu "mundo", e há tantos mundos quantas forem as pessoas. Todos esses mundos são apenas fragmentos, aspectos do mundo real, que seguem suas próprias e irredutíveis leis, não se deixando impressionar por homens que clamam por mudanças. O mundo exterior é a fonte mais segura para a situação em que nos encontramos. Quando o homem aprender a perguntar pelo significado de tudo o que lhe acontece, não só compreenderá melhor a si mesmo e à sua problemática, como também descobrirá as possibilidades para a sua modificação.

Seja o que for que nos suceda, imediatamente deveríamos perguntar: "Por que está acontecendo exatamente isto, nete exato momento, exatamente comigo?"

Dificilmente encontraremos uma resposta enquanto não estivermos habituados a esse tipo de questionamento. Mas também aqui a prática faz o mestre e em breve aprenderemos a reconhecer o siginificado dos acontecimentos e nos relacionarmos com eles.

Na psicopatologia existe o conceito de "paranóia", que descreve principalmente os esquizofrênicos, cuja característica é relacionar qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos. Essa paranóia possui, contudo, uma contrapartida não-patológica, que podemos chamar de parnóia positiva; é a capacidade de o indivíduo reconhecer o significado de tudo o que lhe ocorre.

Quanto mais consciente for o homem, tanto mais compreenderá a ordem das coisas e as questionará pela sua mensagem. Logo, a exigência mais importante é estar em harmonia com tudo o que existe. Se algum dia falharmos nessa harmonia, devemos procurar a causa em nós mesmos. O homem é o microcosmo e, portanto, a expressão fiel do macrocosmo. Tudo o que eu perceber exteriormente eu encontrarei em mim mesmo. Estando em harmonia com as diferentes áreas da realidade, não posso ser perturbado pelos fenômenos correspondentes no mundo exterior. Se ocorre algo desagradável, isto significa que devo voltar-me para a área correspondente no meu interior.

Todos esses homens maldosos e eventos infortunados são apenas mensageiros, médiuns, que tornam visível o invisível. Quem compreender isto e estiver disposto a assumir a responsabilidade pelo seu destino perderá o medo de ser afligido pelas suas ameaças.

Uma das principais obsessões da nossa época é a prevenção e a segurança contra as eventualidades do destino. Esta segurança possui múltiplas formas, desde a apólice de seguro até os regimes políticos socialistas, todos porém com um único objetivo: impedir ou alterar mediante medidadas externas as intervenções do destino. Por trás de tudo isso, encontra-se o medo. Mas, quando o homem estiver disposto a se responsabilizar pelo próprio destino, então perderá o medo. Não somos assassinados casualmente, nem ficamos ricos por acaso. Ambas as coisas só poderão se manifestar quando estivermos maduros para esse acontecimento e possuirmos a afinidade correspondente. Os homens almejam a riqueza, mas negligenciam o próprio amadurecimento para a riqueza. Os interessados nos ensinamentos esotéricos buscam no mundo inteiro um verdadeiro guru e pelos melhores sistemas, esquecendo-se de que o guru virá ao seu encontro quando estiverem preparados.

Basta que realmente necessitamos de algo para que o recebamos. Muitos já devem ter experimentado essa lei em pequena escala. Em algum momento de nossa vida, temos de nos confrontar com um assunto, até então inexistente ou ignorado. Assim, por exemplo, podemos conhecer um especialista sobre a "vida amorosa das formigas". Ficamos admirados por existir uma pessoa que se possa interessar por um tema tão raro. Em seguida, alguém presenteia-nos "casualmente" com um livro a respeito do assunto. Lemos um artigo numa revista, ainda sobre o mesmo tema, e constatamos na próxima visita que um conhecido de vários anos também estuda o assunto - mas nunca havia comentado o fato.

Esta "cadeia de acasos" provavelmente vivida pela maioria, nada mais oculta do que a lei da afinidade ou ressonância. Receberemos com certeza todo livro, informação e contato de que precisarmos - se realmente o precisarmos e estivermos maduros para esse encontro. Sem essa maturidade, toda busca e todo esforço será em vão.

Ao se modificar, o homem modificará o mundo. Não há nada para ser aperfeiçoado neste mundo, porém muito nos indivíduos. O caminho esotérico é o caminho da constante transformação, da transmutação do chumbo em ouro. O sábio está em harmonia com todo o seu ser e vive portanto no melhor de todos os mundos. Ele enxerga a realidade e reconhece que tudo o que existe é bom.

Ele já não busca a felicidade, pois a encontrou em si mesmo.

Thorwald Dethlefsen


O CONSTRUTIVISMO E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Tenho visitado algumas escolas que vêm desenvolvendo diversos projetos de educação ambiental e percebo que o tema, além de envolver crianças, professores, diretores, funcionários e pais, trás uma perspectiva de maior participação da sociedade em problemas comuns que enfrentamos no nosso cotidiano.

Mas, também observo que falar sobre as questões ambientais implica no conhecimento de uma série de conceitos, que por vezes são um tanto complexos.

Então, como construir este conhecimento coletivamente?

Acredito que o mais importante conceito ambiental é o ciclo dos elementos e seres vivos, que deve ser evidenciado a todo momento, com o objetivo de questionar o ciclo de produção das atuais gerações, que muitas vezes não seguem o preceito básico de convivência em harmonia com o meio ambiente.

Pensar, planejar e construir um futuro melhor para as futuras gerações, desperta o espírito coletivo de responsabilidade para consigo e com o outro. Ao invés de sempre responder questões, o professor necessita de muitas, muitas perguntas, para que junto aos alunos cheguem as respostas. É isso aí !!! Realmente é necessário pensar, pesquisar, perguntar e planejar permanentemente, pois esta é a grande tarefa dos educadores preocupados em introduzir um processo educacional mais participativo e mobilizador.

Portanto, desenvolver um bom trabalho de educação ambiental, tem como premissa básica o conceito do consenso e do coletivo. Tarefa esta bastante difícil ao meu ver, pois muitas vezes falta tempo para planejar. Então insira o ato de planejar nas aulas e atividades com os alunos para que eles também adquiram esta habilidade.

Mesmo assim, acredito que planejando e construindo participativamente, todo este esforço se revele com muita força, criando uma nova visão da interdependência sobre a cidadania e o meio ambiente.

Mônica Pilz Borba
Pedagoga e Diretora do 5 Elementos
Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental

Pela Democratização da Informação Ambiental

Os países membros da ONU aprovaram durante a ECO 92 a Agenda 21, como um roteiro a ser seguido em direção ao desenvolvimento sustentável. Em seu capítulo 40, sobre Informação Para a Tomada de Decisões, os signatários recomendam que "sempre que existam impedimentos econômicos ou de outro tipo que dificultem a oferta de informação e o acesso a ela, particularmente nos países em desenvolvimento, deve-se considerar a criação de esquemas inovadores para subsidiar o acesso a essa informação ou para eliminar os impedimentos não econômicos."

Os representantes dos países signatários justificam essa medida ao reconhecer que "em muitos países, a informação não é gerenciada adequadamente devido à falta de recursos financeiros e pessoal treinado, desconhecimento de seu valor e de sua disponibilidade e a outros problemas imediatos ou prementes, especialmente nos países em desenvolvimento. Mesmo em lugares em que a informação está disponível, ela pode não ser de fácil acesso devido à falta de tecnologia para um acesso eficaz ou aos custos associados, sobretudo no caso da informação que se encontra fora do país e que está disponível comercialmente."

O que os países da ONU, inclusive o Brasil, perceberam claramente é que sem democratização da informação ambiental dificilmente haverá pleno desenvolvimento da cidadania ambiental, prejudicando o diálogo e o estabelecimento de parcerias entre os diferentes setores da sociedade brasileira envolvidos com a questão ambiental.

Contraditoriamente a essa necessidade de mais informação ambiental, após a ECO 92 este espaço restringiu-se na chamada grande mídia limitando-se hoje a ocorrências ocasionais, diante de acidentes ambientais e um ou outro tema que interesse ao público mais geral. Como resposta a este quadro, surgiram veículos alternativos de informação ambiental, basicamente divididos em institucionais e comerciais. Os veículos institucionais são editados por diversas entidades como estratégia para manter seus filiados e público-alvo informados das atividades e posições políticas da instituição. Mas têm tiragem restrita e não chegam a atingir a comunidade ambiental.

Desenvolveu-se, então, um segmento de mídias ambientais, de caráter não-institucional, que recentemente se reuniram na EcoMídias - Associação Brasileira das Mìdias Ambientais, cujas tiragens somadas atingem cerca de 1,5 milhões de exemplares mensais, e que incluem jornais como o Jornal do Meio Ambiente, Folha do Meio Ambiente, Estado Ecológico de Minas, Terramérica, AgirAzul, revistas como Eco.21, Ecologia & Desenvolvimento, Meio Ambiente Industrial, Saneamento Ambiental, Gerenciamento Ambiental, além dos veículos digitais, como o site da COM-MAM.

O principal propósito da EcoMídias é ser um instrumento a favor da democratização da informação
ambiental no Brasil. E, nesse sentido, a primeira grande barreira a ser vencida é o verdadeiro bloqueio econômico de agências de publicidade, Secretarias de comunicação de governos e departamento de comunicação de grandes empresas, que simplesmente fingem desconhecer este segmento, apesar de sua importância como agentes de disseminação de informação ambiental. Apesar do reconhecimento público da importância das mídias ambientais, não é só a ampliação da tiragem, do número de páginas e da periodicidade que está ameaçada, mas a própria continuidade dos atuais veículos.

Os recursos para publicidade, quando existem, são desviados primeiro para a mídia de massa das capitais, depois para as mídias de massa do interior e só por último e eventualmente, para as mídias especializadas, como a do segmento ambiental. O que parece uma simples questão econômica, na verdade tem sido uma forma de impedir o crescimento e até a manutenção de veículos de meio ambiente, que são estratégicos para a democratização da informação ambiental no Brasil.

Vilmar Berna
Editor do Jornal do Meio Ambiente e fundador da EcoMídias. Foi o único brasileiro a receber em 1999 o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente.
Tel/fax: (021) 610-2272 E-mail: vilmarberna@jornal-do-meio-ambiente.com.br

http://www.neoambiental.com.br/html/opiniao/html/texto_opiniao0011.htm


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